quinta-feira, 26 de novembro de 2020

MARADONA ETERNO! MORRE O HOMEM, NASCE A LENDA!

POR ROBERTO MAIA

Maradona disputou quatro Copas do Mundo com a seleção argentina: ganhou a de 1986 e foi vice-campeão em 1990. (Foto: Reprodução vídeo Conmebol)

O futebol perdeu um gigante. Diego Armando Maradona morreu aos 60 anos de parada cardiorrespiratória quando se recuperava de uma cirurgia no cérebro. Considerado um dos maiores jogadores da história do futebol, encantou o planeta com o seu talento com a bola nos pés. Inteligente e rápido, driblava adversários com surpreendente facilidade. Sua perna esquerda parecia encantada. Fazia lançamentos precisos, seus chutes eram certeiros tanto de longa ou de curta distância, e as cobranças faltas eram praticamente indefensáveis. Era conhecido como "El Pibe de Oro" e disputou quatro Copas do Mundo.

Na Argentina, Maradona não era considerado um ser humano normal. Era reverenciado como uma divindade. Era uma entidade, tanto que uma igreja – maradoniana - foi criada e dedicada a ele. Era um deus!

A discussão entre brasileiros e argentinos seguirá para todo o sempre. Quem foi melhor, Pelé ou Maradona? Não importa, ambos foram geniais e estão muito distantes dos demais chamados craques do futebol.

Maradona encantou o mundo com seu talento. Aos 15 anos já arrastava os torcedores do Argentinos Juniors, o time que o revelou, para as partidas preliminares. Não demorou muito para estar entre os profissionais. Seu repertório de jogadas fazia suspirar os apreciadores do futebol arte. A primeira convocação para a seleção argentina também veio rápida, aos 17 anos. Por pouco não disputou a Copa do Mundo de 1978 e até hoje suscita discussões sobre o seu polêmico corte.

Torcedor fanático do Boca Juniors, Maradona realizou o sonho de vestir a camisa xeneize em 1980, após ter sido artilheiro em dois campeonatos e ser eleito pela segunda vez o melhor jogador da América do Sul. O sucesso foi imediato e a Argentina ficou pequena para o seu futebol. Por 8 milhões de dólares, um recorde à época, foi contratado pelo poderoso Barcelona pouco antes da Copa do Mundo de 1982.

O astro argentino também atuou como treinador, inclusive dirigindo a seleção do seu país na Copa do Mundo de 2010. (Foto: Reprodução AS TV)

A adaptação não Europa não foi fácil e alternou grandes jogos com outros onde pouco apareceu. Em dois anos no clube da Catalunha, também teve hepatite, sofreu uma séria contusão e recebeu uma suspensão de três meses. Foi quando apareceu o pequeno Napoli, da Itália, interessado em seu futebol.

Em Nápoles, Dieguito foi amado e venerado como um rei. E correspondeu. Consagrado mundialmente após a conquista da Copa do Mundo de 1986, no México, era o orgulho da pequena cidade no sul do país. Naquele Mundial, Maradona fez um gol histórico e polêmico. Nas quartas-de-final contra a Inglaterra, marcou um incrível gol de mão que ficou conhecido como “La mano de Dios”.

Na temporada de 1986/87, Maradona deu ao Napoli seu primeiro título na Série A do Campeonato Italiano. Nos oito anos que jogou no Napoli, o time também conquistou a Copa da Itália e a Copa da UEFA, o primeiro título continental do clube. No auge da carreira, na temporada de 1989/90, o craque argentino conduz novamente o Napoli ao scudetto. A cidade se rendia ao seu rei. 

Fora dos campos Maradona também colecionou confusões e problemas. Em 1991 foi pego no exame antidoping, escancarando o vício do astro nas drogas. Também foi acusado de ligações com a máfia napolitana e foi suspenso do futebol por 15 meses. A partir daí começou um período de decadência. Ainda jogou no Sevilla, Newell’s Old Boys e Boca Juniors antes de encerrar definitivamente a carreira. Depois atuou como diretor técnico e treinador, inclusive dirigiu a seleção argentina na Copa do Mundo de 2010.

Maradona morreu, mas a lenda será eterna!

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

BRASIL SEGUE INVICTO NAS ELIMINATÓRIAS DA COPA DO MUNDO

 POR ROBERTO MAIA

O próximo jogo da Seleção Brasileira nas Eliminatórias será em 25 de março de 2021, contra a Colômbia. (Fotos: Lucas Figueiredo/CBF)

A Seleção Brasileira termina o terrível e confuso ano de 2020 com 100% de aproveitamento nas Eliminatórias da Copa do Mundo FIFA Catar 2022. Com quatro jogos disputados, o Brasil soma 12 pontos ganhos, seguido por Argentina (10), Equador (9), Uruguai (6) e Paraguai (6). São dez seleções disputando quatro vagas diretas no Mundial, enquanto o quinto colocado participa de repescagem.

Mas o que parece uma boa notícia – e realmente é – pode representar também uma falsa imagem de que a nossa seleção canarinho chegará forte à Copa e em condições de levantar a taça pela sexta vez. Vimos isso na Copa do Mundo da Rússia, onde o Brasil chegou entre os favoritos e acabou eliminado pela Bélgica.

Os jogos disputados entre as seleções da América do Sul impõem competitividade limitada, uma vez que apenas o Brasil, a Argentina, o Uruguai, o Equador, o Chile e a Colômbia têm chances de classificação. Venezuela, Peru e Bolívia dificilmente chegarão ao Catar. E mesmo entre as principais seleções do continente o desnível técnico é bem grande.

Ao longo das Eliminatórias da Copa do Catar, o técnico Tite terá oportunidade de testar muitos jogadores


Os jogos das Eliminatórias na América do Sul serão disputados até o dia 31 de março de 2022, um tempo demasiado longo para a formação de um grupo de jogadores que realmente irão à Copa do Catar. Nos quase dois anos da disputa muitos atletas se revezarão com a camisa da Seleção e somente os que estiverem em melhor forma física e técnica em 2022 terão o passaporte carimbado para o Mundial. 

A Copa do Mundo do Catar será a última disputada no atual formado com 32 seleções representando as cinco confederações filiadas à FIFA: CAF (África), AFC (Ásia), Concacaf (América do Norte, Central e Caribe), Conmebol (América do Sul), Uefa (Europa) e OFC (Oceania).

Em 2026, tudo será diferente. A FIFA já confirmou que a Copa que será disputada nos Estados Unidos, Canadá e México terá 48 seleções. Isso significa que a Conmebol, bem como as demais confederações, terá um número maior de vagas, o que certamente fará com que o nível técnico da próxima Eliminatórias e da própria Copa do Mundo seja ainda menor. Entretanto, o maior número de seleções na Copa significará uma maior geração de lucro no já bilionário evento, que é considerado o maior do mundo.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

TREINADORES “FORASTEIROS” COMEÇAM A FAZER O CAMINHO DE VOLTA

 POR ROBERTO MAIA

Eduardo Coudet deixa o líder Internacional para comandar o Celta, time onde jogou na temporada 2002/2003 espanhol (Foto: Ricardo Duarte/SC Internacional)

Recentemente falei aqui sobre o sucesso dos treinadores estrangeiros no futebol brasileiro. E não é que logo após a primeira rodada do returno do Campeonato Brasileiro, dois dos cinco “forasteiros” já não comandam os seus times. O argentino Eduardo Coudet resolveu trocar o líder Internacional para dirigir o Real Club Celta de Vigo, na Espanha. Já o espanhol Domènec Torrente foi demitido pelo Flamengo após o time sofrer duas goleadas consecutivas no Brasileirão - 4 a 1 para o São Paulo e 4 a 0 para o Atlético-MG.

A demissão de Domènec não surpreendeu. Já a saída de Coudet causou estranheza. Afinal, o Colorado lidera o campeonato e está entre os favoritos ao título nacional, enquanto o Celta ocupa apenas a 17ª colocação na LaLiga Santander 2020/2021 e briga para não ser rebaixado. O vínculo com o Inter ia até o final de 2021 e a multa estabelecida para o rompimento é de quase R$ 10 milhões e que deverá ser paga pelo clube da Espanha. 

Domènec Torrente, que chegou com a fama de ser auxiliar de Guardiola, não resistiu a duas goleadas consecutivas (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

A troca escancara a diferença de forças entre os clubes da Europa e os do Brasil. No entanto, não há termos de comparação entre o que representa o Internacional e o Celta no cenário mundial. O Colorado é um dos clubes mais populares do futebol brasileiro e tem cerca de 6,3 milhões de torcedores. É tricampeão brasileiro, bicampeão da Copa Libertadores e campeão mundial de clubes.

Então por que Coudet deixaria um clube vencedor como o Internacional por um time considerado pequeno na Espanha e internacionalmente? Entre os motivos estariam a segurança de trabalhar na Europa e o aspecto afetivo que o liga ao Celta. Antes de se consagrar vestindo as camisas do River Plate e Rosário Central na Argentina, o ex-meio-campista foi jogador do Celta na temporada 2002/2003, onde disputou apenas 12 partidas. Apesar de curta a passagem pelo Celta foi importante para o clube. A equipe terminou com a quarta melhor campanha no campeonato espanhol, atrás de Real Madrid, da Real Sociedad e de seu maior rival Deportivo La Coruña.

O Celta faz temporada ruim e ocupa a 17ª colocação no campeonato espanhol (Foto: LaLiga/Divulgação)


O Celta herdou o nome das antigas tribos celtas, que passaram séculos vivendo na região que hoje é conhecida como Galícia - situada no noroeste da Espanha e próximo de Portugal. O clube é reconhecido pelo espírito de batalha e bravura celta, o que é, facilmente, confundido com o estilo latino de se jogar futebol. Muito parecido com a forma aguerrida dos argentinos e, também, dos gaúchos.

Naquela época o Celta era conhecido como "Eurocelta", quando protagonizou grandes façanhas. Foi vice-campeão da Copa do Rei de 2001, após ter eliminado o poderoso Barcelona na semifinal. Também conquistou o seu único título internacional até então, o da extinta Copa Intertoto da UEFA em 2000.

Na atual temporada o Celta não vive um bom momento. Soma apenas sete pontos (uma vitória, quatro empates e quatro derrotas), um a mais que os três clubes que ocupam a zona de rebaixamento. A equipe celeste não sabe o que é vencer há sete rodadas. Por isso, demitiu o treinador Óscar Gárcia e abriu as portas para Eduardo Coudet.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

TREINADORES “FORASTEIROS” ESTÃO EM ALTA NO FUTEBOL BRASILEIRO

 POR ROBERTO MAIA

Eduardo Coudet do Internacional é sobrinho de Filpo Núñez, treinador histórico do Palmeiras nos anos 60 (Foto: Ricardo Duarte/Internacional)

Influenciados pelo sucesso do português Jorge Jesus e do argentino Jorge Sampaoli no Campeonato Brasileiro de 2019, quando comandavam o campeão Flamengo e o vice Santos, respectivamente, os treinadores estrangeiros ganharam espaço no Brasil. E estão aproveitando a fama conquistada. Ao final do primeiro turno do Brasileirão 2020 são cinco os “forasteiros” comandando times da Série A.

Destaque para os “professores” dos três times que lideram a competição e que são treinados por profissionais de outros países. O líder Internacional tem o argentino Eduardo Coudet, o Flamengo (2º) foi buscar o espanhol Domènec Torrente para substituir Jesus que foi para o Benfica, e o Atlético-MG (3º) trouxe Sampaoli. Além deles, dois portugueses estão por aqui: Ricardo Sá Pinto no Vasco e Abel Ferreira no Palmeiras.

Em comum, Coudet, Domènec e Sampaoli são os que apresentam times com estilo de jogo diferente dos demais, além de maior número de gols marcado. O futebol vistoso e os bons resultados vão quebrando barreiras entre os dirigentes quer, cada vez mais pensam em estrangeiros na hora de trocar de técnicos. Acho bom isso, até porque eles podem influenciar os colegas brasileiros que até bem pouco tempo optavam por defesas sólidas e ataques pragmático. Era corriqueiro o esquema para jogar no erro do adversário. Podia até dar certo em alguns casos, mas o jogo ficou feio e chato.

O novo treinador do Palmeiras, Abel Ferreira, tem 41 anos e estava no PAOK da Grécia (Foto: Cesar Greco/Ag.Palmeiras) 

No passado, treinadores estrangeiros já se aventuraram no Brasil. Alguns até conseguiram bons resultados, mas os brasileiros sempre prevaleceram. O conceito usual era contratar ex-jogadores para exercerem a função de treinadores. O futebol evoluiu muito e não mais bastava a experiência de ter jogado futebol. Era necessário muito estudo e dedicação. Tanto é que consagrados craques não conseguiram resultados expressivos no comando técnico.   

Nas décadas de 1960 e 70, dois argentinos fizeram sucesso no Brasil como treinadores: Filpo Nuñez no Palmeiras e José Poy no São Paulo. Nuñez treinou diversos clubes no País, mas ganhou destaque por dar forma e comandar a chamada Academia do Verdão e conquistar o torneio Rio-São Paulo de 1965. Já Poy foi goleiro e ídolo no Tricolor. Após encerrar a carreira virou treinador e comandou diversas vez o time onde ganhou fama. Ele ganhou o Campeonato Paulista de 1975.           

No Corinthians os treinadores estrangeiros nunca conseguiram fazer sucesso e nem ganhar títulos. O último a comandar o Timão foi o argentino Daniel Passarela. Contratado em 2005 pela MSI de Kia Joorabchian para comandar o elenco cheio de estrelas como Carlito Tevez, Mascherano, Fábio Costa e Roger. Foi mandado embora após apenas 15 jogos e um histórico de resultados ruins.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR