sábado, 25 de setembro de 2021

Emirados Árabes Unidos são o provável destino do Mundial de Clubes FIFA 2021

POR ROBERTO MAIA

Mundial de Clubes FIFA 2021 deverá ser o último realizado no formato atual e o próximo deverá ter 24 clubes. (Foto: FIFA/divulgação)

A pandemia da Covid-19 continua atrapalhando os planos relacionados aos torneiros de futebol em todo o mundo. Depois de realizar os Jogos Olímpicos e os Paralímpicos sem a presença de público, o Japão anunciou, no início de setembro, que não irá sediar o Mundial de Clubes FIFA deste ano, que estava marcado para ser realizado entre os dias 9 a 19 de dezembro. O motivo alegado foram as restrições impostas pela pandemia do coronavírus.

País que mais recebeu o Mundial de Clubes – oito vezes -, o Japão voltaria a sediar o torneiro após quatro edições: Emirados Árabes Unidos (2017 e 2018) e Catar (2019 e 2020).

Com a desistência dos japoneses teve início a uma série de especulações sobre o novo destino do torneio. O primeiro país a demonstrar interesse em receber o Mundial de Clubes foi a África do Sul, que sediou o torneiro nos anos de 2013 e 2014, quando os jogos foram realizados em Marrocos.

Essa semana foi a vez do Rio de Janeiro surgir como candidato, após o prefeito Eduardo Paes anunciar o interesse em uma live. O Flamengo, atual bicampeão brasileiro e disputando a semifinal da Copa Libertadores da América, logo se posicionou a favor da ideia. Afinal, o rubro-negro estaria dentro do Mundial mesmo que não conquiste o torneiro continental, entrando como time convidado do país-sede.

Mas tudo indica que o Mundial de Clubes de 2021 deverá ser disputado nos Emirados Árabes Unidos. É o que jornais internacionais e sites especializados vêm publicando nos últimos dias, inclusive com a provável data: fevereiro de 2022. A FIFA ainda não confirmou nem o local e nem a data.

O Corinthians foi o último time brasileiro a conquistar o Mundial de Clubes da FIFA, em 2012, no Japão. (Foto: Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians)

A última vez que o Mundial de Clubes foi realizado nos Emirados Árabes Unidos foi em 2018, oportunidade em que a taça ficou com o Real Madrid.

Não fosse a pandemia, que adiou os planos da FIFA, o Mundial de Clubes 2021 já seria realizado em um novo formato com a participação de 24 times, representando todas as confederações de futebol do mundo. Provavelmente, os jogos seriam realizados na China.

Dentro do novo formato, oito equipes seriam da Europa, seis da América do Sul, três da Ásia, três da África e três da Concacaf (América do Norte, América Central e Caribe), além de um da Oceania. O novo Mundial seria disputado com as equipes divididas em oito grupos de três, sendo que só a primeira de cada um avançaria de fase.

A FIFA informou inicialmente que o novo Mundial de Clubes seria disputado a cada quatro anos, tal como ocorre com a Copa do Mundo. O que já não dá para garantir, até porque a entidade já fala em realizar a Copa de Seleções a cada dois anos. Como os interesses econômicos definem os caminhos, o negócio é esperar para ver.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

sábado, 11 de setembro de 2021

CONFUSÃO NO JOGO ENTRE BRASIL E ARGENTINA PIORA A IMAGEM DO PAÍS NO MUNDO

 POR ROBERTO MAIA

Durou menos de seis minutos o jogo entre Brasil e Argentina até ser interrompido por fiscais da Anvisa. (Foto: Lucas Figueiredo/CBF) 

O Brasil está fervendo em termos políticos e essa temperatura altíssima chegou ao futebol durante o jogo Brasil e Argentina, válido pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo FIFA Catar 2022. Após todo o ritual de concentração, preparação e aquecimento, os jogadores foram à campo na Neo Química Arena e a bola rolou. Rolou só um pouquinho, apenas seis minutinhos, até ser interrompida por agentes da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), que como protagonistas de um dos maiores clássicos entre seleções do mundo deram ponto final ao jogo. O motivo, todos sabem, foi o descumprimento por parte de quatro atletas argentinos que vieram do Reino Unido das normas contra a disseminação da Covid-19.

Segundo os agentes do órgão federal, os jogadores Emiliano Martinez, Emiliano Buendia, Giovani Lo Celso e Cristian Romero prestaram informações sanitárias falsas no momento em que entraram no Brasil. Por atuarem no futebol inglês, deveriam cumprir quarentena de 14 dias.

Concordo que todos os estrangeiros que ingressarem no nosso país devem respeitar as regras sanitárias em vigor. Mas se os jogadores erraram – ou mentiram -, tinham que ser notificados imediatamente, isolados e monitorados. Faltou agilidade aos fiscais da Anvisa. Tiveram dois dias inteiros até o início do jogo. As ações cabíveis deveriam ser tomadas antes.

A Anvisa alega que notificou os jogadores e responsáveis da Associação do Futebol Argentino (AFA) diversas vezes desde a tarde de sábado, dia 4, de que não poderiam ir à arena do Corinthians no domingo. Mas puderam treinar e circular normalmente até o momento do jogo? Algo não está certo nesse imbróglio. O que me faz pensar em quantas outras pessoas menos famosas entram no Brasil com informações falsas e nada acontece. 

A Polícia Federal foi acionada e alega que tentou encontrar os jogadores no hotel onde estava concentrada a seleção argentina, bem como no vestiário da Neo Química Arena e não conseguiu o acesso porque os dirigentes argentinos não liberaram a entrada. Opa, como assim? Desde quando a PF depende da boa vontade dos investigados para fazer o seu trabalho? Essa história está muito mal contada!

Sobre o jogo que não terminou caberá à FIFA tomar uma decisão sobre o que deverá ocorrer. Em nota, a entidade máxima do futebol mundial afirmou que uma comissão disciplinar analisará o caso. O presidente Gianni Infantino disse que o que ocorreu foi “uma loucura” e que lamenta a suspensão do jogo.

Já a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), através do seu presidente interino, Ednaldo Rodrigues, lamentou o episódio. Segundo ela, não houve tentativa de ferir os protocolos sanitários do país para fazer o jogo. “O papel da CBF foi sempre na tentativa de promover o entendimento entre as entidades envolvidas para que os protocolos sanitários pudessem ser cumpridos a contento e o jogo fosse realizado.”

E, como sempre, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) lavou as mãos, deixando a decisão para a FIFA. Em nota oficial disse que “as Eliminatórias para a Copa do Mundo são uma competição da FIFA e que todas as decisões relativas à organização e desenvolvimento são exclusiva responsabilidade dela."

Se a fotografia do Brasil perante o mundo já não é das melhores, o episódio envolvendo o jogo das Eliminatórias contribuiu para piorar a imagem. Manchou também a seleção Argentina, que pelo que parece tentou peitar as regras brasileiras e impor a sua vontade. 

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

 

CORINTHIANS COMEMORA 111 ANOS E DÁ PRESENTES PARA A FIEL TORCIDA

POR ROBERTO MAIA

Giuliano foi a primeira grande contratação do Corinthians no ano, após rescindir com o İstanbul Başakşehir, da Turquia. (Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians)

O Corinthians comemorou, dia 1º de setembro, seus 111 anos de fundação e quem ganhou o presente foi a fanática Fiel Torcida. Apesar de estar mergulhado em uma dívida bilionária, o Timão fez mágica nos últimos dias e contratou importantes reforços para o time. Primeiro veio Giuliano, depois o retorno de Renato Augusto, em seguida Roger Guedes e, na véspera do aniversário anunciou a chegada de William, que é fruto do “terrão” do Parque São Jorge e que fez fama na Europa. E antes da janela de transferência fechar ainda confirmou a contratação do lateral-direito João Pedro, junto ao Porto.

O que todos estão se perguntando – corinthianos ou não – é como o presidente Duílio Monteiro Alves conseguiu recursos para trazer jogadores caros que estavam no China e na Europa. Eu particularmente acho que o dirigente percebeu que com o elenco que o treinador Sylvinho tinha em mãos não poderia almejar colocação melhor que o meio da tabela do Brasileirão.

Em 2021, o Corinthians foi o primeiro dos clubes grandes de São Paulo a ser desclassificado de todas as competições da qual participava - Copa do Brasil e Sul-Americana. O que significou perder a chance de conseguir uma boa soma de premiação pela participação. Disputando apenas o Brasileirão e não conseguir chegar à zona dos times que irão disputar a Copa Libertadores do próximo ano também significa perder muito dinheiro.

O que fez o presidente corinthiano então. Se “livrou” de mais de uma dezena de jogadores que têm salários altos e muito tempo de contrato. Alguns rescindiram e outros foram emprestados para clubes do Brasil e do exterior. Certo que o Corinthians ainda paga parte do salário de alguns deles, mas somando todos que saíram dá uma bela aliviada nas despesas. Segundo informação de uma fonte próxima ao presidente Duílio, a folha de pagamento do elenco profissional do Timão era de R$ 14 milhões e agora está na casa dos R$ 11 milhões.

Outra aposta do mandatário corinthiano é que com a chegada dos medalhões, o marketing do clube terá melhores condições de atrair novas receitas, o que significa dinheiro novo entrando. O burburinho atual é de que com novos patrocinadores a camisa alvinegra será a mais valiosa do país.

Tudo isso, mais a volta da torcida aos jogos, o que deverá acontecer a partir de 1º de novembro, segundo o Governo do Estado de São Paulo, trará receitas ao clube, que ajudarão para bancar os salários milionários dos novos contratados.

William, a cereja do bolo!

William abriu mão de muito dinheiro no Arsenal para poder voltar ao Corinthians, clube que o revelou para o futebol. (Foto: Arsenal FC/www.arsenal.com)

A contratação do meia-atacante Willian, que deixou o Arsenal da Inglaterra, onde tinha mais dois anos de contrato, para voltar a vestir a camisa do clube que o formou após 14 anos pode ser considerada a maior do Corinthians desde Ronaldo fenômeno. Acima da média geral no Brasil, o jogador de 33 anos disputou as duas últimas Copas do Mundo – 2014 no Brasil e 2018 na Rússia - com a Seleção Brasileira.

Também fez sucesso na Europa, principalmente no Chelsea, onde ficou durante sete temporadas. William ainda tinha mercado no continente europeu e poderia facilmente ter ido para outro clube. Para voltar ao Timão, William disse não aos franceses Lyon e Olympique de Marselha que tentaram atravessar o negócio na última hora. Também sem dificuldade teria assinado contrato com algum time do Oriente Médio ou da China. 

No Arsenal William recebia R$ 48 milhões por temporada, ou cerca de R$ 4 milhões mensais. Para rescindir o contrato abriu mão de uma bolada considerável. Coisa não muito comum atualmente, onde jogadores aceitam a reserva e o ostracismo para poderem continuar recebendo seus salários milionários até o final do contrato. 

No Corinthians William receberá algo em torno de R$ 1 milhão ou um pouco mais entre luvas e salários. Valores altíssimos para os padrões do país e do Corinthians. Mas ao abrir mão de muito dinheiro para voltar a vestir a camisa do Corinthians, William mostra que ainda tem motivação e não quer simplesmente esperar o fim da carreira chegar. Ou, quem sabe, mostrar serviço no Brasileirão e voltar a ser convocado por Tite para a Copa do Mundo do Catar no final de 2022. Futebol não lhe falta.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR