POR ROBERTO MAIA
Maradona disputou quatro Copas do Mundo com a seleção argentina: ganhou a de 1986 e foi vice-campeão em 1990. (Foto: Reprodução vídeo Conmebol)
O futebol perdeu um gigante. Diego Armando Maradona
morreu aos 60 anos de parada cardiorrespiratória quando se recuperava de uma
cirurgia no cérebro. Considerado um dos maiores jogadores da história do
futebol, encantou o planeta com o seu talento com a bola nos pés. Inteligente e
rápido, driblava adversários com surpreendente facilidade. Sua perna esquerda
parecia encantada. Fazia lançamentos precisos, seus chutes eram certeiros tanto
de longa ou de curta distância, e as cobranças faltas eram praticamente
indefensáveis. Era conhecido como "El Pibe de Oro" e disputou quatro
Copas do Mundo.
Na Argentina, Maradona não era considerado um ser
humano normal. Era reverenciado como uma divindade. Era uma entidade, tanto que
uma igreja – maradoniana - foi criada e dedicada a ele. Era um deus!
A discussão entre brasileiros e argentinos seguirá
para todo o sempre. Quem foi melhor, Pelé ou Maradona? Não importa, ambos foram
geniais e estão muito distantes dos demais chamados craques do futebol.
Maradona encantou o mundo com seu talento. Aos 15
anos já arrastava os torcedores do Argentinos Juniors, o time que o revelou,
para as partidas preliminares. Não demorou muito para estar entre os
profissionais. Seu repertório de jogadas fazia suspirar os apreciadores do
futebol arte. A primeira convocação para a seleção argentina também veio
rápida, aos 17 anos. Por pouco não disputou a Copa do Mundo de 1978 e até hoje
suscita discussões sobre o seu polêmico corte.
Torcedor fanático do Boca Juniors, Maradona realizou
o sonho de vestir a camisa xeneize em 1980, após ter sido artilheiro em dois
campeonatos e ser eleito pela segunda vez o melhor jogador da América do Sul. O
sucesso foi imediato e a Argentina ficou pequena para o seu futebol. Por 8
milhões de dólares, um recorde à época, foi contratado pelo poderoso Barcelona pouco
antes da Copa do Mundo de 1982.
O astro argentino também atuou como treinador, inclusive dirigindo a seleção do seu país na Copa do Mundo de 2010. (Foto: Reprodução AS TV)
A adaptação não Europa não foi fácil e alternou
grandes jogos com outros onde pouco apareceu. Em dois anos no clube da
Catalunha, também teve hepatite, sofreu uma séria contusão e recebeu uma
suspensão de três meses. Foi quando apareceu o pequeno Napoli, da Itália,
interessado em seu futebol.
Em Nápoles, Dieguito foi amado e venerado como um
rei. E correspondeu. Consagrado mundialmente após a conquista da Copa do Mundo
de 1986, no México, era o orgulho da pequena cidade no sul do país. Naquele
Mundial, Maradona fez um gol histórico e polêmico. Nas quartas-de-final contra
a Inglaterra, marcou um incrível gol de mão que ficou conhecido como “La mano
de Dios”.
Na temporada de 1986/87, Maradona deu ao Napoli seu
primeiro título na Série A do Campeonato Italiano. Nos oito anos que jogou no Napoli,
o time também conquistou a Copa da Itália e a Copa da UEFA, o primeiro título
continental do clube. No auge da carreira, na temporada de 1989/90, o craque
argentino conduz novamente o Napoli ao scudetto.
A cidade se rendia ao seu rei.
Fora dos campos Maradona também colecionou confusões
e problemas. Em 1991 foi pego no exame antidoping, escancarando o vício do
astro nas drogas. Também foi acusado de ligações com a máfia napolitana e foi
suspenso do futebol por 15 meses. A partir daí começou um período de
decadência. Ainda jogou no Sevilla, Newell’s Old Boys e Boca Juniors antes de
encerrar definitivamente a carreira. Depois atuou como diretor técnico e
treinador, inclusive dirigiu a seleção argentina na Copa do Mundo de 2010.
Maradona morreu, mas a lenda será eterna!
ROBERTO
MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO
PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR