sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

COPA LIBERTADORES PODERÁ TER CLÁSSICO PAULISTA NA FINAL

POR ROBERTO MAIA

A decisão da Copa Libertadores da América 2020 poderá ter um duelo paulista entre Palmeiras e Santos (Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras)

Se tudo correr bem, a Copa Libertadores da América 2020 poderá ter um duelo paulista entre os dois times brasileiros (Palmeiras e Santos) classificados para as semifinais, que serão disputadas na segunda semana de janeiro.

Na terça-feira, dia 15, o Verdão foi o primeiro classificado, após a vitória sobre o Libertad (Paraguai) por 3 a 0 no Allianz Parque. No dia seguinte foi a vez do Peixe também conseguir a vaga ao atropelar o time do Grêmio por 4 a 1 na Vila Belmiro.

O adversário do time santista sairá do duelo entre os entre os argentinos Racing e Boca Juniors. O primeiro jogo foi vencido pelo Racing – 1 a 0. O jogo de volta será no dia 23 no estádio La Bombonera, em Buenos Aires. Já o Alviverde enfrentará o River Plate (Argentina) que garantiu a classificação na quinta-feira, dia 17, ao golear o Nacional (Uruguai) por 6 a 2. O time argentino já havia vencido o primeiro confronto por 2 a 0.

Assim, Santos e Palmeiras estão novamente entre os quatro melhores times das Américas. O time santista chega pela nona vez à fase semifinal da Copa Libertadores. As quatro primeiras foram na década de 1960 (62, 63, 64 e 65) e as demais nesse século (2003, 2007, 2011 e 2012). Já o Verdão chega invicto (oito vitórias e dois empates) dois anos após ser eliminado pelo Boca Juniors. Essa será a oitava participação do clube nessa etapa da competição. Anteriormente chegou em 1961, 1968, 1971, 1999, 2000, 2001 e 2018. O Santos é tricampeão do torneio continental (1962, 1963 e 2011), enquanto o Palmeiras levantou a taça em uma única oportunidade (1999).

O atacante Rony comemorou gol contra o Libertad com selfie no Allianz Parque (Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras)

Em um ano complicação por causa da pandemia do novo coronavírus, o que chama a atenção é que os dois times tiveram que incluir vários garotos revelados em suas respectivas bases. E eles não se intimidaram, jogando por terra uma antiga tese de que é preciso jogadores cascudos (experientes) para disputar a Libertadores.

Prova dessa ousadia dos jovens foi o gol marcado pelo atacante Kaio Jorge no jogo do Santos contra o Grêmio. O menino de apenas 18 anos não se intimidou com a importância da partida. Logo após o árbitro apitar o início do jogo, roubou a bola de Jean Pyerre, que falhou ao tentar recuar, e em velocidade driblou o goleiro Vanderlei e marcou seu gol aos 11 segundos de jogo. Além dele, os também garotos Sandry e John mostraram talento e fizeram a diferença, mostrando que não sentiram a pressão de um jogo mata-mata de Libertadores.

Marinho rodou por muitos clubes antes de alcançar destaque no ataque do Santos (Foto: Ivan Storti/Santos FC)

Um dos destaques do jogo contra o tricolor gaúcho foi o experiente Marinho. Ele marcou o segundo gol do Peixe e protagonizou outras importantes jogadas. Com quatro gols na Libertadores e 21 nesse ano, o atacante de 30 anos rodou o mundo antes de alcançar destaque com a camisa do Santos. Curiosamente ele veio do Grêmio, onde não estava sendo aproveitado antes de ser contratado pelo Santos.

No Palmeiras, apesar do elenco recheado de jogadores experientes, os garotos vindo da base também estão mostrando serviço na Libertadores. Entre eles, Danilo, Gabriel Menino, Gabriel Veron e Patrick de Paula.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

TIME FEMININO ENCHE DE ORGULHO OS TORCEDORES DO CORINTHIANS

POR ROBERTO MAIA

Time feminino do Corinthians conquistou o bicampeonato brasileiro contra o Avaí/Kindermann, na Neo Química Arena. (Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians)

O ano de 2020 será lembrado para sempre como o da pandemia do coronavírus, que assolou o planeta fazendo mais de 1,5 milhão de vítimas fatais até o momento. Como consequência, o futebol no mundo foi paralisado por meses e voltou, voltando depois a ser disputado sem os torcedores, a razão maior da sua existência. No Brasil não foi diferente e o Campeonato Brasileiro já em seu segundo turno alterna bons jogos com outros de péssima qualidade.

Oscilando colocações do meio para baixo na tabela, os torcedores do Corinthians sofrem com a qualidade do elenco e o futebol ruim apresentado. A Fiel torce para o time não despencar e chegar à temida zona do rebaixamento.

Mas, apesar do sofrimento com o time principal na disputa do Brasileirão da Série A, os corinthianos encontraram um motivo para comemorar nesse ano ruim: o time de futebol feminino do clube, que no domingo passado conquistou o bicampeonato brasileiro em jogo contra o Avaí/Kindermann, na Neo Química Arena. Comandado pelo técnico Arthur Elias, as garotas do Timão venceram por 4 a 2 e levantaram mais uma taça na modalidade. Os gols corinthianos foram marcados por Gabi Nunes, Victoria Albuquerque e pela craque do time, Gabi Zanotti, que marcou duas vezes.

Em 2019, o bicampeonato brasileiro já havia batido na porta. Com um desempenho fantástico, o time chegou invicto à final contra a Ferroviária. Empatou na decisão e acabou perdendo na disputa dos pênaltis e ficou com o vice-campeonato.

Gabi Nunes é uma das jovens estrelas do Timão que está ajudando a escrever um capítulo glorioso na história do clube (Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians)

O Corinthians tem 110 anos de história, mas o futebol feminino somente chegou ao Parque São Jorge em 2016. E para cumprir uma exigência da Conmebol, que determinou que para os clubes poderem disputar a Copa Libertadores com seus times masculinos, deveriam manter equipes femininas. O Timão cumpriu a determinação e foi além. Contratou uma comissão técnica de qualidade e um mix de jogadoras jovens e outras mais experientes. Manteve a base, ofereceu as condições adequadas e em pouco tempo se impôs como o principal protagonista do futebol feminino no Brasil. Em apenas quatro anos, o time feminino do Alvinegro faturou a Copa do Brasil (2016), o Brasileirão (2018 e 2020), a Copa Libertadores (2017 e 2019) e o Campeonato Paulista (2019).

Ao conquistar o Brasileirão deste ano, o Timão assegurou vaga para as próximas duas edições da Copa Libertadores da América. O torneio deste ano foi adiado por causa da pandemia e o Corinthians, atual campeão, terá a oportunidade de defender o título em março de 2021, na Argentina. Meses depois, entre setembro e outubro, disputará a Libertadores de 2021, no Chile.

Vencer a Libertadores pode ter um gostinho ainda mais especial. É que existem tratativas para a realização de um Mundial de Clubes entre times femininos envolvendo representantes da América do Sul, da Concacaf (Américas Central e do Norte), da Europa e da Ásia.

Mas o que enche de orgulho os torcedores do Corinthians é que o time feminino multicampeão tem qualidade, joga com raça e custa muito menos que os profissionais da equipe masculina. Para manter o time feminino, o clube gasta cerca de R$ 5 milhões por ano, o equivalente a apenas dez dias da folha salarial do elenco principal masculino. Se considerarmos os cerca de R$ 1,5 milhão de patrocínios para o time das mulheres, o custo anual cai para R$ 3,5 milhões.

Tomara outros grandes clubes do Brasil não façam o mesmo que o Corinthians e montem times femininos fortes e de qualidade.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

MOMENTO CERTO OU NÃO... ROGÉRIO CENI JÁ MERECE SER QUESTIONADO!

POR TABATHA MAIA

Mesmo decepcionado com a eliminação da Copa Libertadores, Rogério Ceni mostrou confiança em seu trabalho no Flamengo. (Fotos: Paula Reis/Flamengo)

Se tudo estava indo bem em Fortaleza....no Rio de Janeiro, a história está se mostrando bem diferente. Pelo menos até o momento! No começo de novembro, Rogério Ceni agitou o mundo esportivo ao trocar o Fortaleza pelo Flamengo. O clube carioca aceitou pagar a multa rescisória no valor de R$ 1 milhão, que valia para as duas partes em caso de quebra do vínculo.

O técnico que chegou a ser apontado como um dos principais nomes da atualidade no meio esportivo chegou trazendo muita expectativa para a torcida rubro-negra, mas está deixando a desejar e já virou até alvo de protestos entre os flamenguistas.

Em menos de um mês, o profissional já carrega duas eliminações em sua bagagem, e ambas em jogos mata-mata. Na Copa do Brasil contra o São Paulo, seu ex-clube, e a mais recente na Copa Libertadores contra o Racing (ARG), nos pênaltis.

A eliminação da Libertadores, competição importante para qualquer time, deu o que falar já que foram apontados diversos erros do técnico, como terminar a partida sem dois jogadores importantes: Everton Ribeiro e Arrascaeta. Mas manteve Vitinho até o final. Outro erro levantado foi demorar em colocar Pedro na partida e não repor a expulsão do zagueiro Rodrigo Caio.

Vale pontuar que no comando do Fortaleza, Ceni tinha a segunda melhor defesa da competição no Campeonato Brasileiro e deixou a equipe na zona de classificação para a Copa Sul-Americana.

Será que Ceni foi realmente precipitado em aceitar a proposta do Flamengo? Na visão de alguns amantes do futebol esse era o momento, já que ele conquistou tudo no Nordeste: a Série B do Brasileirão de 2018, a Copa do Nordeste de 2019 e os campeonatos estaduais de 2019 e 2020.

Muitos críticos questionam se o ex-treinador do Fortaleza está preparado para comandar um time da grandeza do Flamengo.

Para outros, a grande maioria torcedores do tricolor paulista, Ceni foi um grande “traidor”, já que a expectativa era de que ele assumisse o clube no próximo ano após as eleições e a saída definitiva do presidente Leco.

Precipitado ou não, nós só podemos trabalhar com os números e eles não são dos melhores. Em seis jogos comandando o rubro-negro, Ceni tem apenas uma vitória, três empates e duas derrotas. Até o momento, o aproveitamento é de 33%, bem inferior ao de seu antecessor, o espanhol Domènec Torrent, que somava mais de 60% até ser demitido.

É claro que com as duas eliminações, o Brasileirão já se tornou meio que uma obrigação, segundo a cobrança da torcida após o jogo da última terça-feira, no Maracanã.

Além de cobrar o título, a torcida não poupou nos gritos e emendou “time sem vergonha”, focando em dirigentes, nos jogadores Vitinho e Gustavo Henrique e, claro, no Ceni. Será que ele irá aguentar essa pressão toda?

TABATHA MAIA É JORNALISTA E COLABORADORA DO PORTAL TRAVELPEDIA

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

MARADONA ETERNO! MORRE O HOMEM, NASCE A LENDA!

POR ROBERTO MAIA

Maradona disputou quatro Copas do Mundo com a seleção argentina: ganhou a de 1986 e foi vice-campeão em 1990. (Foto: Reprodução vídeo Conmebol)

O futebol perdeu um gigante. Diego Armando Maradona morreu aos 60 anos de parada cardiorrespiratória quando se recuperava de uma cirurgia no cérebro. Considerado um dos maiores jogadores da história do futebol, encantou o planeta com o seu talento com a bola nos pés. Inteligente e rápido, driblava adversários com surpreendente facilidade. Sua perna esquerda parecia encantada. Fazia lançamentos precisos, seus chutes eram certeiros tanto de longa ou de curta distância, e as cobranças faltas eram praticamente indefensáveis. Era conhecido como "El Pibe de Oro" e disputou quatro Copas do Mundo.

Na Argentina, Maradona não era considerado um ser humano normal. Era reverenciado como uma divindade. Era uma entidade, tanto que uma igreja – maradoniana - foi criada e dedicada a ele. Era um deus!

A discussão entre brasileiros e argentinos seguirá para todo o sempre. Quem foi melhor, Pelé ou Maradona? Não importa, ambos foram geniais e estão muito distantes dos demais chamados craques do futebol.

Maradona encantou o mundo com seu talento. Aos 15 anos já arrastava os torcedores do Argentinos Juniors, o time que o revelou, para as partidas preliminares. Não demorou muito para estar entre os profissionais. Seu repertório de jogadas fazia suspirar os apreciadores do futebol arte. A primeira convocação para a seleção argentina também veio rápida, aos 17 anos. Por pouco não disputou a Copa do Mundo de 1978 e até hoje suscita discussões sobre o seu polêmico corte.

Torcedor fanático do Boca Juniors, Maradona realizou o sonho de vestir a camisa xeneize em 1980, após ter sido artilheiro em dois campeonatos e ser eleito pela segunda vez o melhor jogador da América do Sul. O sucesso foi imediato e a Argentina ficou pequena para o seu futebol. Por 8 milhões de dólares, um recorde à época, foi contratado pelo poderoso Barcelona pouco antes da Copa do Mundo de 1982.

O astro argentino também atuou como treinador, inclusive dirigindo a seleção do seu país na Copa do Mundo de 2010. (Foto: Reprodução AS TV)

A adaptação não Europa não foi fácil e alternou grandes jogos com outros onde pouco apareceu. Em dois anos no clube da Catalunha, também teve hepatite, sofreu uma séria contusão e recebeu uma suspensão de três meses. Foi quando apareceu o pequeno Napoli, da Itália, interessado em seu futebol.

Em Nápoles, Dieguito foi amado e venerado como um rei. E correspondeu. Consagrado mundialmente após a conquista da Copa do Mundo de 1986, no México, era o orgulho da pequena cidade no sul do país. Naquele Mundial, Maradona fez um gol histórico e polêmico. Nas quartas-de-final contra a Inglaterra, marcou um incrível gol de mão que ficou conhecido como “La mano de Dios”.

Na temporada de 1986/87, Maradona deu ao Napoli seu primeiro título na Série A do Campeonato Italiano. Nos oito anos que jogou no Napoli, o time também conquistou a Copa da Itália e a Copa da UEFA, o primeiro título continental do clube. No auge da carreira, na temporada de 1989/90, o craque argentino conduz novamente o Napoli ao scudetto. A cidade se rendia ao seu rei. 

Fora dos campos Maradona também colecionou confusões e problemas. Em 1991 foi pego no exame antidoping, escancarando o vício do astro nas drogas. Também foi acusado de ligações com a máfia napolitana e foi suspenso do futebol por 15 meses. A partir daí começou um período de decadência. Ainda jogou no Sevilla, Newell’s Old Boys e Boca Juniors antes de encerrar definitivamente a carreira. Depois atuou como diretor técnico e treinador, inclusive dirigiu a seleção argentina na Copa do Mundo de 2010.

Maradona morreu, mas a lenda será eterna!

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

BRASIL SEGUE INVICTO NAS ELIMINATÓRIAS DA COPA DO MUNDO

 POR ROBERTO MAIA

O próximo jogo da Seleção Brasileira nas Eliminatórias será em 25 de março de 2021, contra a Colômbia. (Fotos: Lucas Figueiredo/CBF)

A Seleção Brasileira termina o terrível e confuso ano de 2020 com 100% de aproveitamento nas Eliminatórias da Copa do Mundo FIFA Catar 2022. Com quatro jogos disputados, o Brasil soma 12 pontos ganhos, seguido por Argentina (10), Equador (9), Uruguai (6) e Paraguai (6). São dez seleções disputando quatro vagas diretas no Mundial, enquanto o quinto colocado participa de repescagem.

Mas o que parece uma boa notícia – e realmente é – pode representar também uma falsa imagem de que a nossa seleção canarinho chegará forte à Copa e em condições de levantar a taça pela sexta vez. Vimos isso na Copa do Mundo da Rússia, onde o Brasil chegou entre os favoritos e acabou eliminado pela Bélgica.

Os jogos disputados entre as seleções da América do Sul impõem competitividade limitada, uma vez que apenas o Brasil, a Argentina, o Uruguai, o Equador, o Chile e a Colômbia têm chances de classificação. Venezuela, Peru e Bolívia dificilmente chegarão ao Catar. E mesmo entre as principais seleções do continente o desnível técnico é bem grande.

Ao longo das Eliminatórias da Copa do Catar, o técnico Tite terá oportunidade de testar muitos jogadores


Os jogos das Eliminatórias na América do Sul serão disputados até o dia 31 de março de 2022, um tempo demasiado longo para a formação de um grupo de jogadores que realmente irão à Copa do Catar. Nos quase dois anos da disputa muitos atletas se revezarão com a camisa da Seleção e somente os que estiverem em melhor forma física e técnica em 2022 terão o passaporte carimbado para o Mundial. 

A Copa do Mundo do Catar será a última disputada no atual formado com 32 seleções representando as cinco confederações filiadas à FIFA: CAF (África), AFC (Ásia), Concacaf (América do Norte, Central e Caribe), Conmebol (América do Sul), Uefa (Europa) e OFC (Oceania).

Em 2026, tudo será diferente. A FIFA já confirmou que a Copa que será disputada nos Estados Unidos, Canadá e México terá 48 seleções. Isso significa que a Conmebol, bem como as demais confederações, terá um número maior de vagas, o que certamente fará com que o nível técnico da próxima Eliminatórias e da própria Copa do Mundo seja ainda menor. Entretanto, o maior número de seleções na Copa significará uma maior geração de lucro no já bilionário evento, que é considerado o maior do mundo.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

TREINADORES “FORASTEIROS” COMEÇAM A FAZER O CAMINHO DE VOLTA

 POR ROBERTO MAIA

Eduardo Coudet deixa o líder Internacional para comandar o Celta, time onde jogou na temporada 2002/2003 espanhol (Foto: Ricardo Duarte/SC Internacional)

Recentemente falei aqui sobre o sucesso dos treinadores estrangeiros no futebol brasileiro. E não é que logo após a primeira rodada do returno do Campeonato Brasileiro, dois dos cinco “forasteiros” já não comandam os seus times. O argentino Eduardo Coudet resolveu trocar o líder Internacional para dirigir o Real Club Celta de Vigo, na Espanha. Já o espanhol Domènec Torrente foi demitido pelo Flamengo após o time sofrer duas goleadas consecutivas no Brasileirão - 4 a 1 para o São Paulo e 4 a 0 para o Atlético-MG.

A demissão de Domènec não surpreendeu. Já a saída de Coudet causou estranheza. Afinal, o Colorado lidera o campeonato e está entre os favoritos ao título nacional, enquanto o Celta ocupa apenas a 17ª colocação na LaLiga Santander 2020/2021 e briga para não ser rebaixado. O vínculo com o Inter ia até o final de 2021 e a multa estabelecida para o rompimento é de quase R$ 10 milhões e que deverá ser paga pelo clube da Espanha. 

Domènec Torrente, que chegou com a fama de ser auxiliar de Guardiola, não resistiu a duas goleadas consecutivas (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

A troca escancara a diferença de forças entre os clubes da Europa e os do Brasil. No entanto, não há termos de comparação entre o que representa o Internacional e o Celta no cenário mundial. O Colorado é um dos clubes mais populares do futebol brasileiro e tem cerca de 6,3 milhões de torcedores. É tricampeão brasileiro, bicampeão da Copa Libertadores e campeão mundial de clubes.

Então por que Coudet deixaria um clube vencedor como o Internacional por um time considerado pequeno na Espanha e internacionalmente? Entre os motivos estariam a segurança de trabalhar na Europa e o aspecto afetivo que o liga ao Celta. Antes de se consagrar vestindo as camisas do River Plate e Rosário Central na Argentina, o ex-meio-campista foi jogador do Celta na temporada 2002/2003, onde disputou apenas 12 partidas. Apesar de curta a passagem pelo Celta foi importante para o clube. A equipe terminou com a quarta melhor campanha no campeonato espanhol, atrás de Real Madrid, da Real Sociedad e de seu maior rival Deportivo La Coruña.

O Celta faz temporada ruim e ocupa a 17ª colocação no campeonato espanhol (Foto: LaLiga/Divulgação)


O Celta herdou o nome das antigas tribos celtas, que passaram séculos vivendo na região que hoje é conhecida como Galícia - situada no noroeste da Espanha e próximo de Portugal. O clube é reconhecido pelo espírito de batalha e bravura celta, o que é, facilmente, confundido com o estilo latino de se jogar futebol. Muito parecido com a forma aguerrida dos argentinos e, também, dos gaúchos.

Naquela época o Celta era conhecido como "Eurocelta", quando protagonizou grandes façanhas. Foi vice-campeão da Copa do Rei de 2001, após ter eliminado o poderoso Barcelona na semifinal. Também conquistou o seu único título internacional até então, o da extinta Copa Intertoto da UEFA em 2000.

Na atual temporada o Celta não vive um bom momento. Soma apenas sete pontos (uma vitória, quatro empates e quatro derrotas), um a mais que os três clubes que ocupam a zona de rebaixamento. A equipe celeste não sabe o que é vencer há sete rodadas. Por isso, demitiu o treinador Óscar Gárcia e abriu as portas para Eduardo Coudet.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

TREINADORES “FORASTEIROS” ESTÃO EM ALTA NO FUTEBOL BRASILEIRO

 POR ROBERTO MAIA

Eduardo Coudet do Internacional é sobrinho de Filpo Núñez, treinador histórico do Palmeiras nos anos 60 (Foto: Ricardo Duarte/Internacional)

Influenciados pelo sucesso do português Jorge Jesus e do argentino Jorge Sampaoli no Campeonato Brasileiro de 2019, quando comandavam o campeão Flamengo e o vice Santos, respectivamente, os treinadores estrangeiros ganharam espaço no Brasil. E estão aproveitando a fama conquistada. Ao final do primeiro turno do Brasileirão 2020 são cinco os “forasteiros” comandando times da Série A.

Destaque para os “professores” dos três times que lideram a competição e que são treinados por profissionais de outros países. O líder Internacional tem o argentino Eduardo Coudet, o Flamengo (2º) foi buscar o espanhol Domènec Torrente para substituir Jesus que foi para o Benfica, e o Atlético-MG (3º) trouxe Sampaoli. Além deles, dois portugueses estão por aqui: Ricardo Sá Pinto no Vasco e Abel Ferreira no Palmeiras.

Em comum, Coudet, Domènec e Sampaoli são os que apresentam times com estilo de jogo diferente dos demais, além de maior número de gols marcado. O futebol vistoso e os bons resultados vão quebrando barreiras entre os dirigentes quer, cada vez mais pensam em estrangeiros na hora de trocar de técnicos. Acho bom isso, até porque eles podem influenciar os colegas brasileiros que até bem pouco tempo optavam por defesas sólidas e ataques pragmático. Era corriqueiro o esquema para jogar no erro do adversário. Podia até dar certo em alguns casos, mas o jogo ficou feio e chato.

O novo treinador do Palmeiras, Abel Ferreira, tem 41 anos e estava no PAOK da Grécia (Foto: Cesar Greco/Ag.Palmeiras) 

No passado, treinadores estrangeiros já se aventuraram no Brasil. Alguns até conseguiram bons resultados, mas os brasileiros sempre prevaleceram. O conceito usual era contratar ex-jogadores para exercerem a função de treinadores. O futebol evoluiu muito e não mais bastava a experiência de ter jogado futebol. Era necessário muito estudo e dedicação. Tanto é que consagrados craques não conseguiram resultados expressivos no comando técnico.   

Nas décadas de 1960 e 70, dois argentinos fizeram sucesso no Brasil como treinadores: Filpo Nuñez no Palmeiras e José Poy no São Paulo. Nuñez treinou diversos clubes no País, mas ganhou destaque por dar forma e comandar a chamada Academia do Verdão e conquistar o torneio Rio-São Paulo de 1965. Já Poy foi goleiro e ídolo no Tricolor. Após encerrar a carreira virou treinador e comandou diversas vez o time onde ganhou fama. Ele ganhou o Campeonato Paulista de 1975.           

No Corinthians os treinadores estrangeiros nunca conseguiram fazer sucesso e nem ganhar títulos. O último a comandar o Timão foi o argentino Daniel Passarela. Contratado em 2005 pela MSI de Kia Joorabchian para comandar o elenco cheio de estrelas como Carlito Tevez, Mascherano, Fábio Costa e Roger. Foi mandado embora após apenas 15 jogos e um histórico de resultados ruins.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR


quinta-feira, 29 de outubro de 2020

COPA DO BRASIL 2020 CHEGA À FASE DECISIVA E TEM PRÊMIO MILIONÁRIO

 POR ROBERTO MAIA

O troféu da Copa do Brasil em disputa desde 2008 foi criado pelo artista plástico Holoassy Lins de Albuquerque. (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Em um ano tumultuado por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o futebol brasileiro segue sem torcida em campo e com jogos ainda sem emoção. Além do Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil também divide a atenção dos torcedores. No domingo passado, a fase de oitavas de final começou com a classificação sofrida – nos pênaltis - do São Paulo sobre o Fortaleza. A grande final está marcada para o dia 10 de fevereiro do próximo ano.


O campeão ganha uma vaga na Copa Libertadores de 2021 e premiação que pode chegar a até R$ 72,8 milhões. Apenas para participar das oitavas de final, cada uma das 16 equipes embolsará R$ 2,6 milhões. Os times que avançarem para as quartas já garantem mais R$ 3,3 milhões.

As oito equipes envolvidas na Libertadores - Athlético (atual campeão), Flamengo, Internacional, Grêmio, São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos - entram na disputa direto nas oitavas e se juntam às demais classificadas - Botafogo, Cuiabá, Ceará, Atlético-GO, América-MG, Red Bull Bragantino, Juventude e Fortaleza (já desclassificada). A maior e mais democrática competição brasileira começou com 86 times.

Atualmente disputado a Série B do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro é o maior campeão da Copa do Brasil com seis taças conquistadas em 1993, 1996, 2000, 2003, 2017 e 2018. Na sequência com cinco títulos está o Grêmio (1989, 1994, 1997, 2001 e 2016). São tricampeões o Corinthians (1995, 2002 e 2009), Palmeiras (1998, 2012 e 2015) e Flamengo (1990. 2006 e 2013). Também levantaram o troféu o Santos (2010), Santo André (2004), Paulista (2005), Criciúma (1991), Juventude (1999), Fluminense (2007), Sport (2008), Vasco (2011), Atlético-MG (2014) e Athletico (2019). São 15 campeões diferentes nos 32 anos da competição.

CURIOSIDADES DA COPA DO BRASIL

Campeão da Copa do Brasil 2019, o Athletico inicia a defesa do título em jogos contra o Flamengo nas oitavas de final. (Foto: Roberto Souza/Site Oficial Athletico)

• Grêmio (1989, 1994 e 1997), Cruzeiro (2000 e 2003), Palmeiras (2012), Corinthians (1995), Criciúma (1991) e Flamengo (1990) foram campeões invictos.

• A Copa do Brasil nunca havia sido decidida em disputa de pênaltis até 2015, quando o Palmeiras superou o Santos e ficou com o título.

• O Sport é o único time do Nordeste campeão da Copa do Brasil. Em 2008, venceu o Corinthians na final disputada em Recife.

• O atacante Fred é o maior goleador em uma única edição do torneio com 14 gols marcados pelo Cruzeiro em 2005.

• A maior goleada pertence ao Atlético-MG. Em 1993, o Galo venceu o Caiçara (Piauí) por 11 a 0. O atacante Gérson marcou cinco vezes no jogo.

• O Internacional detém a maior soma de resultados em uma disputa eliminatória: 15 a 1. Em 1993, o Colorado venceu o Ji-Paraná (Rondônia) por 6 a 0 no jogo de ida e por 9 a 1 na volta.

• Torcedores do Remo não esquecem o jogo disputado em Belém contra o Corinthians válido pelas oitavas de final de 1996. Aos 47 minutos do segundo tempo o time paraense vencia por 1 a 0 e estava se classificando. No último lance do jogo, um escanteio para o Timão e o jogador Castor marcou contra eliminando sua equipe da disputa.

• Em 1997, o Bacabal, campeão do Maranhão, desistiu uma semana antes do início da Copa do Brasil, alegando falta de verbas.

• Em 1991, Luiz Felipe Scolari conquistou o seu primeiro título nacional como treinador pelo Criciúma em 1991.

• O recorde de público em um jogo da Copa do Brasil é de 1999, em um jogo entre Botafogo e Juventude no Maracanã. Mais de 101.5 mil pessoas assistiram ao empate sem gols.

• O menor público pertence ao jogo entre Rio Negro (Amazonas) e Juventus (Acre) em 1990, quando apenas 91 pessoas pagaram ingresso.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

PELÉ COMPLETA 80 ANOS. SALVE O REI DO FUTEBOL!

 POR ROBERTO MAIA

O mito Pelé completa 80 anos de vida repleta de conquistas e homenagens ao redor do mundo. (Foto: Reprodução CBF TV)

No dia 23 de outubro de 1940, em Três Corações (MG), nasceu o menino Edson Arantes do Nascimento. O garoto cresceu em Bauru, no interior paulista, viveu dias de dificuldades e trabalhou de engraxate para ajudar a família pobre. Tudo parecia igual à situação de milhões de brasileiros: trabalho, estudo e peladas com os amigos nos finais de semana. Porém, o destino havia reservado algo especial ao jovem que ganhou o apelido de Pelé sem ao menos entender o que isso significava. E foi a habilidade com a bola que redesenhou a história e deu novo significado ao futebol.

Aos 15 anos, Pelé foi levado pelo então treinador do Bauru Atlético Clube, Waldemar de Brito, para fazer teste no Santos Futebol Clube. O rapaz mostrou o que sabia e foi imediatamente contratado. Não demorou muito para começar a brilhar. Tanto que apenas um ano depois foi convocado pela primeira vez para defender a Seleção Brasileira. O mundo estava prestes a conhecer um mito.

O futebol genial praticado por Pelé encantava tanto que o dramaturgo Nelson Rodrigues o chamou de Rei do Futebol quando tinha apenas 17 anos. E não errou. Jogando pelo Santos, conquistou dez campeonatos paulista, seis títulos brasileiros, duas Copa Libertadores e foi duas vezes campeão na Copa Intercontinental.

Único jogador a vencer três vezes a Copa do Mundo da FIFA, Pelé alcançou a consagração na de 1970, no México. (Foto: FIFA)

Vestindo a camisa 10 da Seleção Brasileira ganhou três Copas do Mundo da FIFA (1958, 1962 e 1970), sendo o único jogador a conseguir tal feito. Também é o maior goleador da história da Seleção Brasileira, com 77 gols em 92 jogos. 

Maior artilheiro da história do Santos, Pelé marcou 1281 gols em 1363 jogos como profissional, um recorde mundial do Guinness. O milésimo gol foi esperado e comemorado como um acontecimento nacional. O gol de pênalti aconteceu e uma quarta-feira à noite – 19 de novembro de 1969 –, em um jogo do Santos contra o Vasco da Gama no Rio de Janeiro. Quis o destino que o palco para tão importante feito fosse o histórico Maracanã, então o maior estádio do mundo. Mais de 65 mil pessoas viram Pelé marcar o gol mais importante de sua carreira.

Rei do Futebol, maior jogador de todos os tempos, mais de mil gols marcados, tricampeão mundial ainda eram pouco para tanta genialidade. Tanto que em 1981, Pelé foi reverenciado com o troféu de “Atleta do Século 20” de todos os esportes pelo jornal francês L’Equipe. Nada mais justo.

Fora dos gramados o Rei continuava sendo destaque e sempre lembrado. Tanto que em 2014, durante a cerimônia do prêmio de melhor jogador do mundo, Pelé recebeu sete troféus da Bola de Ouro. A revista France Football corrigiu um erro histórico. No início, o prêmio homenageava apenas jogadores da Europa, o que deixava Pelé de fora da disputa. Na revisão, o atleta brasileiro teria sido o vencedor nas edições de 1958, 1959, 1960, 1961, 1963, 1965 e 1970.

Mural do artista Eduardo Kobra reverencia o Rei do Futebol na cidade de Santos. (Foto: Martin Lima/Divulgação)


Lenda viva, Pelé recebeu e ainda recebe homenagens mundo afora. No Brasil, tem uma estátua de cera no Museu Seleção Brasileira, no Rio de Janeiro. No Museu do Futebol, em São Paulo, tem um setor todo dedicado a ele e suas conquistas, além da exposição “Pelé 80 – o Rei do Futebol” em homenagem aos seus 80 anos de vida.

Na semana passada ganhou mais uma importante homenagem. O conhecido artista urbano Eduardo Kobra homenageou Pelé em um mural na cidade de Santos. Denominada “Coração Santista”, a obra de 800 metros quadrados está em uma parede na Ponta da Praia, região que está sendo revitalizada. Ela preenche a fachada do Centro de Atividades Turísticas (CAT), em frente ao Mercado de Peixe, recentemente inaugurado.

Parabéns Pelé! Salve o Rei do Futebol!

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

NEYMAR ULTRAPASSA RONALDO EM GOLS MARCADOS PELA SELEÇÃO BRASILEIRA

 POR ROBERTO MAIA

Neymar homenageou Ronaldo balançando o dedo indicador e mostrando o número nove com as mãos (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)


A semana começou com Lewis Hamilton igualando o recorde de 91 vitórias de Michael Schumacher na Fórmula 1 ao vencer o GP de Eifel, em Nürburgring, na Alemanha. Dois dias depois foi a vez de Neymar, que marcou três gols no jogo entre as seleções do Brasil e do Peru, válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo FIFA Catar 2022, ultrapassar a marca de Ronaldo. Agora, o camisa 10 da Seleção Brasileira contabiliza 64 gols contra 62 do Fenômeno em confrontos contra seleções nacionais. 

Principal nome do jogo vencido pelo Brasil por 4 a 2, em Lima, Neymar ao marcar o primeiro gol, de pênalti, comemorou balançando o dedo indicador e mostrando o número nove com as mãos, em referência ao craque do pentacampeonato de 2002.

À frente de Neymar em número de gols marcados pela Seleção Brasileira está Pelé, que mandou a bola para as redes adversárias em 77 oportunidades nos 92 jogos pela Seleção Brasileira. Se incluir os gols marcados em jogos contra combinados e clubes, Ronaldo tem 67 e o Rei do Futebol soma 95.

Resolvi escrever sobre esse tema porque os números não mentem e entram para as estatísticas e história. Mas não significa que Hamilton seja melhor piloto que Schumacher ou que Neymar seja maior que Ronaldo ou Pelé caso venha a alcançar a marca do Rei. O que acho possível de acontecer.

Neymar é um ótimo jogador, muito acima da média da atual geração que compõe a Seleção Brasileira nos últimos anos. Tanto que está entre os jogadores mais valorizados do mundo. Porém, Ronaldo e Pelé obtiveram conquistas mais expressivas com a camisa amarelinha da Seleção Brasileira.

Ronaldo é um dos mais consagrados jogadores do mundo e está entre os 100 melhores de todos os tempos no ranking da FIFA. (Foto: FIFA)

Falar sobre Pelé é chover no molhado. Então vou focar nas conquistas do Fenômeno, que foi eleito três vezes o melhor do mundo pela FIFA (1996, 1997 e 2002) e é bicampeão mundial com o Brasil (1994 e 2002). Não por acaso fez jus ao apelido que significa extraordinário, raro e surpreendente. Ronaldo serviu a Seleção Brasileira por quase 17 anos e disputou 105 jogos. Certamente poderia ter aumentado a conta de gols marcados caso não tivesse ficado de fora em muitos jogos por causa das graves contusões no joelho que teve ao longo da carreira.

Protagonista na Copa disputada no Japão e Coreia do Sul, Ronaldo fez valer a fama de estrela no futebol mundial na época. Com oito gols marcados no torneiro, recebeu a chuteira de ouro, além, claro, do título mundial. O eterno camisa 9 da Seleção disputou cinco Copas do Mundo pelo Brasil, tendo marcado 15 vezes e se tornado o maior artilheiro brasileiro em Mundiais. Ronaldo também conquistou duas Copa Américas (1997 e 1998) e uma Copa das Confederações (1997).

Tomara Neymar consiga superar outros recordes e ajudar o Brasil a colocar a sexta estrela na Amarelinha mais famosa do mundo.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

CORINTHIANS REPETE O PERIGOSO ROTEIRO DE 2007 NO BRASILEIRÃO

 POR ROBERTO MAIA

Torcida do Corinthians vibrou muito na última década de conquistas. Agora, reza para o time reagir no Brasileirão. (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)

No dia 2 de dezembro de 2007, o Corinthians escreveu o capítulo mais triste da sua história de 110 anos. Naquela tarde de domingo, no antigo estádio Olímpico, em Porto Alegre, o Timão empatou com o Grêmio por 1 a 1 e foi rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro. Comandado pelo treinador Nelsinho Baptista, o time foi a campo com Felipe, Fábio Ferreira, Zelão e Betão; Carlos Alberto, Bruno Octávio (Arce), Moradei, Vampeta (Héverton), e Éverton Ribeiro (Aílton); Lulinha e Clodoaldo.

Treze anos depois desse feito que envergonha a Fiel Torcida, o Corinthians volta as flertar com o perigo. E, embora ainda restem dois terços do Brasileirão a ser disputado, os torcedores têm motivos para se preocupar. O roteiro desenvolvido em 2020 coloca o heptacampeão brasileiro no foco das atenções. 

No papel o elenco atual tem mais qualidade que o de 2007, porém não demonstra em campo a mesma garra dentro de campo que era vista no time rebaixado. Coincidentemente o presidente do clube é o mesmo daquele ano, Andrés Sanchez.

Quando o Timão caiu, o mandatário corinthiano afirmou que “quem riu do Corinthians riu, porque não vai rir mais”. A promessa parecia que estava sendo cumprida. Nos anos seguintes o Corinthians conquistou os maiores títulos da sua história – Libertadores, Mundial de Clubes da FIFA e Recopa Sul-Americana -, além de levantar as taças do Brasileirão (2011, 2015 e 2017), Copa do Brasil (2009) e do Paulistão (2009, 2013, 2017, 2018 e 2019). Também trouxe Ronaldo Fenômeno, inaugurou um moderno Centro de Treinamento e a arena de Itaquera, palco da abertura da Copa de 2014.

Pressionados pelos torcedores jogadores do Corinthians pregam união para superar a crise e voltar a vencer. (Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians)

A lista é grande mas vale à pena ser colocada aqui para mostrar o enorme desperdício de dinheiro. Alguns jogadores contratados não chegaram a disputar cinco jogos com a camisa do Timão e foram emprestados a outros clubes com o Corinthians pagando parte do salário dos mesmos. Confira: Ralf, Marllon, Matheus Matias, Sidcley, Roger, Thiaguinho, Bruno Xavier, Danilo Avelar, Jonathas, Douglas, Angelo Araos, Sérgio Díaz, Michel Macedo, Gustavo Silva (Mosquito), André Luís, Richard, Ramiro, Mauro Boselli, Sornoza, Manoel, Vagner Love, Júnior Urso, Bruno Méndez, Régis, Matheus Jesus, Everaldo, Gil, Luan, Cantillo, Sidcley, Matheus Davó, Yony González, Éderson, Léo Natel, Jô, Otero e Cazares. Há, também, a contratação de três treinadores: Jair Ventura, Fábio Carille e Tiago Nunes.


Tudo parecia ir muito bem até 2018. Andrés Sanchez voltou ao comando do clube com uma nova promessa, a de saldar as dívidas cada vez maiores acumuladas ao longo das últimas gestões do seu grupo político Renovação & Transparência. Eleito com apenas 30% dos votos válidos, não mostrou o mesmo arrojo e assertividade da sua primeira passagem. Se antes conseguia contratar jogadores desconhecidos que viraram ídolos da torcida e renderam muitos milhões aos cofres do clube em suas transferências, dessa vez trouxe 37 jogadores entre jovens promissores e veteranos repatriados. Até agora não obteve sucesso em suas apostas e aumentou bastante a dívida do clube.

Dyego Coelho precisa que Jô e Luan reencontrem o bom futebol para levar o time de volta às vitórias (Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians)

Enquanto o time patina no Brasileirão com um treinador interino (Dyego Coelho), o clube fervilha por causa da disputa política para a sucessão de Sanchez na presidência do clube. Duílio Monteiro Alves deixou a diretoria do futebol profissional para se dedicar à campanha como candidato da situação. Pela oposição concorrem o ex-presidente Mário Gobbi, Paulo Garcia, Augusto Melo e Ricardo Maritan. Existem conversas adiantadas entre os oposicionistas para viabilizar uma união de forças que possa colocar fim ao “reinado” de Andrés Sanchez no Timão. 

O pleito está marcado para o dia 28 de novembro, quando apenas cerca de 3 mil associados com direito a voto decidirão o destino de uma Nação com mais de 30 milhões de torcedores.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

CORONAVÍRUS AMEAÇA SEQUÊNCIA DO BRASILEIRÃO 2020

 POR ROBERTO MAIA

Palmeiras e Flamengo jogaram por decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e com 20 minutos de atraso. (Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras)

A decisão do TST evitou uma crise entre os clubes que disputam o Brasileirão 2020. O Flamengo agiu de maneira isolada e contrária à decisão assumida pelos clubes juntamente com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), entidade organizadora da competição.
A
rodada do Campeonato Brasileiro da Série A do último final de semana, ficou marcada pela polêmica que envolveu o jogo entre Palmeiras e Flamengo, que somente ocorreu por decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Por decisão judicial a partida quase não aconteceu e o motivo do imbróglio, como todos sabem, foram os vários jogadores do rubro-negro que testavam positivo para a Covid-19. Contrário à realização do jogo, o Mengão teve que improvisar uma escalação com reservas e juniores.

A manifestação mais contundente veio do presidente do Atlético-MG, Sérgio Sette Câmara, que criticou a postura do rubro-negro de pedir o adiamento do jogo contra o Verdão. Ele demonstrou seu descontentamento com o fato de a Justiça comum ter sido acionada para tratar do caso. "Os regulamentos são claros, com previsão de penas gravíssimas. Os clubes não podem pleitear nem se beneficiar de decisões da Justiça comum que digam respeito à organização das competições. Por isso, é bom lembrar, os clubes estão unidos e atentos. Os tempos são outros. A lei é para todos", disse, exigindo punição severa do clube carioca.

O assunto chegou ao Senado Federal. A senadora Rose de Freitas (Podemos-ES) apresentou emenda que previa a suspensão de uma partida de futebol por decisão de um dos clubes quando houvesse surto de contaminação de atletas por Covid-19. Porém, o relator da matéria no Senado, Eduardo Gomes (MDB-TO), rejeitou a emenda, mas acrescentou ao relatório a possibilidade de suspensão de partidas, mediante “recomendação técnica de consulta à questão de saúde”, em caso de surto de Covid-19 entre os jogadores.

Apesar da crescente flexibilização, a pandemia do novo coronavírus segue em todo o mundo fazendo vítimas. O futebol adotou rigorosos protocolos de saúde e higiene para ser retomado. Entretanto, no Brasil, os casos de jogadores e membros das comissões técnicas contaminados são recorrentes. E são muitos os casos. Algo está errado no processo.

Paulo Henrique Ganso testou positivo logo após o jogo contra o Coritiba, dia 28, no Rio de Janeiro. (Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC)

Nessa semana, o Grêmio também divulgou que os zagueiros Geromel e Kannemann testaram positivo para o novo coronavírus. A notícia veio a menos de cinco horas do início do jogo contra a Universidad Católica, do Chile, realizada na terça-feira e válido pela quinta rodada do Grupo E da Copa Libertadores.
O caso do Flamengo revela a seriedade da questão. Foram 41 casos na delegação desde a viagem para o Equador para os jogos da Libertadores, sendo 19 jogadores. O rival Fluminense também apresentou casos de jogadores contaminados nos últimos dias. O Tricolor carioca informou que dez jogadores testaram positivo para a Covid-19. O último a ser contaminado foi o meia Paulo Henrique Ganso.

Apesar da quantidade de jogadores infectados os casos são na maioria assintomáticos com recuperação rápida e sem sequelas. Mas o risco de complicações não pode ser desprezado. O que não sabemos é sobre os desdobramentos dessas contaminações. Os atletas teriam transmitido o vírus para familiares e amigos com os quais tem contato?

Por essas e outras é que a atitude do Flamengo - e da Prefeitura do Rio de Janeiro - de pleitear a volta do público em seus jogos no Maracanã é totalmente fora de propósito nesse momento. Os torcedores estariam totalmente expostos à contaminação. Pessoas de diversas faixas etárias, que não têm a mesma retaguarda que os jogadores e seus clube, seriam vítimas fáceis para o vírus. Enquanto não houver uma vacina contra a Covid-19 os jogos devem continuar acontecendo sem torcida nos estádios.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR