sábado, 27 de maio de 2017

Palmeiras fez a lição de casa na Libertadores

POR ROBERTO MAIA
Zé Roberto: jogador mais velho a marcar um gol na Libertadores 
   Com a vitória por 3 a 1 sobre o Atlético Tucumán, da Argentina, nesta quarta-feira (24), no Allianz Parque, o Palmeiras está classificado para as oitavas de final da Taça Libertadores. Com gols de Mina, Willian e Zé Roberto, chegou aos 13 pontos e passou de fase como líder do grupo 5 da competição. Esta é a décima vez que o Verdão chega às oitavas de final da competição. As outras vezes foram em 1994, 1995, 1999, 2000, 2001, 2005, 2006, 2009 e 2013.

   Novamente sob o comando do técnico Cuca, o time mostrou mais consistência e jogadas ensaiadas, porém, ele reconhece que o Palmeiras terá de continuar crescendo e suar bastante para alcançar o do torneio intercontinental. “Não tem vida fácil na Libertadores, temos de estar preparados, independentemente de quem venha”, disse após o jogo.

   Com menos de 20 no comando do time, Cuca já terá que enfrentar um problema, a insatisfação de Borja que novamente demonstrou irritação ao ser substituído aos 14 minutos do segundo tempo por Willian. E o pior para o jogador colombiano é que ele viu do banco de reservas o seu substituto entrar e marcar o segundo gol do time aos 23 minutos.

Cuca voltou ao comando e o time já mostrou mais consistência
   Com triunfo o Palmeiras chegou a 13 - quatro vitórias, um empate e uma derrota -, mesma pontuação de Atlético-MG (Grupo 6), Lanús-ARG (Grupo 7) e River Plate-ARG (Grupo 3), sendo que este último tem um jogo a menos e ainda pode chegar a 16 pontos.

   Além da classificação do time, um jogador em especial tem motivos para comemorar. Zé Roberto com o gol marcado aos 46 minutos do segundo tempo tornou-se o jogador mais velho a marcar um gol na competição continental. Aos 42 anos, 10 meses e 18 dias, o lateral bateu o recorde histórico. Com 116 partidas realizadas pelo Alviverde, é o quarto integrante do atual elenco com mais jogos disputados, atrás apenas de Fernando Prass (222), Dudu (132) e Vitor Hugo (131). Vestindo a camisa do Palmeiras, Zé Roberto conquistou a Copa do Brasil em 2015 e o Campeonato Brasileiro do ano passado.

   Com a vitória, o Verdão aumentou a sequência invicta jogando no Allianz Parque. Agora são 24 jogos (19 vitórias e 5 empates) e está perto de igualar a série sem derrotas em seus domínios estabelecida entre os anos de 2013 e 2014, quando ficou 27 jogos sem ser batido - incluindo mandos em estádios nas cidades de Itu, Presidente Prudente, Londrina e Campo Grande.

   O Palmeiras também ampliou seu próprio recorde entre os clubes brasileiros com mais gols marcados em Libertadores, com 286 em 17 participações.

   Agora, o Verdão “troca o chip” e volta a jogar no Brasileirão, após ser derrotado na segunda rodada pela Chapecoense na arena Condá, quando atuou com um time reserva. O adversário do próximo sábado será o São Paulo, às 19h, no Morumbi. Depois, sem muito tempo para descansar e treinar, o Alviverde viaja para Porto Alegre onde enfrentará o Internacional, na quarta-feira, dia 31, às 21h45, em confronto válido pelas oitavas de final da Copa do Brasil.

Fotos: Cesar Greco/Ag.Palmeiras/Divulgação

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Pressionado, Rogério Ceni precisa mostrar serviço rápido, senão...

POR ROBERTO MAIA
Jogador mais experiente do elenco, Lugano apoia o trabalho 
desenvolvido por Rogério Ceni (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)

No início de janeiro deste ano escrevi nesse espaço sobre o imenso desafio que Rogério Ceni tinha pela frente quando resolveu iniciar a carreira de treinador de futebol exatamente no clube que o consagrou como goleiro e onde é o maior ídolo da história. Na oportunidade, disse que sem nenhuma experiência como treinador, Ceni estava colocando em risco a sua vitoriosa carreira no time pelo qual disputou 1.237 partidas – um recorde mundial. Sem dúvida foi uma aposta de risco dos dirigentes são-paulinos e dele próprio.

Também questionei sobre como seria a reação dos torcedores são-paulinos após uma sequência de resultados ruins e se os dirigentes teriam paciência para esperar. E a resposta até o momento para essas duas perguntas é sim. Apesar do Tricolor ter sido desclassificado em três competições diferentes em pouco mais de três semana, os torcedores o pouparam e os dirigentes o prestigiaram.

O São Paulo foi eliminado na semifinal do Campeonato Paulista contra o Corinthians e na Copa do Brasil pelo Cruzeiro. Até aí tudo normal, afinal foram jogos contra grandes adversários. O vexame maior foi não conseguir superar o fraco Defensa y Justicia na Copa Sul-Americana, principalmente por ter tido 17 dias livres para treinar a equipe.

Maior ídolo da história do São Paulo, vestiu a camisa em 1.237 
jogos – um recorde mundial (Foto: Divulgação/São Paulo)

Após todas essas catástrofes o discurso passou a ser de que, agora, o time tem apenas o Campeonato Brasileiro para disputar na temporada e terá que buscar ao menos uma vaga na Libertadores de 2018. E como o que está ruim ainda pode piorar, o time foi derrotado no primeiro jogo disputado contra o Cruzeiro. As nuvens negras voltaram a pairar sobre o Morumbi e, consequentemente, os questionamentos sobre o futuro de Rogério Ceni. Como eu disse, perder para times do mesmo porte é coisa normal no futebol, mas o que incomoda é não mostrar evolução e apresentar os mesmos erros que tiraram o time das três disputas.

Não bastasse isso, ainda veio a público uma discussão do treinador com o jogador Cícero no intervalo do jogo contra o Corinthians disputado no Morumbi. Irritado com o desempenho do time, Ceni teria chutado uma lousa utilizada na preleção antes do jogo e a mesma teria atingido o pé do atleta, que não gostou, claro. Mas quem teria vazado essa informação justamente agora? E com qual intensão?  

Tudo isso mostra que Rogério Ceni, apesar de ser profundo dos bastidores do Morumbi e dos atalhos do CT da Barra Funda, está tendo dificuldades no vestiário com os seus comandados. Gerir pessoas é tarefa das mais complicadas. Um treinador pode até ser competente, estudioso, esforçado, mas se não souber lidar com os jogadores estará fadado ao fracasso. Nesse aspecto ele deveria se inspirar em seus colegas mais experientes, como Tite e Cuca, por exemplo, que são muito bons nesse aspecto.

Rogério Ceni tem que fazer o time voltar a subir antes que seja tarde 
(Foto: Universal Orlando/Divulgação)
 

Embora os torcedores do Tricolor já estejam desconfiados e aos poucos perdendo a paciência, ainda enxergam Rogério Ceni como uma entidade superior, intocável, soberana. Não à toa o chamam de Mito. Mas tudo tem limites. O São Paulo é muito grande e não pode ficar tanto tempo sem ganhar títulos. Algo está muito errado nos bastidores do Morumbi. E eu entendo que os resultados ruins nos últimos anos são culpa principalmente da diretoria.

O ex-goleiro e agora treinador recebeu um elenco fraco para comandar. Nada muito diferente do que receberam os treinadores que passaram pelo clube nos últimos dez anos. E foram muitos – Muricy Ramalho (duas vezes), Ricardo Gomes (duas vezes), Paulo Cesar Carpegiani, Adilson Batista, Emerson Leão, Ney Franco, Paulo Autuori, Juan Carlos Ozorio, Doriva e Edgardo Bauza, além de interinos como Pintado, Sergio Baresi e Milton Cruz (muitas vezes). Seriam todos incompetentes? 

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Ato de resistência dos torcedores gera lucro à FPF e CBF

POR ROBERTO MAIA

 Em São Paulo, sinalizadores são usados em nome da resistência dos 
torcedores ao “futebol Moderno” (Foto: Tino Simões)
Jogadores, torcedores e imprensa costumam dizer em suas resenhas que o futebol está ficando chato aqui no Brasil. Dentro e fora dos gramados. E eu concordo. Está bem chato mesmo. Dentro das quatro linhas são raros os jogos com dribles, times montados para atacar, gols oriundos de jogadas trabalhadas, etc.

E quando um jogador marca um golaço, decisivo, ele não tem nem o direito de comemorar junto com sua torcida. Se comemorar próximo da torcida adversária dirão que ele está provocando. E se ousar tirar a camisa, cartão amarelo para ele. Triste tudo isso.

Nas arquibancadas então o negócio está cada vez pior. Enquanto na Europa a torcida é parte integrante do show em que se transformaram os jogos de futebol, aqui no Brasil parecem que a querem longe dos estádios.

Melhor exemplo europeu são os jogos do Borussia Dortmund, na Alemanha. Em 2016, a torcida aurinegra teve a maior presença de público do mundo, com a impressionante média de 81,3 mil pagantes nos jogos realizados em seu estádio, o Signal Iduna Park. A marca foi superior à média de 76,5 mil torcedores do Barcelona no Camp Nou e de 75,3 mil dos torcedores do Manchester United, no Old Trafford.

Torcedores do Borussia Dortmund fazem os mosaicos mais belos dos 
estádios do mundo (Foto: reprodução/Facebook Borussia Dortmund) 
Não vou entrar no mérito da qualidade dos times e jogos, nem falar sobre a segurança ou poder aquisitivo dos torcedores lá no velho continente. Foco apenas no fato que as autoridades europeias e os dirigentes dos clubes entenderam que o futebol é uma importante fonte de renda e deve ser tratado como um negócio. E os torcedores são antes de tudo considerados clientes e, portanto, devem ser bem tratados.

Não é o que acontece por aqui. Na grande maioria dos estádios brasileiros, torcedores são tratados como gado e sujeitos a todo tipo de maus tratos. Desde o acesso aos campos até às condições das instalações.

Totalmente liberados na Europa, mosaicos são proibidos nos estádios 
paulistas em nome da segurança (Foto: Tino Simões)
Ao falar do Borussia Dortmund lembrei também dos incríveis mosaicos realizados pelos seus torcedores. Certamente são os melhores do mundo devido à riqueza de detalhes. Aqui no Brasil, a moda chegou e muita coisa bonita aconteceu nos estádios. Principalmente no Rio de Janeiro, onde a festa dos torcedores ainda é permitida.

Em São Paulo, Corinthians e Palmeiras também já apresentaram lindos mosaicos em seus estádios. Mas não é que a Polícia Militar resolver proibir esse tipo de manifestação em nome da segurança! Ponte Preta e Corinthians foram proibidos de fazer mosaicos nos jogos finais do Paulistão. Qual seria o perigo que representaria? E por que proibiram agora se antes outros foram permitidos? Difícil entender a lógica.

Outro artefato proibido foram os sinalizadores. Esses, não pela PM, mas pela Federação Paulista de Futebol (FPF) e pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Os árbitros foram orientados a paralisarem os jogos e anotarem nas súmulas quando torcedores acenderem os “perigosos” sinalizadores. Coloquei entre aspas porque esses sinalizadores usados não são do mesmo tipo daquele que matou um garoto em jogo do Corinthians na Bolívia. Os que geram uma luz avermelhada são usados até por crianças em festas juninas. E são pequenos, o que dificulta ainda mais a apreensão pelos policiais.

Sinalizadores foram proibidos não pela PM, mas pela FPF e pela CBF 
(Foto: Tino Simões)
Enquanto integrantes das torcidas organizadas enxergam nesses sinalizadores um gesto de resistência e de repúdio ao que chamam de futebol moderno, FPF e CBF lucram com as pesadas multas aplicadas aos clubes. Isso quando os tribunais não os punem com a perda de mandos de jogos, obrigando-os a jogar longe da sua sede e gerando outras despesas.

E os clubes por que não reagem e aceitam pacificamente tudo o que está acontecendo? Afinal, são eles que levam os maiores prejuízos. Rabo preso com as federações? Pode ser, afinal o que explicaria tamanha passividade. 


sexta-feira, 5 de maio de 2017

Corinthians com a mão na taça do Paulistão 2017

POR ROBERTO MAIA

Rodriguinho e Gabriel estão fora do jogo final contra a Ponte 
Preta na Arena Corinthians (Foto: Ag.Corinthians/Divulgação) 

Contrariando prognósticos de muitos comentaristas que consideraram o Corinthians como sendo a quarta força do futebol paulista, o Timão chegou à final do Campeonato Paulista de 2017 e tem tudo para conquistar a taça pela 28ª vez. O gigantesco passo foi dado ao vencer a Ponte Preta, em Campinas, por 3 a 0.

O alvinegro fez exatamente o contrário que o treinador da Macaca, Gilson Kleina esperava. Ou seja, ao invés de esperar a Ponte em seu campo para contra-atacar, o time procurou o gol desde o início. Não deu chances aos pontepretanos e fez os gols com surpreendente facilidade. Sempre forte na defesa, contou também com gritantes falhas individuais do adversário.

Rodriguinho, principal nome do jogo e autor de dois gols e uma assistência para Jadson marcar, estará fora do jogo de domingo na arena de Itaquera. Ele e Gabriel estavam pendurados e levaram o terceiro cartão amarelo. Quem também estará fora – caso o Corinthians não consiga efeito suspensivo – é o lateral Fagner, punido no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) da Federação Paulista de Futebol com um jogo de suspenção por agressão ao peruano Cueva no jogo contra o São Paulo, em clássico realizado no dia 23 de abril.

A final entre Corinthians e Ponte Preta coincidentemente marca também os 40 anos do jogo histórico em que o Timão colocou fim à fila de 23 anos sem títulos. Basílio e os demais jogadores que atuaram naquela noite de 13 de outubro de 1977, serão homenageados com seus nomes nas camisas do atual elenco corinthiano. 

Cristiano Ronaldo

Cristiano Ronaldo está marcando seu nome na galeria 
dos melhores do mundo (Foto: cristianoronaldo.com)

Na coluna de julho de 2016 eu disse que no futuro os historiadores o colocarão como o maior de todos os tempos no futebol de Portugal. Hoje afirmo que não tenho dúvida sobre isso e ele estará também na galeria dos maiores do mundo.

Suas conquistas recentes são impressionantes: Eurocopa (Portugal); Champions League e o Mundial de Clubes (Real Madrid); Ballon D'or (revista France Football); e Bola de Ouro (FIFA). Até o dia 2 de maio, quando marcou três gols no jogo contra o Atlético de Madrid pela Champions Ligue, Cristiano Ronaldo contabiliza 593 gols na carreira - atuando por Real Madrid, Manchester United, Sporting e Seleção Portuguesa. E tem tudo para ser eleito pela quinta vez o melhor jogador do mundo pela FIFA, igualando o número de conquistas do argentino Lionel Messi. Aliás, desde 2007, quando o brasileiro Kaká foi escolhido o melhor jogador do ano, os prêmios ficaram com Cristiano e Messi.

Nascido em 1985 em Funchal, na Ilha da Madeira, Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro começou a carreira nas categorias de base do Andorinha de Santo António. Em 1995, foi para o Clube Desportivo Nacional e logo em seguida assinou com Sporting de Lisboa. Seu grande talento chamou a atenção de Sir Alex Ferguson, treinador do Manchester United. E, em 2003, com apenas 18 anos, assinou contrato com o clube inglês, que pagou cerca de 12,24 milhões de libras esterlinas (15 milhões de euros) ao Sporting. A transferência de CR7 Manchester United para o Real Madrid, em 2009, é considerada a mais cara do esporte: 80 milhões de libras esterlinas (94 milhões de euros).