sábado, 27 de abril de 2019

Pragmático, Corinthians conquista o tricampeonato paulista. O quarto na sua história.


Corinthians é o maior vencedor do Paulistão com 30 títulos 
conquistados (Foto: Rodrigo Gazzanel/Ag. Corinthians)

POR ROBERTO MAIA

O assunto dessa semana não poderia ser outro. Claro, o tricampeonato paulista conquistado pelo Corinthians, o quatro na sua história, algo que não conseguia há 80 anos. A primeira vez a ganhar três vezes seguida foi nos anos 1922, 1923 e 1924. Quatro anos depois deu início à nova série e venceu em 1928, 1929 e 1930. O terceiro tri aconteceu nos anos 1937, 1938 e 1939.

O Paulistão de 2019 também foi o terceiro consecutivo de Fábio Carille, o treinador que voltou da China para recolocar o time no caminho dos títulos. Também foi o 30º título do Timão na competição estadual. O Corinthians é o maior vencedor do Campeonato Paulista. Na sequência vêm Santos e Palmeiras com 22 cada.

Foge da racionalidade esse Corinthians dirigido por Carille. Time pragmático, frio e que que não se incomoda ao ser pressionado. Desde Mano Menezes, na temporada em que disputou a Série B, em 2007, o time segue um conceito que vem dando resultados positivos há mais de uma década. A torcida comprou a ideia e apoia incondicionalmente sem pressionar o time durante os jogos. Mudam os jogadores mas não muda a forma de jogar.

Fábio Carille conquistou o Campeonato Paulista pela terceira
vez consecutiva (Foto: Agência Corinthians) 
Para chegar à final do Paulistão desse ano o Corinthians teve que passar pelo Santos, considerado por muitos o melhor time do torneio, em dois grandes jogos na semifinal que testaram a saúde dos torcedores. No primeiro, venceu por 2 a 1 na arena de Itaquera. Na outra partida, disputada no Pacaembu, o conjunto santista ganhou por 1 a 0 levando a decisão para os pênaltis. Durante o tempo normal foi um verdadeiro massacre contra a defesa corinthiana. Com grande atuação do goleiro Cássio, poucas vezes vi um time ser tão atacado e no final conseguir o resultado que lhe interessava.

O alvinegro chegou à final em meio à desconfiança de torcedores e imprensa. Situação oposta à do São Paulo, que eliminou o poderoso Palmeiras também em decisão por pênaltis em plena arena do Verdão. Com um time repleto de jovens revelações da base, tinha tudo para evitar o tri do Corinthians.


Após um jogo sem gols no Morumbi, o Timão levou a decisão para a sua casa. E essa era a única e principal vantagem, afinal teria sua torcida para empurrar. E foi o que aconteceu. Com recorde de público na arena corinthiana, a vitória por 2 a 1 garantiu a taça ao Corinthians.

Mas não foi um jogo fácil para o time alvinegro. Tudo levava o jogo final para ser decidido nas penalidades máximas. O empate em 1 a 1 com gols de Danilo Avelar e Antony parecia definitivo até que aos 44 minutos do segundo tempo, quando ninguém mais espera alguma coisa no jogo, o centroavante Vagner Love marcou um belo gol após um passe em profundidade de Sornoza. Foi um balde de água fria nas pretensões dos valentes jogadores são-paulinos para a alegria da Fiel.

Para a torcida tricolor restou a profunda tristeza ao perder a chance de colocar fim ao longo jejum que já se prolonga a 14 anos sem vencer o estadual, sete sem levantar nenhuma taça e manter um tabu de 11 jogos sem vitórias na Arena Corinthians.

Vagner Love voltou ao Timão e mais uma vez marca gol decisivo 
(Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians)
A festa de premiação ao campeão e aos melhores do Paulistão 2019, realizada na segunda-feira, no Credicard Hall, apresentou a seguinte seleção do torneio: Cássio (Corinthians), Victor Ferraz (Santos), Bruno Alves (São Paulo), Gustavo Henrique (Santos), Danilo Avelar (Corinthians), Júnior Urso (Corinthians), Diego Pituca (Santos), Jean Mota (Santos), Martinelli (Ituano), Dudu (Palmeiras) e Gustavo (Corinthians); Técnico - Antonio Carlos (Red Bull); Melhor jogador - Jean Mota (Santos); Revelação - Martinelli (Ituano); Melhor jogador do Interior - Martinelli (Ituano); Craque da Galera - Cássio (Corinthians); Gol mais bonito - Bruno Lopes (Oeste). A eleição foi através de votos dos treinadores e capitães dos 16 clubes que disputaram o campeonato.

Copa do Brasil

Três dias depois de vencer o Paulistão, o Corinthians voltou a campo na quarta-feira para outra decisão, desta vez pela Copa do Brasil. Após ser derrotado por 1 a 0 no primeiro jogo em Chapecó, o time de Carille tinha que vencer por dois gols de diferença para seguir às oitavas de final da competição. Sem demonstrar sinais de cansaço ou “ressaca” pela festa de domingo, o time não deu chances à Chapecoense e conseguiu o resultado que precisava. Nem mais e nem menos. Dois a zero, gols de Mauro Boseli e Matheus Vital. Sempre mantendo a força defensiva, foi ao ataque de maneira vigorosa para arrancar o resultado. Mais uma etapa cumprida pelo Corinthians pragmático de Fábio Carille.