sábado, 26 de dezembro de 2015

Tudo farinha do mesmo saco

Publicado em 22 de dezembro de 2015

Por Roberto Maia

Sob suspeita de corrupção, Joseph Blatter e Michel Platini
foram afastados do futebol por oito anos (Foto: fifa.com)
A casa da FIFA está caindo. Joseph Blatter, presidente da entidade, e Michel Platini, presidente da Uefa, foram afastados do futebol por um período de oito anos pelo Comitê de Ética da FIFA. Os dois prometem recorrer. Claro, não querem perder essa boquinha milionária!

   Essa não deixa de ser uma decisão surpreendente, pois Blatter e Platini são os dois nomes mais fortes atualmente para ocupar o trono do futebol mundial. Eles estão proibidos de exercer qualquer atividade ligada ao futebol em abrangência internacional.

   Eu sinceramente acreditava que Platini, caso vencesse a próxima eleição da FIFA, traria grande avanço ao futebol mundial. O francês foi um craque nos gramados e seria um boleiro chegando ao poder. Triste engano. Tudo indica que Platini foi contaminado pelo mesmo vírus que contagiou Blatter, João Havelange, Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Marco Polo Del Nero e tantos outros cartolas ao redor do planeta.

   A gota d’água foi o depósito de 2 milhões de francos suíços – cerca do 1,8 milhão de euros - para Platini em fevereiro de 2011. Blatter autorizou o pagamento sem nenhum contrato assinado. A suspeita é que o valor tenha sido para comprar o voto do francês na última eleição da entidade que reelegeu Blatter.

   Espero que o Comitê de Ética da FIFA tenha esse mesmo rigor quando julgar no início de 2016 o processo que envolve Marco Polo Del Nero, presidente licenciado da CBF. Somente assim algo de novo poderá ocorrer no comando do futebol brasileiro. Del Nero mostrou que ainda manda e conseguiu eleger um vice-presidente sob medida na vaga de Marin, o coronel Antônio Nunes, 77 anos, presidente da Federação Paraense de Futebol. Assim, ele conseguiu anular a possibilidade do vice Delfim Peixoto, 74 anos, assumir a presidência da entidade caso ele seja afastado pela FIFA ou preso no processo movido pelo FBI.

   Os clubes, maiores interessados em mudanças estruturais na CBF, apoiaram como carneirinhos amedrontados a decisão de Del Nero. Entre os motivos alegados, em off, prevalece o medo de retaliações caso sejam contra os interesses do comando da entidade que comanda o futebol brasileiro. Será que não entendem que a força está com eles?

Samuel Eto’o – Voltando de Istambul tive a satisfação de viajar ao lado do atacante camaronês Samuel Eto’o, 34 anos, que marcou seu nome na história do Barcelona, Inter de Milão e Chelsea, na Business Class da Turkish Airlines. Ele veio ao Brasil para disputar um jogo-festa entre Comercial e Botafogo, clássico de Ribeirão Preto (SP) conhecido como Come-Fogo. Atualmente, ele é jogador e treinador interino do Antalyaspor, time da primeira divisão da Turquia. Artilheiro do campeonato turco com 15 gols e aparentemente em boa forma física, seria um grande nome para times brasileiros que procuram um atacante dos bons. 

Barcelona – O time catalão fechou com chave de ouro o ano de 2015 ao vencer facilmente o River Plate por três a zero na final do Mundial de Clubes da FIFA, no estádio Internacional de Yokohama, no Japão. Apesar do River ter maior torcida - cerca de 15 mil argentinos viajaram para acompanhar o campeão da Libertadores no Mundial -, o talento de Messi, Neymar e Suárez foi suficiente para levar o Barça - campeão também em 2009 e em 2011 – à consagração. Agora, o Barcelona é o único tricampeão do torneiro, seguido pelo Corinthians (bicampeão), São Paulo, Internacional, Milan, Manchester United, Inter de Milão, Bayern de Munique e Real Madrid.

O Barcelona venceu o River Plate e agora é o único tricampeão
mundial de clube da FIFA (Foto: fifa.com)

Marta, a rainha do futebol mundial

Publicado no dia 16 de dezembro de 2015
Por Roberto Maia

Marta foi considerada a melhor jogadora de futebol do mundo 
por cinco vezes consecutivas (Foto: FIFA/Divulgação)
Essa época do ano é a mais chata do futebol brasileiro. A ausência de jogos e os clubes fazendo planejamento para a temporada de 2016 criam um festival de fofocas, especulações e muitas notícias sem fundamento. Clubes, jogadores e empresários “plantam” notícias nos órgãos de imprensa com o objetivo de influenciar o mercado.]

   Vou aproveitar a coluna dessa semana para exaltar uma mulher que fez muito pelo futebol feminino brasileiro. A craque Marta que já foi escolhida como melhor jogadora de futebol do mundo por cinco vezes consecutivas, um recorde inclusive entre os homens. Ela foi, inclusive, considerada pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.

   Porque resolvi falar dela? Me chamou a atenção que após 12 anos consecutivos, Marta não está na lista das melhores jogadoras do mundo do prêmio Bola de Ouro organizado pela FIFA, que será realizado no próximo dia 11 de janeiro, em Zurique, na Suíça. As três finalistas são Carli Lloyd (Estados Unidos), Aya Miyama (Japão) e Celia Sasic (Alemanha).

   Estará ela decadente aos 29 anos de idade? Ou desanimou vendo que apesar de tudo o que realizou vestindo a camisa da seleção brasileira percebeu que o futebol de mulheres não é levado a sério no Brasil? Eu fico com a segunda hipótese. Penso que somente quando os grandes clubes brasileiros resolverem investir em times competitivos a modalidade terá sucesso por aqui. Mas é preciso dinheiro de patrocinadores fortes e apoio da televisão. Além disso, creio que os jogos deveriam acontecer nas preliminares das partidas do Brasileirão. O torcedor brasileiro precisa se empolgar com o seu time feminino da mesma maneira que torce pelo masculino. Atualmente, o Corinthians, por exemplo, leva muito mais torcedores a um jogo de futebol de salão do que a seleção brasileira feminina leva em alguns dos seus jogos.

   Como as coisas nunca aconteceram por aqui, Marta teve que exibir o seu futebol brilhante no exterior. E como ela joga muito, divulga e faz crescer o futebol feminino em outros lugares. Com exceção do Vasco da Gama e do Santa Cruz (MG) no início da carreira e do Santos em duas oportunidades, Marta desfilou seu dom futebolístico no Umeå IK (Suécia), Los Angeles Sol (EUA), FC Gold Pride (EUA), Western New York Flash (EUA), Tyresö FF (Suécia) e FC Rosengård (Suécia).
Parece que as grandes exibições da “Pelé de Saias” não serviram para motivar os dirigentes e empresários brasileiros. Ano que vem tem Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro e haverá uma grande torcida – e pressão – para que nossas jogadoras conquistem medalhas de ouro. Pode até acontecer, mas não devemos nos iludir. Outros países como os Estados Unidos, Alemanha, França, Inglaterra e Japão estão hoje muito na nossa frente. No ranking da FIFA o Brasil é o sétimo colocado, atrás da Coreia do Sul e apenas três pontos na frente da Suécia.

   Mesmo sem estar entre as melhores do mundo esse ano, Marta continua fazendo história com a camisa da seleção brasileira. Disputando o Torneio Internacional de Natal – que não recebeu nenhum destaque da grande mídia -, a camisa 10 atingiu a marca de cem gols pelo Brasil em jogo domingo passado contra o México. Antes, no dia 11, Marta passou Pelé em números de gols na seleção, ao marcar cinco vezes contra Trinidad e Tobago. Agora ela é a maior artilheira da história da seleção brasileira. Este ano ela também atingiu outra marca importante: com 15 gols se tornou a maior artilheira da história da Copa do Mundo de futebol feminino.

   Ao menos o seu talento foi reconhecido na Calçada da Fama do Maracanã. Ela é a primeira e até agora a única mulher a deixar a marca dos pés naquele local, que homenageia os grandes craques do futebol brasileiro.

Maior artilheira da história da seleção brasileira, 
Marta passou Pelé em número de gols
(Foto: Rafael Ribeiro-CBF/Divulgação)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

O futebol brasileiro está vivo

Por Roberto Maia

Renato Augusto ganhou todos os prêmios como melhor jogador 
do Brasileirão 2015 (Foto: Rafael Ribeiro-CBF/Divulgação)
A temporada 2015 chega ao fim com saldo bastante positivo. Apesar dos grosseiros erros da arbitragem e dos escândalos envolvendo a cúpula da CBF, o futebol brasileiro dá mostras que ainda pode recuperar o prestígio arranhado após a humilhante derrota por 7 a 1 para a Alemanha na Copa de 2014.

     O Brasileirão 2015 teve bons jogos, evolução técnica e tática, muitos gols e grandes públicos lotando as principais arenas. Se por um lado o Corinthians superou todas as marcas desde que o campeonato tem esse formato com 20 clube, também marcou um recorde negativo com 32 treinadores demitidos. O Timão somou 81 pontos em 38 jogos com 24 vitórias, nove empates e apenas cinco derrotas. Teve o ataque mais positivo (71 gols), a defesa menos vazada (31 gols) e um saldo de 40 gols – 39 a mais que o saldo do quinto colocado do campeonato, o Inter-RS.

     Com a conquista do hexacampeonato brasileiro, o Corinthians lidera o Ranking Nacional de Clubes da CBF com 14.664 pontos. Ao todo, são 224 clubes ranqueados e completam a lista dos dez primeiros o Grêmio (14.210), Cruzeiro (14.064), Santos (13.936), São Paulo (13.374), Flamengo (13.288), Atlético-MG (13.244), Palmeiras (13.056), Internacional (13.000) e Fluminense (12.682). O Vasco que caiu para a Série B pela terceira vez em oito anos é o 11  º com 11.928 pontos.

     Não por acaso vários jogadores do Corinthians integram a seleção do campeonato e receberam prêmios pela atuação. O craque do campeonato foi Renato Auguro. O meia de 27 anos disputou 30 jogos no Brasileirão e marcou cinco gols – além de muitas canetas (bola entre as pernas dos adversários). Livre dos problemas físicos e contusões, o jogador disputou a melhor temporada da carreira que começou no Flamengo em 2005. Da Gávea se transferiu para o Bayer Leverkusen, time alemão que defendeu até 2012. Chegou ao Corinthians sob desconfiança por causa das contusões frequentes. Deu a volta por cima e tem contrato com o alvinegro até o fim de 2016.

     A lista dos melhores do Brasileirão tem também Cássio, Marcos Rocha, Gil, Jemerson, Douglas Santos, Rafael Carioca, Elias, Jadson, Ricardo Oliveira e Luan. O Craque da Galera foi Nenê do Vasco e o gol mais bonito foi marcado por Lucca do Corinthians no clássico contra o São Paulo. A revelação do Brasileirão foi o jovem Gabriel Jesus do Palmeiras.

     Importante ressaltar que além de Renato Augusto, o Brasileirão deste ano mostrou o renascimento de outros importantes jogadores que estavam desacreditados. São os casos de Jadson, Ricardo Oliveira e Pato. Jadson veio de contrapeso no empréstimo de Pato ao São Paulo. Começou o ano na reserva do uruguaio Lodeiro e quase foi para o futebol chinês. Caso fosse escolhido o craque do campeonato ninguém contestaria e ainda marcou 13 gols, além de inúmeras assistências.

     Alexandre Pato parece ter encontrado a posição em que rende mais. Marcou 26 gols na temporada mas deixou o Tricolor com o fim do empréstimo. Agora terá que definir os rumos para o futuro da sua carreira. Se não conseguir uma transferência para algum clube do exterior terá que retornar ao Corinthians no dia 6 de janeiro para a pré-temporada. Tite já sinalizou que quer o jogador. Resta saber se ele terá o perdão da Fiel Torcida.

     O caso mais emblemático é o de Ricardo Oliveira. O jogador de 35 anos chegou ao Santos com um contrato de risco e ganhando um salário baixo. Foi artilheiro do Brasileirão com 20 gols e também do Paulistão. Coroou a temporada com a volta à Seleção brasileira.

Ricardo Oliveira deu a volta por cima, foi artilheiro do campeonato 
retornou à Seleção (Foto: Rafael Ribeiro-CBF/Divulgação)

Gabriel Jesus foi a revelação do Brasileirão 
campeão da Copa do Brasil no primeiro ano como 
profissional (Foto: Rafael Ribeiro/CBF/Divulgação)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

O gigante acordou! Palmeiras renasce no embalo da torcida

Por Roberto Maia

Fernando Prass defendeu pênalti e converteu a última penalidade 
que deu o terceiro título da Copa do Brasil ao Verdão
(Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação)

A noite do dia 2 de dezembro de 2015 ficará marcada na mente dos torcedores palmeirenses. Foi a noite da redenção alviverde. Noite de sofrimento e êxtase. Noite em que o gigante acordou. E despertou com o barulho e vibrações positivas emanadas por sua fanática massa de torcedores apaixonados. A noite inesquecível entra para a história do Palestra e marca o renascimento de um clube centenário e de tradições inquestionáveis, mas que amargava crise que parecia interminável. Mas, hoje, como disse o quarentão com fôlego de garoto Zé Roberto, você torcedor palmeirense pode bater no peito do seu colega e dizer “o Palmeiras é grande, o Palmeiras é gigante”!

   Como nada acontece com facilidade na história recente do Verdão, o enredo do jogo final contra o Santos teve requintes de crueldade e tortura aos apaixonados torcedores. Antes de soltar o grito engasgado na garganta o torcedor verde sofreu muito. E contou com a ajuda decisiva de mais um goleiro aspirante ao posto de santo, tal qual ao grande Marcos. Fernando Prass foi um monstro em campo. Coube a ele fazer defesas milagrosas – não somente neste jogo -, pegar pênalti e ainda bater e marcar o último que deu o tricampeonato da Copa do Brasil ao Palmeiras. O primeiro título conquistado na nova casa palestrina, o moderno Allianz Parque.  

   A conquista coroa um ano que começou cheio de esperança, mas que estaria perdido já que o Verdão foi vice no Paulistão em final disputada contra o próprio Santos – e definida também nos pênaltis – e ficou longe da disputa do título brasileiro e da vaga à Libertadores. Marcelo Oliveira, o treinador bicampeão brasileiro com o Cruzeiro, depositou todas as suas fichas na Copa do Brasil e se consagrou. Tivesse perdido ontem provavelmente não emplacaria 2016 no comando do time palmeirense. Aliás, Marcelo estava com competição atravessada em seu peito, pois foi vice-campeão três vezes - duas com o Coritiba e outra com o Cruzeiro. Justiça a um treinador competente e trabalhador.

   Quando passar a ressaca da conquista, a direção palmeirense começará a pensar seriamente na disputa da Copa Libertadores da América, competição em que foi campeão em 1999. O presidente Paulo Nobre, que resgatou a dignidade do Palmeiras com uma administração eficiente em que até colocou muito dinheiro do próprio bolso, saneou dívidas e remontou um time inteiro para essa temporada, já fala em reforços para entrar com força na disputa do torneio continental. A torcida certamente fará sua parte e continuará a lotar a arena e proporcionar arrecadações milionárias. Os gritos de “dá-lhe, dá-lhe porco”, “vamos ganhar porco” e “é festa no chiqueiro” ecoarão forte para empurrar o time a outras conquistas.  

   A Libertadores da América de 2016 poderá ter o trio de ferro do futebol paulista caso o São Paulo confirme o quarto lugar no Brasileirão na última rodada no próximo final de semana. A força do futebol paulista só não estará completa porque o Santos ficou fora. A decisão de abrir mão de tentar conquistar a vaga no Brasileirão foi um erro fatal. Tudo teria dado certo se a vitória no primeiro jogo na Vila Belmiro tivesse com número maior de gols. O poderia ter acontecido já que o Santos dominou amplamente o time do Palmeiras, criou inúmeras situações de gol e apenas um. Muito provavelmente o jovem atacante Nilson será crucificado e responsabilizado pela perda do título da Copa do Brasil. Tivesse ele marcado o gol imperdível no final do jogo na Vila e a história poderia ter sido outra. O ano santista só não é considerado perdido porque conquistou o Paulistão. O saldo positivo é que conseguiu reconstruir um elenco no início de 2015 e revelou jovens talentos, além é claro de ter resgatado o goleador Ricardo Oliveira. A missão agora será mantê-los já que despertaram o interesse de muitos times do exterior.


   Dois mil e dezesseis está logo ali e promete muitas emoções!

Presidente Paulo Nobre contratou 25 jogadores para a temporada
e o  treinador Marcelo Oliveira, bicampeão brasileiro pelo
Cruzeiro (Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação)

Dudu quase foi o herói do jogo. Fez dois gols e se redimiu da
final do Paulistão, onde foi expulso e perdeu pênalti.
(Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação)

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Corinthians é o Barcelona do Brasil

Publicado no dia 26 de novembro de 2015

Por Roberto Maia

Em campo, o Corinthians mostrou que tem muito mais que um time. 
Seu elenco “comprou” a ideia tática do treinador Tite. 
(Foto: Agência Corinthians/Divulgação)

O que já era uma bola cantada se transformou em realidade. O Corinthians é o campeão brasileiro de 2015. O título, conquistado longe da sua torcida no acanhado estádio de São Januário frente ao agonizante Vasco da Gama, premia o time mais bem preparado do país e revela o abismo que está se formando para as demais grandes equipes do futebol brasileiro. O Corinthians foi campeão também fora das quatro linhas. Qual time brasileiro teve apenas três treinadores nos últimos oito anos? Na prática dois – Tite e Mano Menezes -, porque Adilson Batista teve passagem relâmpago no comando do alvinegro. Durante esse mesmo período, o grupo político que chegou ao comando do clube em 2007 – ano em que o time caiu para a Série B do Brasileirão - fez mudanças profundas na administração. Entre as mais significativas, alterou os estatutos que prevê alternância na presidência a cada três anos, eleições diretas com voto dos associados, construiu um centro de treinamento dotado de sofisticada infraestrutura e uma arena que pode ser considerada uma das mais modernas do mundo. Os resultados logo começaram a surgir com o Timão conquistando a Copa do Brasil (2009), Paulistão (2009 e 2013), Brasileirão (2011), Libertadores da América (2012), Mundial Interclubes da FIFA (2012) e Recopa Sul-Americana (2013). O hexacampeonato deste ano é apenas mais um para coroar o êxito da administração.

   Claro que a oposição dentro do clube não está satisfeita – o que é saudável - e cobra promessas não cumpridas. É o caso do CT da base que ainda não foi concluído. O complexo está sendo construído ao lado do CT dos profissionais. Mesmo sem as condições ideais, a base corinthiana vem revelando talentos. Se não gerou nenhum craque fora de série, colocou jovens promissores na foto do título nacional. Lá estão Malcon, Marciel, Guilherme Arana, Yago, Matheus Vidotto, Matheus Pereira, Matheus Vargas, Rodrigo Sam, Pedro Henrique, Samuel e Gustavo Vieira.

   Tudo isso aliado a um faturamento excepcional oriundo da grande exposição na mídia e da força da torcida, que empurra o time em campo e consume muito fora dele. A continuar nessa toada o Corinthians tem tudo para se isolar no topo do futebol brasileiro. Claro, se continuar determinado no planejamento desenvolvido até aqui e não se deslumbrar com as conquistas alcançadas. 

  Nos últimos dias os torcedores do Corinthians tripudiaram os rivais e principalmente os são-paulinos por causa do humilhante 6 a 1 do último domingo. Após placar semelhante do Barcelona em cima da Roma em jogo da Liga dos Campeões da Europa, o comentário nas mídias sociais era de que o Barça não é isso tudo e que deveria enfrentar o time reserva do Timão para ver o que é bom. Será?

   E foi justamente no time espanhol da Catalunha que os dirigentes alvinegros foram buscar referências em 2007. Em novembro daquele ano, três diretores do Barcelona estiveram no Parque São Jorge conversando com diretores e conselheiros do Timão. O encontro era uma retribuição à visita do então diretor financeiro, Raul Corrêa da Silva para conhecer a estrutura do clube e os projetos administrativos e de marketing. O plano era administrar o Corinthians de uma maneira mais moderna. Na oportunidade, os diretores do Barça apresentaram um projeto de gestão que foi desenvolvido quando o clube estava em uma situação muito parecida com a do Corinthians. O então presidente Andrés Sanchez usou os mesmos padrões internacionais de gestão, apenas adaptando à realidade do futebol brasileiro. 

   Parece que deu certo.

A taça do hexacampeonato veio para coroar um trabalho iniciado 
em 2007 com o time rebaixado para a Série B do Brasileirão 
(Fotos: Agência Corinthians/Divulgação) 

“O sonho acabou, vamos encarar a realidade!”

Publicada no dia 19 de novembro de 2015

Por Roberto Maia

A antes temida camisa canarinho da seleção já não mete medo nos 
adversários e não encanta os torcedores (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)

Já vai longe o tempo em que um jogo da seleção brasileira conseguia concentrar as atenções e até parar o país. Houve tempo em que torcedores comemoravam quando jogadores do seu time eram convocados para a seleção. Hoje, pelo contrário, lamentam. Eu mesmo acho que a última vez que me emocionei e vibrei com a seleção brasileira foi durante a Copa de 1982, quando era treinada por Tele Santana e encantou o mundo com o futebol apresentado. Como nem tudo é perfeito, infelizmente, acabamos eliminados pela Itália. Até hoje, passados 33 anos, aquele time é lembrado com saudades. Juro que lamento muito mais aquela triste eliminação do que o humilhante 7 a 1 para a Alemanha na Copa de 2014.

   Atualmente, vejo que nas mídias sociais os clubes merecem muito mais espaço e comentários do que a seleção. Já testemunhei comentários nos dias seguintes a jogos das eliminatórias que mostram o quanto distante está a população na outrora temível e respeitada seleção brasileira. Enquanto tomava um cafezinho na padaria, na manhã após o jogo contra a Argentina, ouvi ao meu lado dois amigos conversando:

- Assistiu ao jogo da seleção ontem?

- Não, estava mais preocupado com os atentados terroristas em Paris.

- E você, assistiu?

- Um pouco. Mas estava tão feio que já estava torcendo para a Argentina, quem sabe mandam o Dunga embora e o Tite assume a seleção.

   Triste realidade! Chegamos ao ponto de um brasileiro torcer para a Argentina contra nós para ver se as coisas melhoram. E não há como tirar a razão desses desiludidos torcedores. Os dirigentes e o modelo de gestão adotado nos últimos anos estão enterrando o que já foi o nosso maior patrimônio e motivo de orgulho. A seleção brasileira em campo é apenas o reflexo do que acontece fora das quatro linhas. Como podemos ser fortes e respeitados se o ex-presidente da CBF está preso nos Estados Unidos e o atual morre de medo de também acabar atrás das grades? Com um treinador que, embora seja um campeão mundial como jogador, nunca ganhou um título importante na carreira. Dunga pode até ter virtudes como técnico, mas encontra muitas limitações para exercer o seu trabalho. Ele nem sempre consegue convocar os melhores jogadores, além de não treinar o time de forma adequada por falta de tempo. Para não perder o emprego, adota um futebol medroso e que pouco explora as qualidades individuais dos jogadores.

   A seleção hoje vive uma dependência absurda de Neymar. Claro que o craque do Barcelona pode decidir partidas, mas é muito pouco para nossa seleção. Se ele não joga ou se não está inspirado corremos o risco de uma derrota. E não precisa ser uma seleção de primeira linha mundial para ameaçar o Brasil. Sofremos até em jogos para selecionados menos expressivos e sem tradição no mundo do futebol. Assistir a um jogo da nossa seleção é um exercício de paciência. Torcer e vibrar então já é pedir demais.

   A que ponto chegamos! Se eu fico nervoso assistindo aos jogos do selecionado brasileiro, imagino o quanto devem ficar irritados craques do passado como Pelé, Rivellino, Gerson, Tostão, Carlos Alberto, Clodoaldo, etc.


   Para quem não sabe, a frase do título dessa coluna é de um gênio que deixou saudade, tal qual o futebol praticado pela seleção brasileira no passado. Peguei emprestada, pois nada pode ser mais atual e perfeito para o momento da nossa seleção do que a frase dita por John Lennon sobre o fim dos Beatles. 

Dunga não é o único culpado pelo triste  momento 
vivido pela seleção brasileira (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)

Água Santa e São Paulo, exemplos extremos do futebol

Publicado no dia 12 de novembro de 2015

Por Roberto Maia

Fundado em 1981, o Água Santa disputou apenas competições 
amadoras até 2011 (Foto: diadema.sp.gov.br)

Entra ano, sai ano e não percebemos avanços significativos na estrutura e na gestão do futebol brasileiro. A Copa do Mundo de 2014 na prática só serviu para a construção e reforma de uma dúzia de arenas pelo país, além de muitas outras coisas estranhas envolvendo o dinheiro público. Algumas arenas tornaram-se absolutamente inúteis após o termino do Mundial. No geral, o que vemos são estádios arcaicos, sem mínimas condições de receber público e com gramados que mais parecem pastos. Que me desculpem os pecuaristas com a comparação, pois, certamente, há pastos em melhores condições.

   Por falar em estádios sem condições de receber jogos dos times da elite do futebol brasileiro, não há como não comentar o do Esporte clube Água Santa, de Diadema, na região do ABC paulista. Não contra o time que conquistou brilhantemente no campo o direito de disputar a Séria A1 do Paulistão de 2016. O time de Diadema pode ser considerado um fenômeno e com futuro promissor se conseguir manter e ampliar o profissionalismo mostrado até agora. Após se profissionalizar em 2012, quando disputou a quarta divisão do Campeonato Paulista, o Água Santa conquistou três acessos consecutivos até chegar à elite paulista. O problema não está no campo e sim na estrutura que o clube dispõe para receber jogos dos times grandes da capital e suas torcidas.

   Para se adequar às exigências da Federação Paulista de Futebol, que determina estádios com capacidade para pelo menos 10 mil torcedores, o Água Santa correu para ampliar a sua casa. Correu tanto que na semana passada viu parte das arquibancadas desabar. O acidente coloca em risco os planos do clube para o Paulistão 2016. Caso não haja tempo para reerguer a estrutura e o estádio não seja liberado em tempo, o Mirassol, quinto colocado do Paulista A2 de 2014 ocupará o lugar do Água Santa no Grupo D do Paulistão, que tem o Corinthians, RB Brasil, Mogi Mirim e Rio Claro.

  Se isso acontecer será uma pena para o time de Diadema, mas deixará escancarada a falta de profissionalismo no futebol. Como se já não bastasse o campeonato realizado em poucas datas, com excesso de times e com uma fórmula esdrúxula que coloca frente a frente times profissionais e outros semiprofissionais e quase amadores.

  Mas profissionalismo não é uma palavra que pode ser aplicada à gestão da maioria dos grandes times do futebol brasileiro. A todo instante vemos exemplos de amadorismo explícito praticado por dirigentes despreparados e incompetentes. Nesse rol poucos escapam.

   Um exemplo recente é o que os dirigentes estão fazendo com o São Paulo Futebol Clube. Clube rico, o Tricolor já foi considerado um exemplo de administração. Hoje é exemplo de como fazer as coisas erradas. Como se não bastassem as denúncias de corrupção e a troca de sopapos entre o presidente e o vice – que culminaram com a renúncia de Carlos Miguel Aidar -, ainda demitiram o jovem treinador Doriva, que estava há apenas um mês no clube. E faltando apenas quatro rodadas para o fim do Brasileirão e o time ainda disputando uma vaga na Libertadores. Então Doriva era bom para o ex-dirigente e ruim para o atual? Percebemos claramente que não existem critérios para a contratação de um treinador. E se Milton Cruz é bom o suficiente para encarar essa difícil missão porque então ele nunca é efetivado como treinador? A resposta é simples: não existe planejamento.

Água Santa a São Paulo são apenas retratos de dois extremos do futebol paulista. A gestão sem planejamento pode até dar frutos em curto prazo, porém não resiste por muito tempo. Será que é difícil entender isso?   

Renúncia de Carlos Miguel Aidar parece não ter 
mudado nada no São Paulo 
(Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)  

Campeonato “manchado” pela competência de Tite


Publicado no dia 05 de novembro de 2015                                                                   

                                                                      Por Roberto Maia

Tite merece o respeito dos torcedores pelo trabalho sério 
no comando do Corinthians (Foto: Agência Corinthians/Divulgação)

Depois do jogo entre Atlético-MG e Corinthians no domingo passado, o treinador atleticano Levir Culpi perdeu a chance de ficar calado quando reafirmou que o campeonato está “manchado”. Considero o Levir um dos melhores técnicos do Brasil e está fazendo um excelente trabalho com o alvinegro mineiro. Mas, desmerecer o trabalho do seu colega de profissão Tite foi demais. Como já disse aqui nesta coluna, os erros de arbitragem excederam todos os limites nesse Brasileirão. Difícil dizer quem não saiu prejudicado. O professor Levir não pode esquecer que se hoje o Corinthians está 11 pontos à frente do Galo é porque venceu os dois confrontos diretos. Se o Atlético tivesse saído vitorioso nos dois jogos essa diferença seria de apenas cinco pontos e o campeonato estaria aberto.

   Sempre fui crítico do estilo do Tite, que até em determinado momento era chamado de “Empatitie” tantos eram os empates do time corinthiano. Certo que mesmo com sua tática retranqueira e achando que o empate é melhor que uma derrota, o Corinthians conquistou os maiores e mais importantes títulos da sua história. Mas sem nunca apresentar um futebol vistoso. Pragmatismo de resultados.

   Após o ano sabático de Tite em 2014, quando viajou para a Europa para “aprender”, muitos – e eu me incluo – não acreditaram que o aprendizado pudesse ser demonstrado de maneira tão eficiente. Tite mostrou que além de evoluir taticamente, consegue como ninguém administrar um vestiário. Para quem não lembra, o time que estreou no Brasileirão em jogo contra o Cruzeiro, em Minas, tinha Cassio, Edilson, Yago, Edu Dracena e Uendel; Cristian, Bruno Henrique, Petros e Emerson; Mendoza e Romero. O time começou bem o campeonato, mas logo perdeu suas duas principais estrelas – Guerrero e Emerso -, além de Fábio Santos, Petros e Mendoza. Fora isso, contornou problemas como a insatisfação dos jogadores com salários atrasados e as contusões sérias de Fagner, Bruno Henrique, Uendel, Rildo e Luciano. Sem esquecer a péssima fase técnica e fisica de Vagner Love.

   Até os mais fanáticos corinthianos imaginavam a reviravolta que iria acontecer. Campeão? Nem pensar! Era time para no máximo ficar no meio da tabela e fugir da zona da degola. Tite merece os parabéns pelo trabalho e o respeito de todas as torcidas. Ele pode estar abrindo o caminho para uma nova safra de treinadores, jogando para a aposentadoria aqueles que não estudam e sejam realmente profissionais em suas funções. O campeoníssimo Murici Ramalho percebeu isso e já está trilhando o mesmo caminho do técnico corinthiano. Foi para a Europa e humildemente foi aprender com o Barcelona. 


quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Publicado nos Jornais de Bairros Associados em 29/10/2015

Ídolos marcam gols importantes fora de campo

Por Roberto Maia

 Desde 2010, Elias desenvolve projeto que contribui para uma vida 
melhor para crianças e adolescentes do Parque Novo Mundo 
(Foto: Daniel Augusto Jr./Ag.Corinthians)  

No final de semana passado tive o prazer de participar de uma feijoada beneficente realizada no Salão Nobre do Parque São Jorge, a sede do Corinthians, organizada pelo ex-goleiro do clube, Tobias. Ele que defendeu o Timão por sete anos e se eternizou na história do clube e no coração dos torcedores por participar da conquista do título paulista de 1977 e também por ter sido o herói do jogo contra o Fluminense no dia 5 de dezembro de 1976 – que ficou marcado como “a invasão corinthiana ao Maracanã” – já há vários anos vem marcando gols importantes na vida. Tobias realiza um projeto social que recupera pessoas drogadas e ajuda crianças carentes. Ele que é reverenciado pelos torcedores do Timão pelas defesas, merece mais esse reconhecimento pelo trabalho que vem desenvolvendo. 

Para quem é mais jovem e não lembra, no histórico jogo da “invasão” ao Rio de Janeiro, Tobias defendeu três pênaltis na decisão por pênaltis daquela partida válida pela semifinal do Brasileiro de 1976 e classificou o Corinthians para a final. "Até fico emocionado ao lembrar aquele dia. Tinha mais de 70 mil torcedores corinthianos no Maracanã. Eu até tomei um susto quando entrei no campo. Parecia que estávamos jogando em São Paulo”, relembra Tobias, que defendeu a meta alvinegra durante sete anos (1974 a 1980) e disputou 125 jogos.

Tal como Tobias, outros jogadores – ainda em atividade ou aposentados - realizam trabalhos importantes para ajudar comunidades carentes. Muitos deles por terem tido infância e vida difícil até conseguir a consagração como atletas do futebol. Um outro jogador do Corinthians do elenco atual também faz um trabalho digno de aplausos em prol dos mais necessitados. Elias, ídolo do Timão e da seleção brasileira desenvolve um projeto social que ajuda mais de 400 crianças e adolescentes da comunidade onde cresceu, no Parque Novo Mundo, na capital paulista.

Desde 2010, o Projeto Elias contribui para construir uma vida melhor para centenas de jovens através da prática do futebol e de outras atividades como a prática da leitura através de uma biblioteca comunitária com livros, jornais e revistas. Há, ainda, palestras e cursos de informática, manutenção e montagem de computador, atividades de tapeçaria, pintura, bordados, etc.

Felizmente, outros ídolos do futebol também dedicam tempo e dinheiro em atividades filantrópicas que ajudam pessoas necessitadas. São os casos de Raí (Fundação Gol de Letra) e Cafu (Fundação Cafu).

O ex-goleiro Tobias realiza projeto social que recupera pessoas 
do vício das drogas (Foto: Reprodução/fiscaldafiel.com.br)

Copa do Brasil – Santos e Palmeiras farão uma final paulista no torneio que garante vaga à Copa Libertadores do próximo ano. O time santista nem tomou conhecimento do São Paulo, enquanto o alviverde sofreu muito para passar pelo Fluminense em jogo decidido em uma emocionante disputa de pênaltis. O momento atual do Santos é melhor e o credencia como favorito ao título. Já o Palmeiras jogará para salvar o ano e chegar em 2016 com menos pressão por resultados. Os jogos que definirão o campeão da Copa do Brasil serão disputados nos dias 25 de novembro e 2 de dezembro. Importante lembrar que gol fora de casa não usado como critério de desempate.


Coluna publicada nos Jornais de Bairros Associados em 22 de outubro de 2015

Está chegando a hora de mostrar quem é o melhor

Por Roberto Maia

O Corinthians de Renato Augusto é o grande favorito ao 
título do Brasileirão (Foto: Daniel Augusto Jr./Ag.Corinthians)

A temporada do nosso futebol tupiniquim está chegando em sua etapa decisiva. Os clubes que almejam algo maior já entraram na reta final das competições e vislumbram títulos, taças e classificação à Copa Libertadores da América do próximo ano.

No Brasileirão, a torcida do Corinthians vive um misto de euforia e angustia. Ao mesmo tempo em que vê o time sobrando no campeonato também fica com um pé atrás, pois se acostumou a sofrer até os derradeiros minutos da disputa. A rodada deste final de semana pode deixar as coisas ainda mais tranquilas se o Timão vencer o Flamengo em sua arena onde é quase imbatível. Até porque o rival direto ao título, o Atlético Mineiro, tem parada indigesta contra a embalada Ponte Preta que sonha com a quarta colocação e, quem sabe, uma vaga à Libertadores.

Na Copa do Brasil, apenas os santistas têm motivos para comemorar – por enquanto. Na primeira rodada da semifinal neste meio de semana, São Paulo e Palmeiras amargaram derrotas na competição que pode levar direto à Libertadores. Na semana que vem, uma vitória simples em casa pode dar a vaga à final ao Palmeiras, enquanto o Santos tem situação confortável e só ficará fora se perder por três gols na Vila Belmiro – estádio em que acumula 11 vitórias consecutivas no Brasileirão.

Entre os quatro grandes do futebol paulista, o Santos tem sido o mais surpreendente. Iniciou o ano perdendo jogadores, que entraram com ações na Justiça do Trabalho alegando falta de pagamento e conseguiram liberação. Foram os casos de Leandro Damião, Mena e Arouca, entre outros. Desacreditado, conseguiu chegar à final do Paulistão contra o renovado Palmeiras – que contratou 25 jogadores para a temporada – e contrariando expectativas ficou com o título após acirrada disputa de pênaltis.

O Corinthians, após um início de temporada arrasador e jogando um futebol que encantou torcedores e críticos, quase entrou em crise após ser eliminado do Paulistão em sua casa justamente para o arquirrival Palmeiras. Sem dinheiro, ainda viu dois dos seus principais jogadores – Guerrero e Emerson Sheik - debandarem para o Flamengo. Era o prenuncio de um ano de dificuldades. E a caminhada não foi nada fácil. No início de junho, o Timão foi massacrado pelo Grêmio no Brasileirão em uma vitória por 3 a 1 que não deixava dúvidas quanto ao que o futuro poderia trazer. Naquela oportunidade, o time comandado por Tite amargou a quinta derrota em dez jogos e era o 11º colocado na competição.

O São Paulo trouxe um treinador de primeira linha, o colombiano Juan Carlos Osorio, mas derrapou feio fora das quatro linhas. O clube que outrora fora exemplo de administração se envolveu em um emaranhado de problemas – desde disputas políticas até suspeita de corrupção – e pode terminar 2015 sem nenhuma conquista. Justamente no ano em que perderá o seu maior ídolo, o goleiro Rogério Ceni, que já anunciou a aposentadoria.

Já o Palmeiras aparece como a maior decepção até o momento. Jogando em sua nova arena Allianz Parque, empolgou os torcedores e deu esperança de sonhos maiores. Perdeu o Paulistão na final, trocou de treinador - trouxe o bicampeão do Brasileirão Marcelo Oliveira – e alterna bons e maus momentos no campeonato. Ainda não justificou o grande investimento realizado.
Claro que ainda tudo pode mudar. Nem tudo está perdido. A conquista da Copa do Brasil pode alterar o rumo da história. O mesmo vale para o Corinthians que, apesar de favorito ao título nacional, ainda não ganhou nada e tem que continuar brigando até o fim como exige a sua fiel torcida.    

O Palmeiras ainda não justificou o grande 
investimento na contratação de 25 jogadores
 para a temporada (Foto: Cesar Greco/Ag.Palmeiras)


Maior surpresa do ano entre os paulistas, o Santos está na 
final da Copa do Brasil (Foto: santosfc.com.br)

Rogério Ceni pode se aposentar sem nenhuma conquista em um 
ano de dificuldades para o Tricolor (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)