Corinthians campeão do Paulistão 2018 (Foto: Rodrigo Gazzanel/Ag.Corinthians) |
POR ROBERTO MAIA
A final do
Paulistão entre Palmeiras e Corinthians foi um teste para cardíacos. O
gol de Rodriguinho com menos de dois minutos de jogo emudeceu os torcedores do
Verdão que se prepararam para um dia de festa. Festa do campeão. Afinal, o time
comandado por Roger Machado deixou tudo muito bem encaminhado uma semana antes
em plena Arena Corinthians. Bastava um empate em sua casa que tinha mais de 41
mil torcedores para empurrar.
Mas o improvável aconteceu. O time corinthiano foi
eficiente e frio, ou melhor, gelado. Deixou o Palmeiras com a posse de bola e
assumiu postura unicamente defensiva. Um perigo, mas um risco calculado por
Fábio Carille e que deu certo. Por mais que tentassem, os palmeirenses não
conseguiam furar as rígidas linhas defensivas. Os ponteiros do relógio se
arrastavam para os alvinegros e voavam para os verdes.
Os zagueiros Balbuena e Henrique com a taça (Foto: Rodrigo Gazzanel/Ag.Corinthians) |
Os nervos que estavam à flor da pele explodiram
quando o árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza marcou pênalti de Ralf em
Dudu. Marcou porque estava mal posicionado, pois o defensor corinthiano atinge
apenas a bola limpamente. Se tivesse apitado somente o escanteio ninguém
reclamaria. Acho que nem o Dudu, apesar que ele reclama sempre de tudo. A confusão
estava formada. O apitador demorou 8 minutos para assumir que errou, após conversar
com o seu auxiliar Adriano de Assis Miranda. Deu argumento para os palmeirenses
reclamarem de interferência externa. Que pode até ter acontecido, mas jamais
saberemos.
O goleiro Cassio defendeu dois pênaltis (Foto: Daniel Augusto Jr./Ag.Corinthians) |
O fato é que o árbitro não estava preparado para
apitar um jogo de tamanha grandeza. Mas, apesar de totalmente atordoado e as
imagens mostram isso, corrigiu um erro que poderia ter sido histórico e fatal
para a sua carreira. Mas como o dia era do Corinthians, quem garante que o
gigante Cássio também não pegaria o pênalti.
A rivalidade entre os dois times é tão grande que
seus torcedores costumam dizer que vale ganhar até com gol roubado aos 45 do
segundo tempo. Se o Verdão tivesse sido campeão dessa maneira o resultado não
faria jus à sua grandeza. Em contrapartida, o Timão faturar o 29º Campeonato
Paulista da sua história – um bicampeonato - dentro da casa do seu maior
adversário ficará eternizado para sempre.
O paraguaio Romero tirou onda e fez selfie com os colegas campeões (Foto: Daniel Augusto Jr./Ag.Corinthians) |
Roma passou por cima do invicto Barcelona
Dois dias depois, foi a vez da Roma atropelar o invicto
Barcelona de Messi e companhia e protagonizar uma virada épica. Após perder por
4 a 1 na Espanha, precisava de uma virada histórica e vencer por 3 a 0 em seus
domínios para passar às semifinais da Champions League. E, quem diria,
conseguiu graças a Dzeko, De Rossi e Manolas, os heróis do jogo.
E o que esses dois resultados improváveis significaram?
Eles mostram que no futebol nem sempre um time recheado de craques e com
retrospecto melhor consegue levar a melhor sobre oponentes guerreiros, que
colocam a raça e a disciplina tática acima de tudo.
O futebol mudou muito, mas vitórias como as do
Corinthians e Roma mostram que o esporte sempre será imprevisível e
emocionante.