quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Arrastão chinês está chegando ao fim

Por Roberto Maia

Maior artilheiro do país em 2015, Ricardo Oliveira está de malas prontas 
para embarcar para a China (Foto: Rafael Ribeiro/CBF/09.11.2015)
Enquanto a janela de transferências para a China não fechar – encerra amanhã, dia 26 - o estrago nos clubes brasileiros continua sendo grande. A novidade da semana são as garras chinesas em cima do centroavante do Santos e da Seleção Brasileira, Ricardo Oliveira. Segundo informações, o salário proposto ao atleta é mais um daqueles irrecusáveis: R$ 1 milhão mensais.

   Mas o camisa 9 santista tem um problema para resolver antes de bater asas rumo ao Beijing Guoan. O Comitê de Gestão que cuida do futebol do Santos pede 12 milhões de euros (cerca de R$ 53 milhões) para a liberação do seu jogador, valor menor que a multa estipulada no contrato que é de 50 milhões de euros.

   O presidente do Santos, Modesto Roma Junior, entende que o atleta de 36 anos queira muito essa transferência para fazer o pé de meia, porém não acredita que ele ficará insatisfeito no elenco em caso de insucesso na transferência. “É uma merda perder um jogador desse nível. Ele é um homem de palavra. Não é canalha. Se sair, teremos que repor e vai dar trabalho. Estipulamos o valor de 12 milhões de euros para podermos achar um substituto à altura no mercado”, disse.

   Mesmo que os chineses paguem o preço pedido, o presidente santista não ficou nada satisfeito com a forma que o Beijing Guon encaminhou o negócio. Como costumam fazer, os chineses negociaram primeiro com o jogador, acertaram o salário milionário e outros benefícios, o tempo de contrato e, depois, pedem que esse negocie a liberação com o clube – de preferência de graça. Irritado com o assédio, Modesto Roma enviou uma notificação ao clube e à FIFA.

   Ricardo Oliveira tem contrato com o Santos até dezembro de 2017 e recebe cerca de R$ 150 mil mais bônus por meta alcançada. No time chinês o contrato será de dois anos e os vencimentos são livres de impostos. Assim, pode estar chegando ao fim a história do artilheiro no time santista. Em suas duas passagens pelo Alvinegro (2003 e 2015) fez 99 jogos e 60 gols. Somente no ano passado marcou 37 vezes.

   Caso a negociação seja concluída, Ricardo Oliveira vai engrossar um pouco mais a já enorme lista de transferências de jogadores brasileiros para o exterior. Ontem, a CBF divulgou os números de negociações realizadas em 2015. Foram 1.589 entre chegadas e saídas do Brasil. Confira quais os países que mais levaram nossos jogadores: Portugal (136), Japão (44), Coreia do Sul (26), Emirados Árabes (23), Uruguai (23), Espanha (21), Estados Unidos (18), Turquia (16), Itália (15), Malta (14), Arábia Saudita (14), Índia (14), Bolívia (14), China (13), México (13), Polônia (13), Tailândia (12), Hong Kong (12), Irã (11), Áustria (11), Guatemala (10), França (10), Albânia (10), Grécia (8), Kuwait (7), Ucrânia (7), Chipre (7), Eslováquia (7), Omã (7), Romênia (6), Bahrein (6), Finlândia (5), Iraque (5), Catar (5), Alemanha (5), Nicarágua (5), Paraguai (4), Sérvia (4), Malásia (4), Inglaterra (4), El Salvador (4), Armênia (4), Colômbia (4), Azerbaijão (3), Geórgia (3), Costa Rica (3), Cazaquistão (3), Bósnia (3), Israel (3), Tunísia (3), Jordânia (3), Honduras (3), Chile (3), Bulgária (3), Rússia (2), Suécia (2), Moldávia (2), Luxemburgo (2), Macedônia (2), Dinamarca (2), Myanmar (2), República Tcheca (2), Trinidad (2), Eslovênia (2), Noruega (2), Marrocos (2), Maldivas (2), Líbano (1), Letônia (1), Estônia (1), Bélgica (1), Venezuela (1), Cingapura (1), Croácia (1), Canadá (1), Argentina (1), Argélia (1), Etiópia (1), Equador (1), Sudão (1), Peru (1) e Panamá (1).

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Gaviões da Fiel protestam e Constituição garante liberdade de expressão aos torcedores

Por Roberto Maia

Gaviões da Fiel protesta e exige liberdade de expressão aos torcedores 
(Foto: André Lucas Almeida/Facebook Jornalistas Livres)

A torcida organizada Gaviões da Fiel, que tantas vezes foi criticada por atos de violência, volta a dar exemplo ao se manifestar contra problemas ligados ao futebol e também à sociedade. No clássico do último domingo entre Corinthians e São Paulo, na arena de Itaquera, exibiu faixas protestando contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e Federação Paulista de Futebol (FPF) - "CBF, FPF a vergonha do futebol" -, Rede Globo – “Futebol refém da Rede Globo” - e sobre o escândalo da merenda escolar, que atinge o deputado estadual Fernando Capez e o governo paulista de Geraldo Alckmin (PSDB) – “quem vai punir o ladrão de merenda?”

   Mesmo amparada pela Constituição Federal, que permite a liberdade de expressão, o árbitro da partida Luiz Flávio de Oliveira paralisou o jogo e exigiu que o zagueiro Felipe, capitão do Corinthians, se dirigisse até os torcedores para pedir que as faixas fossem retiradas. Temendo punição ou por desconhecimento dos seus direitos e dos torcedores, o atleta foi até a torcida, pediu, mas, felizmente, não foi atendido. Por sua vez, a Polícia Militar, que no jogo anterior entrou em confronto com os torcedores por causa do mesmo motivo, não agiu desta vez. Teria entendido que a manifestação era legítima? Só que não! Segundo o árbitro registrou na súmula, a comandante do policiamento, a tenente Letícia, não retirou as faixas “por motivo de segurança da partida e do público”. Que pena, até parece que voltamos aos anos duros da ditadura militar de triste lembrança.

   Lembro que no ano passado, torcedores do Corinthians já foram obrigados a retirar da sua arena uma faixa contra a arbitragem do paraguaio Carlos Amarilla que eliminou o Timão na Libertadores de 2013.

   Inteligentemente, a Gaviões tratou de não infringir o Artigo 13-A, inciso IV, do Estatuto de Defesa do Torcedor, que diz ser proibido “portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, inclusive de caráter racista ou xenófobo”. Até agora, nenhuma das mensagens teve cunho ofensivo, muito menos de caráter racista ou xenófobo. Muito pelo contrário. A nossa Constituição, em seu Artigo 5, diz que “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”.  Precisa dizer mais alguma coisa?

   Em nota oficial, a Gaviões da Fiel questionou em qual momento teria infringido o tal Artigo 13-A; de quem partiu a ordem para que invadissem as arquibancadas e apreendessem as faixas; e, principalmente, quando se adentra um estádio, perde-se os direitos constituintes?

   Quando eu disse no início desse texto que a Gaviões voltou a dar exemplo de engajamento político, estava me referindo ao ano de 1979, quando em um jogo no Morumbi a torcida ergueu faixa pedindo “Anistia ampla, geral e irrestrita”. Naquela época, manifestações desse tipo eram evitadas porque havia temor pela repressão.
Talvez os mais jovens não saibam, mas a torcida Gaviões da Fiel foi fundada, em 1969, por um grupo de jovens torcedores com o propósito de derrubar o então presidente do Corinthians, Wadih Helu. De forma ditatorial, o mandatário pagava para que pugilistas agredisse os torcedores organizados que ousavam se manifestar. Importante lembrar que naquela época o Brasil vivia o auge da ditadura militar. Cada vez mais fortes e liderados por pessoas inteligentes e politizadas, os Gaviões começaram a fiscalizar a diretoria do clube ao mesmo tempo em que agiam nas arquibancadas pela redemocratização do país.

   E, passados quase 47 anos, a Gaviões da Fiel – maior torcida organizada do país - volta a combater a censura e a repressão ao defender a liberdade de expressão, que deveria ser regra em um país democrático. Tomara essa atitude seja copiada por torcidas organizadas de outros times. E que as brigas e emboscadas sejam colocadas de lado e a força popular representada por elas seja colocada a serviço dos torcedores e do Brasil.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Trio de Ferro está na Libertadores

Publicada em 11 de fevereiro de 2016


Por Roberto Maia

Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Grêmio e Atlético-MG começam a briga 
pela conquista da Copa Bridgestone Libertadores (Foto: Conmebol/Divulgação)

Quem faltava chegou. O São Paulo se juntou aos rivais Corinthians e Palmeiras na Copa Libertadores deste ano após vencer o César Vallejo, do Peru, por 1 a 0 na noite de quarta-feira, no Pacaembu. O jogo de volta da primeira fase da Libertadores reservou doses cavalares de emoção aos torcedores são-paulinos. O que em teoria seria um jogo fácil e com prognósticos de goleada do Tricolor tomou ares dramáticos com direito a pênalti perdido e bolas na trave. É certo que o zero a zero classificava o São Paulo, mas o medo de tomar um gol no final colocaria tudo a perder. O sofrimento terminou no finalzinho do jogo, quando o atacante Rogério – nome abençoado aos tricolores – saiu do banco para marcar o gol da vitória. O Tricolor avançou à fase de grupos e agora se junta a outros 29 times do continente. No Grupo 1, terá como companhia o atual campeão River Plate (Argentina), o The Strongest (Bolívia) e o Trujillanos (Venezuela).

São Paulo sofreu mas chegou à fase de grupos e se juntou aos rivais da 
capital paulista (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)

    Além do Trio de Ferro paulistano, os outros dois representantes brasileiros na Libertadores são o Atlético-MG (Grupo 5) e o Grêmio (Grupo 6). Na próxima semana, os brasileiros estreiam no torneio. Palmeiras e Corinthians jogarão fora de casa. No Grupo 2, o Verdão enfrentará o River Plate do Uruguai, no dia 16, enquanto o Timão, no Grupo 8, terá pela frente, dia 17, o Cobresal, o clima e a altitude do Deserto do Atacama, no Chile. O São Paulo recebe, em casa, o The Strongest. Também no dia 17, o Atlético-MG enfrenta o Melgar, no Peru, e o Grêmio visita o Toluca no México.

Palmeiras de Robinho manteve a base e contratou para fazer bonito na Liberta; em fase de 
remontagem, Corinthians acredita nos gols de André para chegar ao bicampeonato do torneio 
(Fotos: Cesar Greco/Ag.Palmeiras e Ag.Corinthians/Divulgação)

    Confira os outros jogos dos times brasileiros na segunda fase da Copa Bridgestone Libertadores:

Grupo 1

10/03 – 19h30 - River Plate x São Paulo
16/03 – 19h30 – Trujillanos x São Paulo
05/04 – 21h45 – São Paulo x Trujillanos
13/04 – 19h30 – São Paulo x River Plate
21/04 – 21h45 – The Strongest x São Paulo

Grupo 2

02/03 – 21h45 – Palmeiras x Rosario Central (ARG)
09/03 – 21h45 – Palmeiras x Nacional (URU)
17/03 – 21h45 – Nacional (URU) x Palmeiras
06/04 – 21h45 – Rosario Central (ARG) x Palmeiras
14/04 – 21h45 – Palmeiras x River Plate (URU)

Grupo 5

24/02 – 21h45 – Atlético-MG x Independiente Del Valle (EQU)
10/03 – 21h45 – Colo Colo (CHI) x Atlético-MG
16/03 – 21h45 – Atlético-MG x Colo Colo (CHI)
06/04 – 19h45 ou 21h45 – Independiente Del Valle (EQU) x Atlético-MG
14/04 – 19h30 – Atlético-MG x Melgar (PER)

Grupo 6

02/03 – 21h45 – Grêmio x LDU Quito (EQU)
09/03 – 21h45 – Grêmio x San Lorenzo (ARG)
15/03 – 21h45 – San Lorenzo (ARG) x Grêmio
13/04 – 21h45 – LDU Quito (EQU) x Grêmio
19/04 – 21h45 – Grêmio x Toluca (MEX)

Grupo 8

02/03 – 21h45 – Corinthians x Santa Fe (COL)
09/03 – 19h30 – Cerro Porteño (PAR) x Corinthians
16/03 – 21h45 – Corinthians x Cerro Porteño (PAR)
13/04 – 21h45 – Santa Fe (COL) x Corinthians
20/04 – 21h45 – Corinthians x Cobresal (CHI)


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Paulistão ou Paulistinha?

Publicado em 04.02.2016

Por Roberto Maia

 O Palmeiras manteve a base e até se reforçou e é um dos favoritos à
 conquista do Paulistão (Foto: Cesar Greco/Ag.Palmeiras/Divulgação)

Teve um tempo em que os campeonatos estaduais eram muito mais importantes que o torneio nacional. Em São Paulo, a média de público por partida era alta e os clássicos tinham sempre casa cheia. E quando digo casa cheia estou me referindo a jogos com 50, 60, 80 e até 100 mil pessoas. E o nível técnico era elevadíssimo. Chamado no passado de celeiro de craques, o interior paulista revelava jogadores em profusão. Grandes nomes do futebol brasileiro saíram das divisões de base do Guarani, Ponte Preta, Comercial, América, etc.

    Atualmente, o Paulistão (ou Paulistinha?) não é nem sombra do que já foi no passado. Ouso dizer que chega até a atrapalhar a preparação dos grandes clubes que se preocupam mais com a Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão. Os antes fortes times do interior hoje são apenas usados para a preparação de Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos para as competições maiores. Enfraquecidos e nas mãos de empresários, esses times estão morrendo aos poucos em uma dolorosa agonia que esse ano ganha contornos ainda maiores. É que o regulamento prevê a queda de seis clubes para a Série A-2 enquanto apenas dois subirão. O Paulistão de 2017 será composto por 16 equipes.

    A redução atende reivindicação dos grandes de São Paulo, mas principalmente para atender os interesses da televisão. O fato é que o torneio não agrega mais nada para os clubes do interior. Nem mesmo a propalada “sobrevivência financeira” pode ser considerada. A cota da TV é baixa para os “pequenos” (R$ 2,5 milhões cada um) e as rendas são irrisórias – a média em 2015 foi de 4,9 mil pagantes por jogo. Já os grandes são beneficiados com cotas de televisão em torno de R$ 12 milhões. Isso explica porque o trio de ferro paulistano mais o Santos não se interessam em criar uma liga ou mesmo participar da Minas-Rio-Sul recém surgida.

    Na competição deste ano, Palmeiras e Santos saem na frente nos prognósticos por terem mantido as bases do ano passado. O Verdão, inclusive, se reforçou ainda mais. São Paulo e Corinthians perderam jogadores importantes e tentam se remontar e confiam na competência dos seus treinadores – Edgardo Bauza e Tite – para brigarem pelo título e não decepcionarem seus torcedores.

Neymar – Muitas vezes criticamos a ação dos empresários sobre as carreiras dos jogadores. Normalmente interessados apenas nos lucros, nem sempre pensam no que é melhor para a carreira dos seus agenciados. E o que dizer então de Neymar? O craque brasileiro do Barcelona tem sua carreira administrada pelo próprio pai, o que, imagina-se, seja o melhor para ele. Pode até ser, mas o jovem tem que dividir a atenção dos jogos com as audiências nos tribunais e acusações de sonegação fiscal. Tudo por causa da transferência milionária do Santos ao time catalão em 2013. O valor anunciado da negociação pulou de 17,1 milhões de euros para algo em torno de 90 milhões de euros, segundo a denúncia de um sócio do Barça. Em campo, Neymar dá sinais que está sentindo a pressão. Na goleada de 7 a 0 sobre o Valência ele passou em branco e até perdeu um pênalti, o quarto nas últimas oito cobranças.

  Neymar dá sinais em campo que está sentindo a pressão das 
acusações de sonegação fiscal (Foto: Rafael Ribeiro/CBF/Divulgação)

Futebol nos EUA é levado a sério e com competência

Publicado em 20.01.2016

Por Roberto Maia

 O ambiente agradável ajudou e os torcedores do Corinthians e do 
Atlético-MG dividiram o mesmo espaço sem brigas (Foto: Roberto Maia)

ORLANDO (EUA) – Ano passado acompanhei com interesse a primeira edição do torneio internacional Florida Cup, realizado no ensolarado estado dos Estados Unidos. Vendo os jogos pela televisão e acompanhado pela internet e jornais, achei tudo muito bem organizado. A segunda edição do torneio teve ainda mais times, mostrando que a ideia deu certo. Este ano resolvi ver de perto o por que do interesse dos norte-americanos pelo “nosso futebol”. Fiquei muito impressionado com a organização e a estrutura colocada à disposição de times, torcedores e imprensa.

    Mais que um campeonato, a competição é uma plataforma ideal para os clubes participantes expandirem suas marcas no exterior, enquanto treinam no que chamam de pré-temporada. E encontram todas as condições para se prepararem para os vários campeonatos que disputarão ao longo do ano. E o Atlético Mineiro – que participa pela primeira vez – conquistou a taça deste ano. A fórmula da disputa ainda é um pouco estranha para nós. A Florida Cup pode ser decidida por pontos corridos ou através de um formato de playoff com final, variando cada ano de acordo com a agenda das ligas internacionais. Este ano, o Galo teve o maior número de pontos depois de dois jogos disputados. O primeiro critério de desempate, caso fosse necessário, seria o saldo de gols, seguido de gols marcados.

    Além do galo também participaram do Florida Cup 2016 os brasileiros Corinthians, Fluminense e Internacional; Schalke 04 e Bayer Leverkusen (Alemanha); Shakhtar Donetsk (Ucrânia); Independiente Santa Fé (Colômbia); e Fort Lauderdale Strikers (EUA).
O jogo em que o Atlético-MG foi campeão contra o rival Corinthians foi realizado em um estádio de uma universidade da linda cidade de Boca Raton. Estádio com capacidade para 29,4 mil pessoas e muito melhor que os de vários times que disputam o Brasileirão da Série A. Do Paulistão então é covardia comparar. Outro estádio, em Fort Lauderdale, o Lockhart Stadium, tem capacidade para 20,4 mil. E tal como essa arena há muitas outras espalhadas por todo os EUA.

    Por que estou falando isso? Porque vislumbro a força do futebol dos EUA em futuro próximo. Eles não estão para brincadeira. Muito mais discretos que os chineses, os norte-americanos investem na base, na infraestrutura e no marketing. Contratam bons jogadores, mas de forma pontual. É o caso de Kaká, astro do Orlando City, time que já agrega muitos fãs. Aqui na terra do Tio San os torcedores são consumidores ávidos por produtos ligados aos esportes como o futebol americano, baseball, hóquei, basquete e muitos outros. E por que não o futebol?

    Diferentemente do Brasil, aqui os times têm donos. É o caso do Fort Lauderdale Strikers que tem como um dos sócios o Ronaldo Fenômeno. É muito comum um time ser comercializado e trocar de mãos. Quem compra almeja lucrar e para alcançar esse objetivo tem que investir para que os resultados surjam.

    São realidades muito distantes do abatido futebol brasileiro que ainda está nas mãos de velhos e ultrapassados dirigentes e de federações sempre envolvidas em casos de corrupção. E os clubes assistem a tudo pacificamente. Tomara que esses dias nos EUA tenham contribuído para ajudar os dirigentes dos quatro clubes brasileiros a vislumbrarem um futuro diferente. E melhor, tal como o que os EUA estão buscando com seriedade e competência.
 Tite tenta refazer o Corinthians durante a pré-temporada 
disputa do Florida Cup (Foto: Divulgação/Ag.Corinthians)