quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Campeonato Brasileiro de 2023 terá força máxima

 POR ROBERTO MAIA

Troféu do Brasileirão terá forte concorrência em 2023. (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)  

Nessa fase de treinadores estrangeiros no Brasil ouvi muitos deles justificando resultados negativos à competitividade dos clubes que integram a Série A do Campeonato Brasileiro. E eles estão absolutamente certos. O Brasileirão está entre as competições nacionais mais difíceis do mundo.

E não é por menos. Basta analisarmos o Brasileirão de 2023, que terá 15 times que já foram campeões entre os 20 da Série A. São eles: Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Fluminense, Flamengo, Vasco, Botafogo, Cruzeiro, Atlético-MG, Athletico-PR, Grêmio, Internacional, Coritiba e Bahia. Apenas América-MG, Goiás, Fortaleza e Red Bull Bragantino que nunca conquistaram o troféu.

Até o momento que escrevia essa coluna 19 equipes já estão no Brasileirão do próximo ano. Cuiabá, Atlético-GO e Ceará ainda lutam pela última vaga. Mas, acredito que o clube do Mato Grosso seguirá no grupo de elite, que terá a volta de Cruzeiro, Grêmio, Vasco e Bahia que disputaram a Segundos em 2022. Portanto, o Brasileirão de 2023 terá força máxima e será um dos mais competitivos dos últimos anos.

Vitor Pereira tinha vontade de rir quando ouvia que o Campeonato Brasileiro era o mais difícil do mundo. (Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians)

Vitor pereira, o treinador português do Corinthians, definiu bem as dificuldades do Brasileirão, além da qualidade técnica dos times. Em uma entrevista ele afirmou que tinha vontade de rir quando ouvia outros dizerem que o Campeonato Brasileiro era o mais difícil do mundo.

“Quando eu vi o Jorge Jesus dizer que o Campeonato Brasileiro era o mais difícil do mundo eu não acreditava. Eu ri, achei que ele devia estar brincando. Nunca tinha visto para estudar, achava lento, mas é algo que nunca vi igual na minha vida. Aqui não fui nem de longe o treinador que já fui”, disse.

Segundo Pereira, o futebol brasileiro é um desafio muito grande pela falta de tempo para treinar, o calendário dificílimo, as viagens longas e constantes e as variações de temperaturas. “Eu tenho que confessar, já estive em vários países e o Brasil é o primeiro onde praticamente não tenho vida. Não tenho tempo para viver. Mas tem sido uma experiência difícil, mas enriquecedora”, afirmou.

Campeão brasileiro de 2022, Abel Ferreira fala sobre as dificuldades para se manter no topo. (Foto Cesar Greco/Divulgação)

Se Vitor Pereira foi pego de surpresa, bastava dois minutos de prosa com o seu conterrâneo Abel Ferreira, o vitorioso treinador do Palmeiras. O mister do Verdão também sempre afirmou que o Campeonato Brasileiro é um dos mais competitivos do mundo e que é muito difícil se manter no topo.

“É difícil ganhar e continuar a ganhar aqui. Vemos várias equipes que ganharam em um passado recente, há um ano, e que no ano seguinte não leva nada. Só no Brasil é possível o último colocado ganhar na casa do primeiro colocado, em nenhum outro campeonato é possível, só no Brasil. São equipes muito competitivas e há muitos candidatos ao título no Brasil e só uma que vai ganhar. Então, se tivesse aqui dois Guardiolas ou dois Klopps ou dois Mourinhos ou o que fosse, somente um seria campeão e quatro deles vão descer”, conclui o treinador campeão do Brasileirão 2022.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO E EDITOR DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Tite convoca Seleção Brasileira para Copa do Mundo com Dani Alves

 POR ROBERTO MAIA

Tite anuncia lista de 26 jogadores que defenderão Seleção Brasileira na Copa do Mundo FIFA Qatar 2022. (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

A convocação final para uma Copa do Mundo sempre causa surpresas e reclamações por parte da imprensa e torcedores. Mas sempre porque o treinador deixou de convocar esse ou aquele jogador. Foi assim com as ausências de Neto (1990), Alex e Romário (2002) e tantos outros “injustiçados”.

Mas, dessa vez recaem sobre um jogador convocado que a maioria acha que não deveria estar no grupo que irá à Copa do Mundo FIFA Catar 2022: Dani Alves. Aos 39 anos ele será o atleta mais velho a participar de um Mundial vestindo a camisa da Seleção Brasileira. Será a sua terceira Copa.

Embora tenha uma carreira com histórico vencedor, Dani Alves não tem mostrado o futebol de qualidade que o consagrou. Depois de passagem apagada pelo São Paulo, foi para o Barcelona e acabou dispensado. Atualmente tem vínculo com o Pumas do México, mas não é titular e não joga uma partida desde setembro.

Sem dúvida essa é uma cartada muito arriscada de Tite, um treinador conhecido pela fidelidade aos atletas que dirige. Se o comandante vinha sendo elogiado pela campanha realizada nos últimos quatro anos - apenas cinco derrotas em 76 jogos -, agora é alvo de fortes críticas.

Se conquistar o hexacampeonato será alçado à categoria de gênio estrategista, mas se perder com Dani Alves jogando será jogado à vala comum dos derrotados.

Dani Alves é o jogador com mais títulos oficiais conquistados na história do futebol mundial: 43. (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Durante o anúncio dos 26 convocados o treinador demonstrou confiança e otimismo sobre a participação do Brasil na Copa do Mundo no Qatar. No cargo técnico desde 2016, Tite teve um ciclo de quatro anos inteiros para a preparação.

“Agora é um processo inteiro de quatro anos. Tivemos mais tempo de trabalho, pudemos fazer mais testes e chamar mais jogadores. Mas não dá para comparar gerações”, afirmou.

O retrospecto de Tite lhe credencia para acreditar em um bom resultado na Copa. Em seis anos de trabalho, foram 76 jogos, com 58 vitórias, 13 empates e apenas 5 derrotas. No atual ciclo do Mundial, são 50 jogos, com 38 vitórias, 9 empates e 3 derrotas.

“Não estou dizendo que o time vai ganhar, mas o time chega mais forte, mais estruturado. Os atletas sabem como a gente trabalha. A seleção chega mais firme, mais forte e consistente para o Mundial”, garantiu.

A Seleção Brasileira inicia os treinamentos para a Copa do Mundo no dia 14 de novembro, em Turim, na Itália. A viagem para o Catar está marcada para o dia 19, cinco dias antes da estreia contra a Sérvia.

Confira a lista dos 26 convocados para defender o Brasil no Mundial do Catar:

Goleiros - Alisson - Liverpool (ING), Ederson - Manchester City (ING) e Weverton – Palmeiras (BRA);

Laterais - Alex Sandro - Juventus (ITA), Alex Telles - Sevilla (ESP), Dani Alves – Pumas (MEX) e Danilo - Juventus (ITA);

Zagueiros - Bremer - Juventus (ITA), Éder Militão - Real Madrid (ESP), Marquinhos - Paris Saint Germain (FRA) e Thiago Silva - Chelsea (ING);

Meias - Bruno Guimarães - Newcastle (ING), Casemiro - Manchester United (ING), Everton Ribeiro - Flamengo (BRA), Fabinho - Liverpool (ING), Fred - Manchester United (ING) e Lucas Paquetá - West Ham United (ING);

Atacantes - Antony - Manchester United (ING), Gabriel Jesus – Arsenal (ING), Gabriel Martinelli – Arsenal (ING), Neymar Jr. - Paris Saint Germain (FRA), Pedro – Flamengo (BRA), Raphinha - Barcelona (ESP), Richarlison - Tottenham (ING), Rodrygo - Real Madrid (ESP) e Vinicius Jr. - Real Madrid (ESP).

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO E EDITOR DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Dorival Júnior vive dias de glória no Flamengo

POR ROBERTO MAIA

Dorival Júnior vive seu melhor momento como treinador de futebol e é cotado para suceder Tite na Seleção Brasileira. (Foto: Marcelo Cortes/Flamengo)

Em poucos dias o Flamengo conquistou a Copa do Brasil e a Libertadores e o treinador Dorival Júnior passou a ser especulado para suceder Tite no comando da Seleção Brasileira a partir de 2023.

Considerado um bom técnico de futebol, Dorival Júnior vive aos 60 anos de idade o seu principal momento na carreira. Nos últimos tempos ele vinha desempenhando o papel secundário no cenário do futebol brasileiro até que surgiu o convite do Flamengo, em junho, para ocupar o lugar do português Paulo Sousa, demitido. O treinador não pensou duas vezes e deixou o Ceará onde trabalhou menos de três meses.

Claro que os torcedores do Vozão não gostaram da atitude de Dorival, Porém, dizer não para um convite do Mengão não é para qualquer um. E a decisão se mostrou acertada.

Apesar do elenco qualificado, o Flamengo patinava sob o comando de Paulo Sousa. Os torcedores – e alguns diretores - sonhavam com a volta de Jorge Jesus ao comando técnico quando Dorival foi anunciado. Muita gente torceu o nariz acreditando que ele não estaria à altura para comandar um time milionário e cheio de estrelas.

Apesar de experiente e com muita rodagem no futebol brasileiro, poucos acreditaram que Dorival pudesse dar conta do recado. Mas com muita humildade ele foi acertando o time e logo os resultados apareceram. Seu principal acerto foi conseguir escalar Gabigol e Pedro juntos, algo que seu antecessor dizia ser impossível. Outra decisão importante foi definir duas equipes diferentes para atuar nas copas e no Brasileirão. Também deu certo.

Também pesou positivamente a favor de Dorival o seu conhecimento de vários jogadores do Flamengo que já haviam trabalhado com ele em outras equipes. Casos de Filipe Luís no Figueirense, Santos e Léo Pereira no Athletico-PR, por exemplo.

Em participação no programa Bem, Amigos! do Sportv na segunda-feira (31), Dorival admitiu que assumiu o Flamengo em um momento difícil. “Era um momento complicado, de incerteza grande e insegurança. Ninguém servia ou prestava para a equipe naquele momento. Um exemplo é que o Filipe Luís estava sendo contestado e hoje ele figura numa possível convocação para a Seleção”, disse.

Segundo Dorival, a comissão técnica e o estafe do Rubronegro foram de vital importância no sucesso do trabalho. “Concordo que tivemos uma participação importante, mas divido isso com toda a comissão e estafe do Flamengo. Não tivemos mais ninguém com lesão muscular com exceção da última partida, o que nos deu sustentação. As duas equipes que jogaram, cada uma com o seu padrão, responderam muito bem. Acredito que nossas decisões foram acertadas para chegar forte nos momentos decisivos das duas taças”, afirmou.

Filipe Luís vinha sendo contestado no Mengão até a chegada de Dorival Júnior. (Foto: Marcelo Cortes/Flamengo)

Dorival Júnior, nasceu em Araraquara, cidade do interior paulista onde iniciou a carreira como jogador de futebol jogando na Ferroviária. Também jogou no Marília, São José, Coritiba, Palmeiras, Guarani, Grêmio, Figueirense, Sport, Botafogo de Ribeirão Preto, entre outras equipes. No Verdão ele jogou entre 1989 e 1992, onde foi treinado por Leão e jogou ao lado do meia Neto.

Após parar de jogar foi auxiliar técnico de Luiz Carlos Ferreira e Muricy Ramalho. Em 2003 teve inicia sua carreira como treinador. Comandou o Figueirense, Fortaleza, Criciúma, Juventude, Sport, Avaí e São Caetano, onde foi vice-campeão do Paulistão de 2007. O bom trabalho chamou a atenção do Cruzeiro que o contratou. Ele comandou o time no Brasileirão daquele ano e classificou o time mineiro para a Libertadores.

Na sequência dirigiu o Coritiba, o Vasco da Gama – que estava na Série B; o Santos, onde conquistou a Copa do Brasil e do Campeonato Paulista de 2010 e foi demitido após barrar o atacante Neymar de um clássico com o Corinthians; o Atlético-MG, o Internacional, onde foi campeão gaúcho de 2012; o Flamengo; o Vasco novamente; o Fluminense, que brigava para escapar do descenso no Brasileirão; o Palmeiras; o Santo mais uma vez; o São Paulo após a demissão de Rogério Ceni em 2017, ano em que conseguiu livrar o Tricolor do rebaixamento; o Flamengo mais uma vez; Athletic-PR e Ceará antes de retornar ao Mengão e conseguir a consagração.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO E EDITOR DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR