sexta-feira, 15 de março de 2019

Mundial de Clubes da Fifa poderá ser disputado por 24 times




Maior vencedor do Mundial de Clubes da Fifa, o Real Madrid
do brasileiro Marcelo acumula cinco taças (Foto: realmadrid.com)
                                                            POR ROBERTO MAIA

Assuntos não faltaram nessa semana para ser comentado nesse espaço. Jogos importantes e emocionantes da Liga dos Campeões, Libertadores, Copa do Brasil e Campeonato Paulista; a volta de Zidane para o Real Madrid; e as mortes de Coutinho, artilheiro que se consagrou ao lado de Pelé no Santos, e do polêmico Eurico Miranda ex-presidente do Vasco.

Porém um assunto me chamou a atenção. A possibilidade da Fifa aprovar na próxima sexta-feira (15) um projeto que dará uma nova cara para o Mundial de Clubes. Segundo informações vazadas em sites de notícias, a ideia é que a competição passe a ser disputada por 24 times em um torneio que seria disputado entre junho e julho de 2021, período que estava reservado para a Copa das Confederações.

Dentro do novo formato, oito equipes viriam da Europa, seis para a América do Sul, três para a Ásia, três para a África e três para a Concacaf (América do Norte, América Central e Caribe), além de uma para a Oceania. O novo Mundial seria disputado com as equipes divididas em oito grupos de três, sendo que só a primeira de cada um avançaria de fase.

O que não está claro é se o Mundial de Clubes será anual como acontece atualmente ou de quatro em quatro anos como ocorre com a Copa do Mundo. O atual formato reúne os seis times campeões continentais mais o representante do país-sede.

Trata-se de uma proposta arrojada que pode alterar bastantes os campeonatos disputados ao redor do mundo. As equipes classificadas seriam escolhidas dentro de cada uma das confederações.

sexta-feira, 1 de março de 2019

Clubes brasileiros derrapam no marketing. Na Europa a coisa é bem diferente!


Luis Paulo Rosenberg deixa o marketing do Corinthians após 
uma série de polêmicas (Foto: Ag.Corinthians/Divulgação) 

POR ROBERTO MAIA

Uma semana após lançar a polêmica campanha Corinthianismo, que seria a "religião" do fiel torcedor do Corinthians, o diretor de Marketing Luis Paulo Rosenberg entregou carta de demissão que foi aceita pelo presidente do clube Andrés Sanchez. A campanha dividiu opiniões mas não foi o motivo principal da sua saída. Durante uma entrevista à ESPN Brasil, Rosenberg ao tentar explicar a falta de um patrocinador para o naming right da arena de Itaquera fez o seguinte comentário: “O apelo da marca Corinthians é tão grande que temos quatro grandes grupos interessados em vir. É mais ou menos... Eles se sentem na situação de estar vendo a esposa perfeita, com dotes culinários, formada com MBA no exterior, uma mãe de filhos maravilhosos, mas parece que tem um teste de Aids (sic) positivo. Como é que eu encaixo a camisinha é o grande desafio.” Foi a gotas d’água.

Grupos de oposição e até apoiadores da gestão de Andrés Sanchez passaram a exigir a saída de Rosenberg. Ficou insustentável. Ele era o braço direito do presidente e deixa a diretoria após um ano no comando do marketing corintiano.
Esse fato mostra o quanto precisamos evoluir na questão do marketing e outras que envolvem o futebol brasileiro. Dirigentes dos principais clubes do país costumam culpar a conjuntura econômica para justificar as dificuldades que encontram para atrair parceiros que tragam recursos para seus cofres. Na verdade falta profissionalismo e credibilidade.

Basta compararmos quais são as empresas que investem nos times brasileiros e as que estão associando suas marcas aos grandes da Europa. A comparação nos dá vergonha. Pois vejamos: as companhias aéreas Emirates (Paris Saint-Germain, Real Madrid, Arsenal, Milan e Benfica), Etihad (Manchester City) e Qatar (Roma); as indústrias automobilísticas Volkswagen (Wolfsburg), Fiat/Jeep (Juventus) e Chevrolet (Manchester United); as fabricantes de pneus Pirelli (Inter de Milão) e Yokohama (Chelsea); de telecomunicações Deutsche Telekom (Bayern de Munique) e Altice (Porto); Rakuten (Barcelona), Standard Chartered Bank (Liverpool), AIA (Tottenham), Evonik Industries (Borussia Dortmund), Trade Plus500 (Atlético de Madrid) e muitas outras gigantes do planeta.


Daniel Alves, Presnel Kimpembe, Gianluigi Buffon, Angel Di Maria e 
Thiago Silva exibem camisa com o novo patrocínio (Foto: Divulgação)

O Paris Saint-Germain que já tem a poderosa Emirates na parte da frente da camisa, agora também tem a MSC Cruzeiros na parte de trás. A parceria entre as duas marcas se estenderá pelos próximos dois anos e será exibida ao longo das temporadas no Parc des Princes e outras.

O PSG está crescendo rapidamente em todo o mundo. O clube já é seguido por mais de 65 milhões de fãs nas mídias sociais e é focado especialmente em mercados que são chave para a MSC Cruzeiros, como o Brasil e a Ásia. A parceria inclui direitos de imagens coletivas, hospitalidade VIP, meet & greets com jogadores, espaço de publicidade em LED durante as partidas, ativação de marca durante viagens internacionais, produtos licenciados e oportunidades de marketing dedicadas, incluindo ativos digitais para engajar fãs e cruzeiristas.


Manchester United tem como parceira a Marriott International, gigante 
do setor hoteleiro (Foto: Reprodução do site do Manchester United)  

Na Inglaterra, o Manchester United anunciou parceria global com a Marriott International, uma das maiores redes hoteleiras do mundo. A ação visa dar aos mais de 120 milhões de membros do programa de fidelidade de viagens Marriott Bonvoy, oportunidades exclusivas para experiências de futebol do time inglês.

Os membros do programa agora poderão, além do acesso ao extraordinário portfólio de marcas globais e propriedades em 130 países e territórios, usar os pontos acumulados em estadias em hotéis da rede para experiências VIP em jogos do time inglês no Old Trafford.

PUBLICADA EM 25.02.2019

Piscininha, amor! Um oceano separa o futebol brasileiro e o inglês




Piscininha no camarote FielZone Jack Daniel’s na Arena 
Corinthians divide opiniões (Foto: Reprodução/Facebook)

POR ROBERTO MAIA

A Copa do Mundo realizada no Brasil em 2014 trouxe como modernidade apenas um lote de novas arenas construídas a peso de ouro. Junto a elas, outras construídas pela iniciativa privada como as do Palmeiras e a do Grêmio. Além disso, pouco avançamos de lá para cá. Na prática, o futebol brasileiro está a anos-luz do que é praticado na Europa. Até o ainda fraco futebol dos Estados Unidos é superior quando olhamos a organização como um todo.

Recentemente, durante o clássico Corinthians x São Paulo, o Timão inaugurou um novo camarote em sua arena, o FielZone Jack Daniel’s. O novo espaço de convivência e entretenimento para que os torcedores ganhou destaque na imprensa e nas mídias sociais pelo fato de anunciar que teria uma piscina. Comentários favoráveis e contras com os mais variados argumentos. Adeptos do futebol moderno contra os tradicionalistas se digladiaram com vontade.    


Camarote tem 1,5 mil metros quadrados, muitos atrativos 
capacidade para 300 pessoas (Foto: Soccer Hospitality/Divulgação)
Fruto de parceria do clube com a empresa Soccer Hospitality, que tem camarotes semelhantes no Morumbi e no Allianz Parque, o camarote tem capacidade para 300 torcedores em dias de jogos e disponibilidade para até mil pessoas em eventos fechados.

Os visitantes têm à disposição uma ampla área de 1,5 mil metros quadrados, com temática exclusiva da famosa destilaria americana Jack Daniel’s, uma barbearia, videogame, mesas de sinuca, pebolim, palco para apresentação musical, open bar sem álcool, open food com direito a hamburgueria e churrasqueira.

Premier League - Enquanto por aqui ficamos discutindo a piscininha da Arena Corinthians, na Inglaterra, clubes como o Liverpool, Manchester City e Arsenal fizeram parceria com a gigante Intel para que seus torcedores possam assistir futebol de uma maneira nunca vista antes. Eles estão implementando o True View, que permitirá experiências imersivas para os fãs de cada clube. Usando Realidade Virtual (VR), Realidade Aumentada (AR) ou apenas recursos do celular, eles verão exatamente o que os jogadores veem durante os momentos mais decisivos de um jogo.

Para tanto, o True View utiliza uma enorme quantidade de tecnologia, além de 38 câmeras 5K de ultra-alta definição em torno de cada uma das arenas - Etihad, Anfield e Emirates Stadium. Câmeras que usarão captura volumétrica para gravar imagens, criando mais de 200 terabytes de dados por jogo, todos enviados e processados ​​para uma sala de servidores dedicada. Nessa sala de controle um produtor será capaz de criar três tipos de conteúdo.


Etihad Stadium do Manchester City está sendo equipado com 
tecnologia avançada do True View (Foto: Visit Britain/Divulgação)

O primeiro com replays de 360 ​​graus para dar aos telespectadores o poder de manipular as imagens de forma que eles possam assistir aos gols e outros lances importantes de todos os ângulos imagináveis. O segundo criará uma “parede de laser” que fornecerá uma sobreposição gráfica para análise pós-jogo, dando uma imagem mais clara de onde os jogadores são posicionados no campo em um momento específico.

E, finalmente, o terceiro e talvez o mais espetacular, permitirá ao usuário a possibilidade de ser o próprio jogador. Ao congelar um momento específico do jogo, o torcedor poderá, literalmente, calçar as chuteiras dos seus ídolos e enxergar o jogo dentro de campo através dos olhos de um jogador específico. Consegue imaginar isso?

Os três clubes ingleses esperam que um conteúdo mais imersivo poderá ajudá-los a conquistar mais torcedores, especialmente os mais jovens. Iniciativas como essa mostram que os principais clubes do mundo pensam o futebol como um rentável negócio de entretenimento global.

Enquanto isso, aqui no Brasil, ainda se discute a utilidade e viabilidade do Árbitro Assistente de Vídeo (VAR). Piscininha, amor!