quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Derby Paulista: 100 anos de emoção e rivalidade

Por Roberto Maia

Foto: Ag.Corinthians/Divulgação
O primeiro jogo do ano do centenário do Derby Paulista – Corinthians x Palmeiras – foi como todos outros realizados nesse tempo. Emocionante! Jogando em casa e com um time considerado inferior tecnicamente que o do Verdão, o Timão mostrou raça e determinação durante todo o jogo igualando as forças. Foi ainda mais aguerrido após perder o volante Gabriel, expulso erroneamente pelo árbitro Thiago Duarte Peixoto. 
O árbitro Thiago Duarte Peixoto quase estragou o clássico 
centenário (Foto: Cesar Greco/Ag.Palmeiras/Divulgação)

Com dez em campo, teve que se fechar na defesa e jogar por uma bola. E deu certo. Aos 42 minutos do segundo tempo o garoto Maycon disparou do meio de campo, disputou a jogada com Guerra e conseguiu dar passe certeiro para o centroavante Jô, que havia acabado de entrar e tocou entre as pernas do goleiro Fernando Prass. Depois, foi esperar o apito final e comemorar com os companheiros e torcedores como se tivesse vencido um campeonato.

Foto: Ag. Corinthians/Divulgação

Assim é o clássico Corinthians versus Palmeiras, uma das maiores rivalidades do futebol mundial. Para quem não sabe, foi o jornalista esportivo Thomaz Mazzoni, então no jornal A Gazeta Esportiva, quem batizou o confronto de Derby na década de 1930, em referência à mais importante corrida de cavalo do mundo, o Derby de Epsom. Se o alvinegro ganhou o jogo ontem, o primeiro confronto da história de ambas as equipes teve como vencedor o então Palestra Itália. Em jogo realizado no Parque Antárctica no dia 6 de maio de 1917, o placar não deixou dúvidas: 3 a 0, com gols marcados por Caetano. A primeira vitória do Corinthians no clássico aconteceu dois anos depois, em 1919, também por 3 a 0.

Foto: Cesar Greco/Ag.Palmeiras/Divulgação

Nesses 100 anos de rivalidade histórica houve jogos memoráveis em disputas pelos campeonatos Paulista, Taça Cidade de São Paulo, Rio-São Paulo, Brasileirão e Copa Libertadores. O palco principal do clássico foi o Pacaembu, que recebeu 151 jogos entre os rivais com 60 vitórias do Corinthians, 47 do Palmeiras e 44 empates.
Um dos jogos mais marcantes para ambas as torcidas foi a decisão do de 1974. O Corinthians tentava colocar fim ao longo jejum de títulos. Não conseguiu. O Verdão levou a melhor e venceu por 1 a 0, no Morumbi, com gol de Ronaldo. O jogo marcou também o fim da história do ídolo Rivelino com a camisa do Timão, que foi considerado culpado pela derrota.

Outras duas derrotas doídas para a torcida corinthiana aconteceram em confrontos pela Copa Libertadores. A primeira nas quartas de final em 1999 e a segunda na semifinal de 2000. Ambos os jogos foram decididos nos pênaltis com o goleiro Marcos brilhando e eliminando o Timão.

Mas também tiveram jogos inesquecíveis para os alvinegros. Um deles certamente foi o da decisão do Paulistão de 1999, quando com o título garantido, o capetinha Edílson fez as famosas embaixadinhas que acabou em pancadaria no Morumbi. Dez anos depois, em 2009, foi a vez de Ronaldo Fenômeno brilhar ao marcar pela primeira vez com a camisa do Timão no Paulistão, evitando derrota no jogo realizado em Presidente Prudente - ao comemorar com a torcida o alambrado veio abaixo. E ao conquistar o quinto título brasileiro em 2011 com um empate no Pacaembu no mesmo dia em que o craque Sócrates morreu.

Segundo o jornalista e historiador Celso Unzelte, foram 351 jogos entre os eternos rivais com 125 vitórias do Palmeiras e 121 do Corinthians (já contando a de ontem), além de 106 empates. O Verdão marcou 509 gols enquanto o Timão chegou 469 vezes às redes. O maior artilheiro do confronto foi o corinthiano Cláudio com 21 gols. Do lado palmeirense foi Heitor quem marcou 16 vezes. A maior goleada pertence ao Palmeiras que em 1933 venceu o rival por 8 a 0.

A história continuará a ser escrita nos próximos confrontos, onde com certeza o que não faltará será emoção. 

Nos 100 anos de rivalidade histórica nunca faltou raça às equipes
 (Foto: Cesar Greco/Ag.Palmeiras/Divulgação)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Corinthians decide seu futuro na próxima segunda-feira

Por Roberto Maia

Com o fim do chapão no Corinthians, Roberto de Andrade corre 
risco de sofrer impeachment (Foto: Ag.Corinthians/divulgação)

Na próxima segunda-feira, dia 20, o Conselho Deliberativo do Corinthians estará reunido para decidir o futuro do presidente Roberto de Andrade. O mandatário do Timão responde a um pedido de afastamento (impeachment) por, supostamente, ter assinado um documento em data anterior à sua eleição. Ele já foi absolvido pela Comissão de Ética do clube, que decidiu dar-lhe somente uma advertência por escrito por entender que o ato não é suficientemente forte para lhe tirar da cadeira presidencial do 5º andar do prédio administrativo do Parque São Jorge. Caso os conselheiros decidam pelo seu afastamento, caberá, ainda, aos sócios ratificarem ou não a decisão em uma assembleia geral.

Esse é o fato concreto que deve estar tirando o sono de Andrade. Tanto que nos últimos meses uma verdadeira tropa de choque está mobilizada para defende-lo e arregimentar apoiadores. Mas, na prática, o presidente corinthiano estará sendo julgado não apenas pela assinatura em contratos com data errada. Tal como Dilma Rousseff, que não foi afastada apenas por causa das pedaladas fiscais, Roberto de Andrade está sendo vítima das consequências dos atos do seu grupo político que está no poder desde 2007.

Andrade é o terceiro presidente eleito consecutivamente pelo grupo Renovação & Transparência, que derrubou Alberto Dualib após 14 anos no comando do clube. Primeiro foi Andrés Sanchez, que revolucionou o Corinthians dinamizando o marketing com campanhas, lançamentos de camisas e estruturação de uma rede de lojas (Poderoso Timão); construiu um Centro de Treinamento de primeiro mundo; contratou o fenômeno Ronaldo; conquistou títulos e deu início à construção da tão sonhada arena.

Foram anos de realizações e conquistas, tanto que Sanchez virou ídolo da fanática torcida corinthiana. E não foi difícil fazer o seu sucessor, Mario Gobbi Filho, que deu sequência ao trabalho e marcou seu nome na história ao conquistar a tão sonhada Libertadores e o Mundial de Clubes, em 2012. O final da sua gestão foi tumultuado e há quem jure que Gobbi e Andrés já não se falavam. Mesmo assim, o grupo R&T conseguiu emplacar Roberto de Andrade em uma eleição duríssima em que venceu por pequena diferença de votos.

Comemoração dos 10 anos da Renovação & Transparências foi 
última com o grupo ainda unido (Foto: Tino Simões)

Mas, amparado por um conjunto de conselheiros conhecidos como Chapão – por terem sido eleitos juntamente com o presidente em uma lista de 200 nomes – imaginavam continuar dominando os destinos do clube. Porém, em agosto do ano passado, as coisas começaram a mudar. A primeira derrota de Andrés e seu grupo veio em uma reunião do CD para deliberar sobre mudanças estatutárias. O Chapão caiu e Andrés foi vaiado. A partir de 2018, os conselheiros do Corinthians serão eleitos através de pequenas chapas de 25 pessoas que não mais precisarão ser aprovadas pelo grupo que está no poder. Tanto que o deputado federal Andrés Sanchez comunicou que o grupo R&T já não existia.

Sentindo-se liberados, grupos de conselheiros e associados começaram a surgir. Todos querendo explicações de negócios malsucedidos ou pouco claros. Acabou o sossego de Andrade. Alguns aliados que ocupavam diretorias importantes começaram a deixar seus cargos. Os dois vice-presidentes eleitos nunca tiveram função definida.

Paralelamente a esse inferno astral, o time principal campeão brasileiro de 2015 se desmanchou, o então intocável treinador Tite arrumou suas coisas e assumiu a Seleção Brasileira levando com ele parte da comissão técnica, jogadores foram contratados e não vingaram, as dívidas se avolumaram, a sonhada arena parece impagável, Drogba virou piada e até uma simples previsão orçamentária não foi aprovada pelo CD colocando o clube em risco por causa das regras do Profut. 

Esse é o Corinthians, um clube que não conhece a sua força. A noite de segunda-feira será tumultuada com certeza, mas a terça-feira chegará inevitavelmente. E que ela traga boas coisas para o Timão e sua torcida.

A arena virou dor de cabeça e motivo de brigas internas 
na direção do clube (Foto: Tino Simões)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Novos treinadores e novas ideias para oxigenar o futebol brasileiro

Por Roberto Maia

O ano de 2017 começou com interessantes novidades em alguns dos principais clubes brasileiros. Mas não estou falando em contratações de jogadores. Me refiro a novos treinadores. Depois de uma entressafra onde a saída foi recorrer a profissionais estrangeiros, surgiram no cenário futebolístico nacional nomes Eduardo Batista, Roger Machado, Jair Ventura Filho, Zé Ricardo, Antonio Carlos Zago, Rogério Ceni e Fábio Carille.   
   
Importante ressaltar que o mérito é todo deles, até porque os clubes, sem dinheiro e nenhum plenejamento, recorreram a eles por falta de opções no mercado. Mesmo por vias tortas, a chegada deles pode oxigenar o poluído ar do futebol brasileiro. Jovens e muito bem preparados, impõem métodos de trabalho que nada lembram os antigos “professores paizões”, que alcançavam bons resultados apenas agregando o grupo de jogadores, mas sem táticas definidas em campo.

Rogério Ceni tem o respeito dos jogadores e traz conceitos modernos 
que estudou na Inglaterra (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)

Dos nomes citados aqui o que entra mais pressionado é Rogério Ceni por causa da sua vitoriosa carreira com a camisa do São Paulo. Foi corajoso em assumir o comando técnico do time que defendeu durante 25 anos e onde ostenta o status de maior ídolo. Ceni optou por não seguir o modelo dos novos treinadores, que começam como auxiliares de técnicos consagrados ou nas categorias de base. Logo que parou de jogar foi para a Inglaterra estudar e fazer um curso de treinador de futebol. Também fala inglês e espanhol, algo raro entre os profissionais brasileiros.

Em pouco tempo colocou em prática os conceitos modernos que estudou durante seu estágio e o então apático time Tricolor apresentou postura totalmente diferente da que vinha mostrando ao longo de 2016. Em campo o time mescla intensidade na marcação, rapidez e objetividade quando têm a posse de bola. Para mostrar que seu objetivo é impor táticas usuais na Europa, trouxe com ele dois auxiliares internacionais, o inglês Michael Bale e o francês Charles Hembert.

Eduardo Batista será cobrado para levar à conquista da Libertadores 
e do Mundial de Clubes (Foto: César Greco/Ag.Palmeiras/Divulgação)

Eduardo Batista, filho do vitorioso Nelsinho Batista, tem dura missão no milionário Palmeiras. Depois de chamar a atenção pelos bons resultados alcançados no Sport, foi contratado pelo Fluminense onde não foi muito feliz. Não Ponte Preta voltou a se destacar antes de assinar com o Verdão. Com um elenco grande e seleto nas mãos, será cobrado para manter o time no caminho das conquistas. Dirigentes e torcedores sonham com a Libertadores e o Mundial de Clubes. Não terá vida fácil.

No Corinthians, Fábio Carille – ex-auxiliar de Tite - tenta mostrar que tem condições de levar o time de volta ao caminho do bom futebol e dos títulos. Poderia ter sido efetivado logo que o treinador da Seleção deixou o clube. Mas, por causa da cegueira dos dirigentes, continuou como auxiliar de Cristóvão Borges e Osvaldo de Oliveira. O Timão perdeu tempo e dinheiro. Carille chegou por linhas tortas e tenta salvar o Corinthians que tem sido vítima das trapalhadas do presidente e dos seus diretores – casos Drogba e William Pottker, entre outros. Tem nas mãos um elenco mediano e terá que recorrer aos jovens talentos da base.   

Fábio Carille tem dura missão no Corinthians com elenco mediano 
e trapalhadas dos dirigentes (Foto: Ag.Corinthians/Divulgação)

Roger (Atlético-MG), Jair Ventura (Botafogo), Zé Ricardo (Flamengo) e Zago (Internacional) também estão sob os olhares de torcedores e imprensa. Os três primeiros com a responsabilidade de disputar a Copa Libertadores e o último com a missão ingrata de tirar o Colorado da Série B e devolver o time à elite do futebol brasileiros. Claro que nem todos serão campeões com seus times, porém, torço para que consigam fazer um bom trabalho e apresentem novidades na forma dos times jogarem.

Para encerrar não posso deixar de mencionar outro treinador jovem e bastante competente: Fernando Diniz do Audax Osasco. Infelizmente, nenhum grande clube resolveu investir nele. Difícil entender essa miopia. Mas, certamente, isso é algo que não demorará muito para acontecer.

Pizza Hut fecha patrocínio pontual com a Ponte Preta

Por Roberto Maia


A Pizza Hut patrocinará a Associação Atlética Ponte Preta em jogo contra o São Paulo Futebol Clube, válido pela segunda rodada do Campeonato Paulista 2017. A partida será realizada neste domingo, dia 12, às 17h, no Estádio Cicero Pompeu de Toledo (Morumbi), na cidade de São Paulo (SP). O jogo também marca a estreia do treinador Rogério Ceni como técnico do time paulistano “em casa”, frente à sua torcida.

A negociação do contrato firmado pela Pizza Hut com o clube de Campinas (SP) foi realizada pela Wolff Sports, agência de marketing esportivo comandada por Fábio Wolff.