POR ROBERTO MAIA
O acerto com o Corinthians foi rápido e Sylvinho assinou contrato até dezembro de 2022. (Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians)
O Corinthians sonhou com Renato Gaúcho, teve um
flerte rápido com Diego Aguirre e resolveu assumir um relacionamento sério com
Sylvinho. O treinador chega ao Timão para ocupar a vaga do demitido Vagner
Mancini e, mais do que isso, para mostrar que está preparado e pode dar conta
do recado. Pesa sobre ele a dúvida por ter pouca experiência como treinador,
apenas 11 jogos no comando do Lyon, na França, em 2019.
Sylvinho é uma aposta arriscada do presidente Duílio
Monteiro Alves. Afinal o Corinthians não está em condições de fazer
contratações por conta da dívida próxima de R$ 1 bilhão. E com o elenco atual
não vem obtendo bom desempenho em campo desde o ano passado.
A torcida corinthiana também não aceitou muito bem
quanto Sylvinho rejeitou uma proposta para ser treinador em 2016, preferindo
continuar na Europa. Ele justificou a negativa explicando que estava realizando
um curso da UEFA, onde conseguiu a licença PRO, o nível máximo de formação de
treinadores no Velho Continente. Também fez os cursos de níveis A e B da CBF.
Na sua preparação para ser treinador, Sylvinho
também foi auxiliar técnico de Tite e Mano Menezes no Corinthians (2013 a
2014); auxiliar de Tite na Seleção Brasileira (2016 a 2019); e de Roberto
Mancini na Inter de Milão (2016). Também foi auxiliar de Vagner Mancini em
passagens pelo Sport e Cruzeiro.
Antes de sair para ser o treinador do Lyon, Sylvinho foi auxiliar de Tite na Seleção Brasileira. (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)
Antes de aceitar a proposta para comandar o Lyon,
Sylvinho chegou a ser anunciado como treinador da Seleção Brasileira que se
preparava para os Jogos Olímpicos que seriam disputados no Japão em 2020.
Em sua primeira entrevista coletiva como treinador
do Corinthians, Sylvinho disse que está ciente das dificuldades financeiras do
clube e que isso não será empecilho para o seu trabalho. “Problema financeiro
do Corinthians não é uma barreira para mim. Nós somos resultados das nossas
decisões. Sempre tomei as minhas com muita calma, pensando muito. Acertei umas
e errei outras”, afirmou.
Um diretor do Corinthians me disse que conhece
Sylvinho desde os tempos em que defendeu o clube como jogador e garante: “ele é
muito inteligente, estudioso, trabalhador e detalhista”.
Por tudo isso, acredito que a aposta do presidente
corinthiano possa dar certo. Diferentemente de outros treinadores que passaram
pelo clube, Sylvinho tem forte identificação com o Corinthians. Afinal, ele foi
formado pelas categorias de base do Timão, foi titular da lateral-esquerda
entre 1994 e 1999, conquistou títulos (campeonatos Paulista de 1995, 1997 e
1999; a Copa do Brasil de 1995 e o Brasileirão de 1998) e chegou à Seleção
Brasileira, antes de partir para a Europa, onde fez sucesso no Arsenal, Celta
de Vigo, Barcelona e Manchester City.
Em sua longa passagem pela Europa, Sylvinho foi
campeão da Supercopa da Inglaterra (1999) em sua primeira temporada no Arsenal;
e com a camisa do Barcelona conquistou os campeonatos Espanhol (2004–05,
2005–06 e 2008–09), a Supercopa da Espanha (2005 e 2006), a Copa da Catalunha (2004–05
e 2006–07) e a Liga dos Campeões da UEFA (2005–06 e 2008–09).
ROBERTO
MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO
PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR