sexta-feira, 31 de julho de 2020

TRISTEZA NÃO TEM FIM! SÃO PAULO ELIMINADO PELA 24ª VEZ EM CONFRONTOS DE MATA-MATA DESDE 2013.


POR ROBERTO MAIA


Como diz a letra da música “A Felicidade” do genial Vinícius de Moraes, “tristeza não tem fim, felicidade sim”. Após o jogo em que o São Paulo foi eliminado do Campeonato Paulista pelo Mirasol, um time remendado que perdeu 18 jogadores durante a paralização do futebol por causa da pandemia, lembrei de um amigo que provavelmente estaria sofrendo naquele instante. Ele, como milhões de torcedores do Tricolor, certamente está cansado e humilhado pela falta de títulos e principalmente pelas eliminações para times de pouca expressão diante da grandeza e das glórias do São Paulo.

  Não vou revelar o nome dele, mas sua história é bastante curiosa. Quando o conheci ele era torcedor da Portuguesa de Desportos. Aliás ele era o único torcedor da Lusa que eu conhecia. Acredito que a sua escolha tenha sido motivada por influência do pai português, mas não tenho certeza.

  Sócio do SPFC por causa da proximidade da sua residência passou a conviver com são-paulinos. Seus colegas do clube eram pessoas felizes e satisfeitas com o período de conquistas ao longo das décadas de 80 e 90, estendendo-se até 2008 – ano em que o Tricolor conquistou o tricampeonato do Brasileirão. A fase era tão boa que os torcedores tricolores apelidaram o time de Soberano. O que para os adversários era arrogância, para os são-paulinos era apenas uma constatação. 


Sem motivos para aplaudir, Fernando Diniz não consegue dar equilíbrio emocional ao time e agora está sob pressão

  Então, em um determinado momento, meu amigo cansado de sofrer e nunca poder gritar “é campeão” resolveu que seu coração não seria mais da Portuguesa. E sua escolha, naturalmente, foi passar a torcer pelo São Paulo. E o que aconteceu? Ele que sofria com a falta de títulos da Lusa passou a sofrer com os revezes do Tricolor. Costumo brincar com ele que a culpa pelo calvário tricolor é dele por ter abandonado a querida Portuguesa. Mas é claro que a verdadeira culpa pelos resultados negativos dentro de campo vêm de fora das quatro linhas.

  O São Paulo multicampeão era sinônimo de gestão organizada e vitoriosa, que servia de exemplo para os demais rivais do estado. Porém, tudo mudou a partir do terceiro mandato consecutivo do ex-presidente Juvenal Juvêncio através de uma manobra que mudou o estatuto do clube. A partir daí vieram sucessivas gestões equivocadas com presidentes e diretores de futebol errando acima do limite suportável. Diversos grupos situacionistas e oposicionistas passaram a travar uma guerra muitas vezes irracional pelo poder.

  Desde que Muricy Ramalho, um dos maiores ídolos da história do São Paulo, deixou o comando técnico do time após a conquista do tricampeonato do Brasileirão de forma consecutiva - 2006, 2007 e 2008 -, o que se viu foi uma sucessão de erros. Treinadores qualificados e outros nem tanto passaram a ser trocados após alguns resultados negativos. Jogadores de renome e muitos inexpressivos passaram a ser contratados. Jovens promissores revelados pelas categorias de base logo são vendidos para o exterior para conter o crescente endividamento. O planejamento antes invejado deu lugar às trapalhadas que levaram à atual situação.


Jovens promissores como Antony, revelados nas categorias de base, ficam pouco tempo e logo são vendidos para o exterior (Fotos: Rubens Chiri/saopaulofc.net)

A eliminação para o Mirasol na quarta-feira foi a 24ª em confrontos de mata-mata desde 2013, sendo a sétima dentro do Morumbi. A maioria delas foi para times pequenos e inferiores tecnicamente, enquanto outras vieram para arquirrivais de São Paulo. O pior para os são-paulinos é que a velocidade e penetração das mídias sociais e o Whatapp não perdoam e as gozações surgem quase que instantaneamente e de forma avassaladora. 

O que posso dizer para o meu amigo e para os demais torcedores são-paulinos é que tudo passa, ciclos vão e voltam. O São Paulo é gigante e retornará ao lugar que merece. Mas é preciso ficar vigilante e cobrar administrações competentes e com planejamentos consistentes.  

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

sexta-feira, 24 de julho de 2020

UM DOS PRINCIPAIS CLÁSSICOS DO MUNDO, DÉRBI NUNCA SERÁ UM JOGO COMUM E SEM INTERESSE


POR ROBERTO MAIA

O zagueiro Gil marcou o único gol corinthiano no clássico que marcou o retorno do Paulistão 2020 (Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians)
Muita gente acha que as pessoas não serão as mesmas após o final da pandemia do novo coronavírus. Especialistas em relacionamento humano afirmam que todos que viveram esse período de isolamento social deverão ficar mais amáveis e tolerantes. Pode até ser que tenham razão. Mas essa teoria certamente não se aplica a torcedores do Corinthians e do Palmeiras, rivais ferrenhos desde 1917.

O retorno do Campeonato Paulista, após mais de quatro meses de paralização por causa da pandemia, foi marcado pelo clássico realizado nessa quarta-feira, na Arena Corinthians. A Federação Paulista de Futebol (FPF) tomou todas as precauções para que tudo ocorresse com segurança. Para isso adotou um rigoroso protocolo de higiene que incluiu, entre outras medidas, a desinfecção da arena e a verificação da temperatura corporal de jogadores, árbitros, comissões técnicas, jornalistas e demais envolvidos na realização do jogo que não teve a presença de torcedores. Esse foi o primeiro Dérbi realizado com portões fechados em 103 anos.

Primeiro Dérbi realizado com portões fechados em 103 anos teve a vitória do Corinthians (Foto: Cesar Greco/Agência Palmeiras)

No campo o que se viu foi a vitória do Corinthians por um a zero, gol do zagueiro Gil aos 14 minutos do primeiro tempo. O Timão foi melhor na primeira etapa e o Verdão dominou totalmente no segundo tempo, obrigando o goleirão Cássio a algumas defesas importantes e que ajudaram a garantir os três pontos para o seu time.

O Corinthians segue vivo no Paulistão e afastou um pouco o fantasma do rebaixamento. Porém, não depende apenas de sua força para alcançar a classificação às fases decisivas. O Timão depende de derrotas do Guarani para seguir adiante.

Mas foi fora de campo que a rivalidade entre os times se mostrou feroz mais uma vez. Na noite de terça para a quarta-feira, a Arena Corinthians foi invadida por um torcedor do Palmeiras e o resultado da ousada ação foi a pichação do campo e de uma das traves da arena Corinthians. Na pequena área escreveu “8 x 0”, uma referência à maior goleada da história do clássico, vencido pelos palmeirenses em 1933. Na trave direita grafou “Cássio frango”. E, por ironia do destino, foi justamente o goleiro corinthiano, em noite inspirada, que impediu um melhor resultado do Alviverde. Cartazes com imagens de capas de jornais com notícias sobre títulos conquistados pelo Palmeiras também foram colados em postes próximos ao estádio.

Vítima da pichação na Arena Corinthians, o goleiro Cássio fez grandes defesas e garantiu a vitória do Timão (Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians)

Mas os corinthianos deram o troco ainda durante o jogo. Mesmo impedidos de entrar na arena, fizeram com que um drone sobrevoasse o campo de jogo com uma bandeira negra pendurada onde se lia “Eterno 8/4 que momento”, em alusão ao dia em que o Corinthians conquistou o título do Paulistão de 2018 dentro do Allianz Parque, a casa do Palmeiras.

Esse é e sempre será o clima entre torcedores corinthianos e palmeirenses em dias de Dérbi, que, sem dúvida, é uma das maiores rivalidades do futebol mundial. Torcedores, jogadores e dirigentes sempre encontram motivos para dar ao jogo um clima de guerra entre as equipes e suas torcidas. Mas, infelizmente, nem sempre as coisas ficam no campo das provocações e gozações. Ações violentas e inaceitáveis também tiraram a vida de muitos torcedores dos dois times ao longo da história do clássico.

Com a vitória conquistada, o Corinthians assumiu a liderança nos jogos realizados contra o rival. Foram 363 jogos, onde o Timão contabiliza 128 vitórias contra 127 do Palmeiras, além de 108 empates. O Verdão leva vantagem no número de gols marcados: 517 contra 482 do Timão.

Os números revelam um absoluto equilíbrio, mostrando que dificilmente haverá um Dérbi morno e sem interesse.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

sexta-feira, 17 de julho de 2020

O FUTEBOL ESTÁ DE VOLTA, MAS SEM EMOÇÃO E EM ARENAS VAZIAS


POR ROBERTO MAIA

Corinthians terá imagens de torcedores no jogo contra o rival Palmeiras
(Foto: Reprodução Site Arena Corinthians)

Após quatro meses da pandemia do novo coronavírus, que nos impôs a um forçado distanciamento social, me levaram a algumas reflexões sobre como a situação levou a profundas alterações no dia a dia do futebol.

Os campeonatos foram interrompidos e os jogadores e comissões técnicas foram colocados em quarentena. Os canais oficiais dos clubes passaram a informar sobre as atividades físicas dos atletas, que passaram a ser desenvolvidas em suas respectivas residências. Cada jogador recebeu indicações do que fazer durante o período de inatividade.

O tempo passou e próximo da retomada dos treinamentos presenciais, envoltos de cuidados e seguindo rígidos protocolos, chegaram notícias de jogadores e alguns treinadores contaminados pela Covid-19. O caso mais absurdo e surpreendente foi o Corinthians que teve mais de vinte atletas infectados.  

Pois bem, nesse clima de filme de ficção científica os treinos retornaram e até campeonatos como o do Rio de Janeiro, por exemplo. Então começamos a perceber o chamado “novo normal” no futebol. Tudo muito frio e sem a vibração que sempre caracterizou o esporte. Assim, jogadores chegam uniformizados aos treinos, evitam contatos físicos, utilizam equipamentos individuais e ao fim da atividade retornam sujos e suados para suas casas para o merecido banho.

Flamengo e Fluminense, tradicionais e ferrenhos rivais, decidiram o campeonato estadual em jogos realizados em um Maracanã vazio e sem vida, sem alma. Assisti à decisão nessa última quarta-feira e confesso que senti uma profunda tristeza. O tradicional clássico que em várias ocasiões reuniu multidões com mais de 100 mil pessoas no estádio, dessa vez tinha apenas algumas dezenas de pessoas que estavam no local a trabalho. O Flamengo foi campeão com um gol no último minuto do jogo e sua torcida não estava lá para aplaudir, gritar e chorar de alegria.    
Flamengo conquistou o 36º título do Campeonato Cariocas em um Maracanã vazio (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo/Divulgação)


E para aumentar o ineditismo da situação até a transmissão do jogo foi diferente após anos sob o domínio da Rede Globo. A final foi transmitida pelo SBT. A rede do empresário Silvio Santos não transmitia um jogo de futebol há 17 anos. E foi uma transmissão estranha e até um pouco confusa, além de encaixada entre uma novela mexicana e o Programa do Ratinho. Sem equipe de esporte, solicitou o “empréstimo” do locutor Téo José que é vinculado à Fox Sports, que foi liberado para narrar o jogo pela emissora onde trabalhou durante anos. Nos comentários Jorginho, Athirson, Carlos Alberto e Rivellino não acrescentaram muita coisa aos torcedores.

Na próxima semana teremos a volta do Campeonato Paulista e logo de cara com outro superclássico do futebol mundial: Corinthians e Palmeiras. O Dérbi que será disputado na Arena Corinthians também repetirá a mesma frieza vista no Fla-Flu. Se antes da pandemia os jogos entre os grandes de São Paulo já eram realizados com torcida única, o que considero um absurdo, agora será ainda mais triste para o futebol.

O Corinthians mais uma vez usará gritos e cânticos da torcida em seu sistema de som de última geração, além das faixas e fotos de torcedores espalhadas pelos assentos da arena. Aliás, esses “privilegiados torcedores” pagaram valores entre R$ 49,90 a R$ 299,90 para terem suas imagens dentro do estádio vazio e silencioso. Coisas do futebol moderno!


ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

sexta-feira, 10 de julho de 2020

PAULISTÃO RETORNA DIA 22 COM O CLÁSSICO CORINTHIANS E PALMEIRAS


POR ROBERTO MAIA

Clássico entre Corinthians e Palmeiras marca a retomada do Campeonato Paulista 
(Foto: Cesar Greco/Palmeiras/Divulgação)

Agora é oficial, a Federação Paulista de Futebol (FPF) recebeu nesta quarta, dia 8, o sinal verde do Governo do Estado de São Paulo para a volta do Campeonato Paulista no dia 22 de julho. Faltando apenas duas rotadas para o final da primeira fase, o principal jogo da retomada será o clássico entre Corinthians e Palmeiras, na arena de Itaquera.

Quando o Paulistão foi paralisado, no dia 16 de março, os times que estavam garantindo vaga para a próxima fase eram Santos, Oeste, Santo André, Palmeiras, São Paulo, Mirassol, Bragantino e Guarani. Entre os grandes do estado o Corinthians é o que está em situação mais complicada. O Timão ocupa a terceira colocação do Grupo D, com 11 pontos, cinco a menos que o clube de Campinas, o segundo colocado.

E o que está ruim pode piorar se o Alvinegro não vencer o arquirrival. Na última rodada o Timão enfrentará o Oeste fora de casa. Se ganhar os dois jogos ainda dependerá de resultados negativos do Bugre para alcançar a classificação. Já se perder um dos jogos corre sério risco de rebaixamento à Série B.

Para a retomada do Paulistão a FPF elaborou um “Protocolo de Operação de Jogo” que pretende pautar de maneira segura as 24 partidas restantes do campeonato, prezando a saúde de todos os envolvidos. O protocolo prevê que os 16 clubes fiquem concentrados em locais previamente definidos. Objetivo é permitir um maior controle sobre os grupos envolvidos e previamente testados. Apenas cerca de 200 pessoas trabalharão nos estádios durante os jogos, que serão realizados sem a presença de torcedores.

Corinthians usa máquinas antissépticas para higienização 
proteção contra o coronavírus (Foto: Rodrigo Coca/Ag.Corinthians)
Antes de cada jogo serão medidas as temperaturas corporais de todos que entrarem nos estádios. E, caso a temperatura aferida seja acima do considerado normal, o jogador, membro da comissão técnica, colaborador ou prestador de serviço deverá retornar e receber orientação médica. Os estádios serão divididos em três diferentes zonas, designadas Azul, Vermelha e Amarela.

A zona Azul compreende áreas dentro do estádio, onde haverá rigor na limpeza e no controle sanitário. Sua abrangência inclui todas as salas e corredores, que vão desde a porta de entrada exclusiva dos jogadores, comissão técnica e equipe de arbitragem até o campo de jogo, além de todas as áreas de acesso, vestiários, salas de controle de doping e do VAR, túnel de acesso ao campo, bancos de reservas e o campo de jogo.

Na zona Vermelha está todo o restante do estádio que não estiver coberto pela zona Azul. Ela compreende locais onde estarão pessoas durante a partida: arquibancadas, área de imprensa, salas operacionais, tribunas, salas anexas e outras.

Já a zona Amarela abrange a parte externa do estádio, onde serão criados pontos de controle para o acesso, credenciamento, áreas das unidades móveis, estacionamentos dos veículos e ônibus.


Federação Paulista de Futebol autorizou jogos no estádio da Portuguesa 
(Foto: Lucas De Paschoal Strabko/Wikimedia Commons)

Faltam seis rodadas para a conclusão do Paulistão, sendo duas da fase de grupos e quatro na etapa final. Times impedidos de realizar seus jogos por causa dos altos índices de infecção pela covid-19 em suas cidades poderão jogar na capital. A FPF já autorizou jogos nos estádios da Portuguesa e do Juventus.  

O jogo final deverá ocorrer no dia 8 de agosto, data também estabelecida para o início do Campeonato Brasileiro da Série A. Caso a final do estadual envolva um ou os dois times que também disputarão o Brasileirão, a FPF negociou com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para que eles realizem seus jogos da primeira rodada do torneio nacional posteriormente.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

sexta-feira, 3 de julho de 2020

PREOCUPAÇÃO COM O CORONAVÍRUS MARCA VOLTA AOS TREINOS DOS TIMES DE SÃO PAULO


POR ROBERTO MAIA

No Palmeiras, apesar de fazer parte do grupo de risco, Vanderlei Luxemburgo, que tem 
68 anos, comanda os treinos com bola (Foto: Cesar Greco/Ag.Palmeiras)  

Após mais de 100 dias com atividades paralisadas por causa da pandemia do novo coronavírus, os times de São Paulo retornaram aos treinamentos nesta quarta-feira. Agora, nessa nova fase, nada será como antes. Com os números de contaminados pelo Covid-19 ainda altos no Estado, os clubes estão seguindo as orientações de um rigoroso protocolo de higiene e segurança elaborado pela Federação Paulista de Futebol (FPF).

Na prática os jogadores já haviam retornado aos centros de treinamentos na semana passada para avaliações físicas e treinamentos individuais. Os treinos coletivos só foram liberados a partir do dia 1º de julho por determinação do governador João Dória.

O novo normal de jogadores e comissões técnicas conta com uma série de novidades que incluem o controle de temperatura, túneis de desinfecção, materiais de uso individual, uso de máscara em todas as atividades menos durante os treinos com bola, além de terem que chegar uniformizados e tomar banho somente quando retornarem para suas residências. Tudo para minimizar o risco de contágio.

No Corinthians a apresentação do centroavante Jô ocorreu em entrevista coletiva virtual (Foto: Rodrigo Coca/Ag.Corinthians)

No CT Joaquim Grava do Corinthians, por exemplo, os atletas quando chegam têm que passar por um túnel que borrifa um spray desinfetante que elimina o vírus. Em seguida, uma câmera verifica a temperatura corporal de cada um dos jogadores e um sensor detecta se há indícios de febre. No São Paulo e no Palmeiras as medidas seguem nessa mesma linha.

Apesar das dúvidas quando à flexibilização do isolamento social, os clubes de São Paulo já pressionavam as autoridades para a liberação do retorno do futebol. As receitas diminuíram drasticamente e somente o retorno dos jogos poderá amenizar essa situação. Entre os três grandes da capital paulista, o Corinthians é o que admite maiores dificuldade. O Timão está com dois meses de salários dos jogadores atrasados.


Jogadores do São Paulo têm temperatura medida antes do treino no CT da 
Barra Funda (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)


O Campeonato Brasileiro terá início no dia 8 de agosto. E como nas edições anteriores, terá 38 rodadas. Porém, deverá terminar apenas em fevereiro de 2021.
Já o Campeonato Paulista ainda não tem data para ser retomado. Quando o Paulistão foi paralisado faltavam duas rodadas para o final da primeira fase. Santos, Oeste, Santo André, Palmeiras, São Paulo, Mirassol, Bragantino e Guarani por enquanto estão garantindo vaga nos mata-matas. Entre os grandes, o Corinthians é o único que ainda tem situação indefinida. Está na terceira colocação do Grupo D, com 11 pontos, cinco a menos que o clube de Campinas, o segundo colocado.

A situação do Timão é bastante delicada. No retorno do Paulistão terá logo de cara um clássico contra seu arquirrival Palmeiras. Na última rodada enfrenta o Oeste. Se ganhar os dois jogos ainda dependerá de resultados negativos do Bugre para alcançar a classificação. Já se perder um dos jogos corre sério risco de rebaixamento à Série B.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR