sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

COPA LIBERTADORES PODERÁ TER CLÁSSICO PAULISTA NA FINAL

POR ROBERTO MAIA

A decisão da Copa Libertadores da América 2020 poderá ter um duelo paulista entre Palmeiras e Santos (Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras)

Se tudo correr bem, a Copa Libertadores da América 2020 poderá ter um duelo paulista entre os dois times brasileiros (Palmeiras e Santos) classificados para as semifinais, que serão disputadas na segunda semana de janeiro.

Na terça-feira, dia 15, o Verdão foi o primeiro classificado, após a vitória sobre o Libertad (Paraguai) por 3 a 0 no Allianz Parque. No dia seguinte foi a vez do Peixe também conseguir a vaga ao atropelar o time do Grêmio por 4 a 1 na Vila Belmiro.

O adversário do time santista sairá do duelo entre os entre os argentinos Racing e Boca Juniors. O primeiro jogo foi vencido pelo Racing – 1 a 0. O jogo de volta será no dia 23 no estádio La Bombonera, em Buenos Aires. Já o Alviverde enfrentará o River Plate (Argentina) que garantiu a classificação na quinta-feira, dia 17, ao golear o Nacional (Uruguai) por 6 a 2. O time argentino já havia vencido o primeiro confronto por 2 a 0.

Assim, Santos e Palmeiras estão novamente entre os quatro melhores times das Américas. O time santista chega pela nona vez à fase semifinal da Copa Libertadores. As quatro primeiras foram na década de 1960 (62, 63, 64 e 65) e as demais nesse século (2003, 2007, 2011 e 2012). Já o Verdão chega invicto (oito vitórias e dois empates) dois anos após ser eliminado pelo Boca Juniors. Essa será a oitava participação do clube nessa etapa da competição. Anteriormente chegou em 1961, 1968, 1971, 1999, 2000, 2001 e 2018. O Santos é tricampeão do torneio continental (1962, 1963 e 2011), enquanto o Palmeiras levantou a taça em uma única oportunidade (1999).

O atacante Rony comemorou gol contra o Libertad com selfie no Allianz Parque (Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras)

Em um ano complicação por causa da pandemia do novo coronavírus, o que chama a atenção é que os dois times tiveram que incluir vários garotos revelados em suas respectivas bases. E eles não se intimidaram, jogando por terra uma antiga tese de que é preciso jogadores cascudos (experientes) para disputar a Libertadores.

Prova dessa ousadia dos jovens foi o gol marcado pelo atacante Kaio Jorge no jogo do Santos contra o Grêmio. O menino de apenas 18 anos não se intimidou com a importância da partida. Logo após o árbitro apitar o início do jogo, roubou a bola de Jean Pyerre, que falhou ao tentar recuar, e em velocidade driblou o goleiro Vanderlei e marcou seu gol aos 11 segundos de jogo. Além dele, os também garotos Sandry e John mostraram talento e fizeram a diferença, mostrando que não sentiram a pressão de um jogo mata-mata de Libertadores.

Marinho rodou por muitos clubes antes de alcançar destaque no ataque do Santos (Foto: Ivan Storti/Santos FC)

Um dos destaques do jogo contra o tricolor gaúcho foi o experiente Marinho. Ele marcou o segundo gol do Peixe e protagonizou outras importantes jogadas. Com quatro gols na Libertadores e 21 nesse ano, o atacante de 30 anos rodou o mundo antes de alcançar destaque com a camisa do Santos. Curiosamente ele veio do Grêmio, onde não estava sendo aproveitado antes de ser contratado pelo Santos.

No Palmeiras, apesar do elenco recheado de jogadores experientes, os garotos vindo da base também estão mostrando serviço na Libertadores. Entre eles, Danilo, Gabriel Menino, Gabriel Veron e Patrick de Paula.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

TIME FEMININO ENCHE DE ORGULHO OS TORCEDORES DO CORINTHIANS

POR ROBERTO MAIA

Time feminino do Corinthians conquistou o bicampeonato brasileiro contra o Avaí/Kindermann, na Neo Química Arena. (Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians)

O ano de 2020 será lembrado para sempre como o da pandemia do coronavírus, que assolou o planeta fazendo mais de 1,5 milhão de vítimas fatais até o momento. Como consequência, o futebol no mundo foi paralisado por meses e voltou, voltando depois a ser disputado sem os torcedores, a razão maior da sua existência. No Brasil não foi diferente e o Campeonato Brasileiro já em seu segundo turno alterna bons jogos com outros de péssima qualidade.

Oscilando colocações do meio para baixo na tabela, os torcedores do Corinthians sofrem com a qualidade do elenco e o futebol ruim apresentado. A Fiel torce para o time não despencar e chegar à temida zona do rebaixamento.

Mas, apesar do sofrimento com o time principal na disputa do Brasileirão da Série A, os corinthianos encontraram um motivo para comemorar nesse ano ruim: o time de futebol feminino do clube, que no domingo passado conquistou o bicampeonato brasileiro em jogo contra o Avaí/Kindermann, na Neo Química Arena. Comandado pelo técnico Arthur Elias, as garotas do Timão venceram por 4 a 2 e levantaram mais uma taça na modalidade. Os gols corinthianos foram marcados por Gabi Nunes, Victoria Albuquerque e pela craque do time, Gabi Zanotti, que marcou duas vezes.

Em 2019, o bicampeonato brasileiro já havia batido na porta. Com um desempenho fantástico, o time chegou invicto à final contra a Ferroviária. Empatou na decisão e acabou perdendo na disputa dos pênaltis e ficou com o vice-campeonato.

Gabi Nunes é uma das jovens estrelas do Timão que está ajudando a escrever um capítulo glorioso na história do clube (Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians)

O Corinthians tem 110 anos de história, mas o futebol feminino somente chegou ao Parque São Jorge em 2016. E para cumprir uma exigência da Conmebol, que determinou que para os clubes poderem disputar a Copa Libertadores com seus times masculinos, deveriam manter equipes femininas. O Timão cumpriu a determinação e foi além. Contratou uma comissão técnica de qualidade e um mix de jogadoras jovens e outras mais experientes. Manteve a base, ofereceu as condições adequadas e em pouco tempo se impôs como o principal protagonista do futebol feminino no Brasil. Em apenas quatro anos, o time feminino do Alvinegro faturou a Copa do Brasil (2016), o Brasileirão (2018 e 2020), a Copa Libertadores (2017 e 2019) e o Campeonato Paulista (2019).

Ao conquistar o Brasileirão deste ano, o Timão assegurou vaga para as próximas duas edições da Copa Libertadores da América. O torneio deste ano foi adiado por causa da pandemia e o Corinthians, atual campeão, terá a oportunidade de defender o título em março de 2021, na Argentina. Meses depois, entre setembro e outubro, disputará a Libertadores de 2021, no Chile.

Vencer a Libertadores pode ter um gostinho ainda mais especial. É que existem tratativas para a realização de um Mundial de Clubes entre times femininos envolvendo representantes da América do Sul, da Concacaf (Américas Central e do Norte), da Europa e da Ásia.

Mas o que enche de orgulho os torcedores do Corinthians é que o time feminino multicampeão tem qualidade, joga com raça e custa muito menos que os profissionais da equipe masculina. Para manter o time feminino, o clube gasta cerca de R$ 5 milhões por ano, o equivalente a apenas dez dias da folha salarial do elenco principal masculino. Se considerarmos os cerca de R$ 1,5 milhão de patrocínios para o time das mulheres, o custo anual cai para R$ 3,5 milhões.

Tomara outros grandes clubes do Brasil não façam o mesmo que o Corinthians e montem times femininos fortes e de qualidade.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

MOMENTO CERTO OU NÃO... ROGÉRIO CENI JÁ MERECE SER QUESTIONADO!

POR TABATHA MAIA

Mesmo decepcionado com a eliminação da Copa Libertadores, Rogério Ceni mostrou confiança em seu trabalho no Flamengo. (Fotos: Paula Reis/Flamengo)

Se tudo estava indo bem em Fortaleza....no Rio de Janeiro, a história está se mostrando bem diferente. Pelo menos até o momento! No começo de novembro, Rogério Ceni agitou o mundo esportivo ao trocar o Fortaleza pelo Flamengo. O clube carioca aceitou pagar a multa rescisória no valor de R$ 1 milhão, que valia para as duas partes em caso de quebra do vínculo.

O técnico que chegou a ser apontado como um dos principais nomes da atualidade no meio esportivo chegou trazendo muita expectativa para a torcida rubro-negra, mas está deixando a desejar e já virou até alvo de protestos entre os flamenguistas.

Em menos de um mês, o profissional já carrega duas eliminações em sua bagagem, e ambas em jogos mata-mata. Na Copa do Brasil contra o São Paulo, seu ex-clube, e a mais recente na Copa Libertadores contra o Racing (ARG), nos pênaltis.

A eliminação da Libertadores, competição importante para qualquer time, deu o que falar já que foram apontados diversos erros do técnico, como terminar a partida sem dois jogadores importantes: Everton Ribeiro e Arrascaeta. Mas manteve Vitinho até o final. Outro erro levantado foi demorar em colocar Pedro na partida e não repor a expulsão do zagueiro Rodrigo Caio.

Vale pontuar que no comando do Fortaleza, Ceni tinha a segunda melhor defesa da competição no Campeonato Brasileiro e deixou a equipe na zona de classificação para a Copa Sul-Americana.

Será que Ceni foi realmente precipitado em aceitar a proposta do Flamengo? Na visão de alguns amantes do futebol esse era o momento, já que ele conquistou tudo no Nordeste: a Série B do Brasileirão de 2018, a Copa do Nordeste de 2019 e os campeonatos estaduais de 2019 e 2020.

Muitos críticos questionam se o ex-treinador do Fortaleza está preparado para comandar um time da grandeza do Flamengo.

Para outros, a grande maioria torcedores do tricolor paulista, Ceni foi um grande “traidor”, já que a expectativa era de que ele assumisse o clube no próximo ano após as eleições e a saída definitiva do presidente Leco.

Precipitado ou não, nós só podemos trabalhar com os números e eles não são dos melhores. Em seis jogos comandando o rubro-negro, Ceni tem apenas uma vitória, três empates e duas derrotas. Até o momento, o aproveitamento é de 33%, bem inferior ao de seu antecessor, o espanhol Domènec Torrent, que somava mais de 60% até ser demitido.

É claro que com as duas eliminações, o Brasileirão já se tornou meio que uma obrigação, segundo a cobrança da torcida após o jogo da última terça-feira, no Maracanã.

Além de cobrar o título, a torcida não poupou nos gritos e emendou “time sem vergonha”, focando em dirigentes, nos jogadores Vitinho e Gustavo Henrique e, claro, no Ceni. Será que ele irá aguentar essa pressão toda?

TABATHA MAIA É JORNALISTA E COLABORADORA DO PORTAL TRAVELPEDIA