POR ROBERTO MAIA
Mascote da Seleção Brasileira, o Canarinho faz festa na arquibancada da Neo Química Arena. (Foto: Matheus Meyohas/CBF)
O clássico entre Brasil e Argentina, válido pelas
Eliminatórias da Copa do Mundo FIFA Catar 2022, que será realizado no próximo
dia 5 de setembro, na Neo Química Arena, contará com a presença de 12 mil
torcedores. O jogo será utilizado pelo Governo de São Paulo como um
evento-teste para o protocolo de retorno do público às arquibancadas paulistas
previsto para o próximo dia 1º de novembro.
A decisão ocorreu após reuniões entre representantes
do governo paulista, Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e Federação
Paulista de Futebol. O estádio do Corinthians receberá apenas cerca de 25% de
sua capacidade total. Ainda não foi informado como será a venda e distribuição
de ingressos.
Importante ressaltar que mesmo a Prefeitura de São
Paulo ter anunciado que passará a exigir um “Passaporte de Vacinação” para
liberar a entrada em eventos de grande porte, o jogo na arena de Itaquera não
prevê a necessidade de comprovação de vacina. A entrada dos torcedores será
permitida apenas aos que apresentarem resultado negativo contra a Covid-19 em
teste realizado até 48 horas antes do jogo.
A realização do jogo como um teste para a volta dos
torcedores aos estádios de São Paulo é importante. Principalmente depois do que
aconteceu recentemente em Belo Horizonte. Na partida entre Atlético-MG e River
Plate, que decidiu a vaga para a semifinal da Copa Libertadores, mesmo com as restrições
e regras pré-estabelecidas, houve desobediência às normas e aglomerações entre
torcedores, que em maioria não usavam máscaras. A mesma coisa aconteceu no jogo
do Cruzeiro contra o Confiança, pela série B do Campeonato Brasileiro.
- O jogo entre Atlético-MG
e River Plate teve aglomerações entre os torcedores do Galo.
(Foto: Pedro
Souza/Clube Atlético Mineiro)
Diante do que se viu, o prefeito da capital mineira,
Alexandre Kalil, ex-presidente do Atlético-MG, voltou a proibir a presença de
público em jogos de futebol.
Em nota oficial a diretoria do Galo discorda da
decisão e exige a presença do torcedor nos estádios. Segundo ela, “todas as
exigências foram cumpridas e com apenas 30% da capacidade Mineirão e público
testado, não representam risco maior do que feiras, shoppings, transporte
público e outros”.
Sobre as declarações do prefeito, colocando em
dúvida a quantidade de pessoas no estádio, o Atlético-MG afirma que o público
total foi de 17.030 pessoas, abaixo, portanto, do limite permitido. Também
garante que fez campanha informativa para alertar a torcida sobre o protocolo
sanitário, principalmente no que tange ao uso de máscaras, ao distanciamento
social e à obrigatoriedade de testagem.
Agora é esperar para ver se o comportamento dos
torcedores de São Paulo será diferente. Se bem que um jogo entre seleções é bem
diferente de um envolvendo torcedores de clubes. Todos sabemos que são públicos
distintos.
ROBERTO
MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO
PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR