sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Copa do Mundo FIFA Catar 2022 será diferente de todas as outras

 POR ROBERTO MAIA

A Copa do Mundo no Catar terá oito arenas (7 novas e 1 reformada) para receber torcedores de todo o mundo com muito conforto. O Lusail com 86,2 mil lugares receberá jogos do Brasil contra a Sérvia e Camarões, além da grande final. (Foto: Visit Qatar/Unsplash)

Falta pouco para o início da 22ª edição da Copa do Mundo da FIFA. E será a primeira realizada em um país do Oriente Médio, o Catar. O maior evento esportivo do planeta promete ser diferente de todos os outros já vistos. O torneio internacional de futebol masculino organizado pela Federação Internacional de Futebol (FIFA), que reunirá 32 seleções nacionais, será realizado entre 21 de novembro e 18 de dezembro.

No Brasil o clima para a Copa ainda está bastante frio por conta da eleição presidencial no próximo domingo, dia 30. Tomara a torcida e a festa brasileira típica dessas ocasiões ganhe força após a convocação da Seleção Brasileira no próximo dia 7 de novembro.

Nunca uma Copa do Mundo foi disputada em um país tão pequeno - apenas 11.574 km². Os deslocamentos das seleções serão mínimos, o que aliviará muito o desgaste em viagens. Será muito diferente das duas últimas edições do torneiro realizadas no Brasil e na Rússia, países com dimensões continentais.

Os torcedores que irão à Copa do Catar também serão beneficiados porque sobrará muito mais tempo para o turismo e o lazer. Mas é bom lembrar que não será barato ir ao Catar. E quem não tiver ingressos e acomodações reservadas previamente será impedido de entrar no país. Definitivamente essa não será uma Copa para aventureiros.

Os torcedores com ingressos e reserva nos hotéis receberão o Hayya Card, uma espécie de visto com duração para o período do Mundial. Sem ele será impossível entrar em um estádio.

Os brasileiros figuram na nona colocação na lista dos países que mais compraram ingressos para os jogos – mais de 39,5 mil. Os argentinos, apesar da crise na economia do pais, aparecem em sétimo com pouco mais de 61 mil ingressos adquiridos.

Segundo o Comitê Organizador da Copa do Mundo, até o momento foram vendidos 2,7 milhões de ingressos de um total de 3,1 milhões disponíveis.

Principal cidade do Catar, Doha ostenta modernos edifícios e uma série de atrativos turísticos para os torcedores que irão à Copa do Mundo. (Foto: Pixabay)

O Catar espera receber mais de 1,2 milhão de turistas para a Copa do Mundo. A expectativa do país é de arrecadar carca de R$ 17 bilhões, além de usufruir do momento para apresentar a cultura e pontos turísticos da região.

Para além dos jogos, há uma grande variedade de atrativos para os visitantes. O ponto central será a capital Doha, que se tornou referência quando se fala em prosperidade.

Doha ostenta imponentes e modernos edifícios, oferecendo um belo plano de fundo para uma área verde repleta de cafés, restaurantes, instalações para exercícios ao ar livre e até mesmo uma pista de atletismo.

Entre as atrações turísticas de Doha estão os museus que remetem às raízes culturais da cidade; os safáris no deserto; as lindas praias como a do Katara, que oferece infraestrutura de alto nível; e a gastronomia de classe mundial e extremamente diversificada.

Entramos na contagem regressiva para o início da Copa do Mundo. E tomara o povo brasileiro possa estar unido em torno da nossa Seleção em busca do hexacampeonato!

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO E EDITOR DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Benzema ganha a Bola de Ouro como o melhor do mundo

 POR ROBERTO MAIA

Bola de Ouro 2022 consagra a excepcional temporada de Benzema no Real Madrid, onde marcou 44 gols em 46 jogos. (Foto: Reprodução Sportv)

Aos 34 anos, Karim Benzema, atacante francês do Real Madrid, recebeu pela primeira vez o troféu Bola de Ouro, evento anual realizado pela revista France Football, que premia o melhor jogador da temporada. A segunda colocação ficou com Sadio Mané do Bayern de Munique, seguido por De Bruyne do Manchester City, Lewandowski do Barcelona e Salah do Liverpool. O brasileiro Vini Jr. ficou na oitava colocação.

Benzema era o favorito pela excepcional temporada 2021/2022 que realizou no clube de Madri. Ele marcou 44 gols em 46 jogos, além de garantir 15 assistências que resultaram em gols. Também conquistou os títulos da Liga do Campeões (Champions), Campeonato Espanhol, Supercopa da Europa e Supercopa da Espanha.

A France Football faz uma lista de 30 finalistas — 20, no feminino — e a submete a jornalistas de diferentes países. Na última edição, foram 180 participantes. Cada um faz o seu Top-5, e pontuações são dadas por posição. O melhor colocado leva a Bola de Ouro.

Após receber a Bola de Ouro, Benzema fez referência a seus ídolos Zidane e Ronaldo Fenômeno. "Tenho muito orgulho do meu percurso. Era meu sonho de criança. Cresci com isso na minha cabeça e depois tive toda motivação na minha vida com Zidane e Ronaldo", afirmou, apontando para os ex-jogadores também presentes na cerimônia.

Criado em 1956, a premiação com o troféu Bola de Ouro era somente para jogadores europeus. Em 1994 a France Football passou a considerar todos os jogadores de clubes da Europa. Nova mudança ocorreu em 2006, quando qualquer jogador do mundo poderia receber o prêmio.

Diante dos critérios da premiação, gênios do futebol como Pelé e Maradona nunca tiveram chance de receber a Bola de Ouro. No entanto, caso as regras atuais valessem desde o início, o Rei do Futebol ganharia o troféu sete vezes (1958, 1959, 1960, 1961, 1963, 1965 e 1970) segundo a própria revista francesa.

O leque aumentou a partir de 2018, quando foram criadas novas premiações: Bola de Ouro para a melhor jogadora, Troféu Yashin para o melhor goleiro, e o Troféu Kopa para o melhor jogador jovem. A novidade deste ano foram o Troféu Gerd Müller, para o maior goleador da temporada, e o Prêmio Sócrates, que premia o jogador com melhor engajamento social.

Assim foram premiados este ano, além de Benzema, a jogadora Alexia Putellas, o goleiro Thibaut Courtois, o jovem Gavi, o goleador Robert Lewandowski e Sadio Mané. O Manchester City foi escolhido o Clube do Ano.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO E EDITOR DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

domingo, 16 de outubro de 2022

Próximo treinador da Seleção Brasileira poderá ser um estrangeiro

 POR ROBERTO MAIA

Pep Guardiola já disse que seu desejo é o de comandar uma seleção quando deixar o Manchester City. (Foto: Reprodução MCFC)

Há pouco mais de um mês para o início da Copa do Mundo FIFA Catar 2022, um assunto começa a ser discutido entre torcedores e imprensa esportiva: quem será o treinador da Seleção Brasileira a partir de 2023? Tite o atual técnico já avisou que deixa o cargo após o termino do Mundial independentemente do resultado.

Embora existam bons treinadores brasileiros, não existe nenhum que seja unanimidade. Até o final de 2021, os nomes de Cuca e Renato Portaluppi dividiam as atenções. Mas, atualmente, nem eles e nenhum outro está acima de qualquer dúvida.

Por isso, a discussão hoje é se não seria o caso de se contratar um treinador estrangeiro para comandar a nossa Seleção. E o nome de Josep Guardiola – ou Pep Guardiola –, técnico do Manchester City surge como sendo a melhor escolha.

Inclusive o jornal espanhol Marca noticiou o interesse da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Segundo a publicação, houve contato com o empresário de Guardiola com a seguinte proposta: contrato de quatro anos, até a Copa do Mundo de 2026 com salário em torno de 12 milhões de euros líquidos. Embora seja um valor alto para os padrões brasileiros, está abaixo dos 20 milhões de euros que o treinador recebe em Manchester.

Tite avisou que deixará o cargo após o termino da Copa do Mundo no Catar. (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Guardiola nega o convite, mas já deixou claro que após o final do seu vínculo com o Manchester City seu desejo é o de comandar uma seleção. “Gostaria de treinar em uma Eurocopa, uma Copa América, uma Copa do Mundo", comentou o treinador em um evento no ano passado.

Em outras oportunidades Guardiola já elogiou muito a Seleção Brasileira. Inclusive em entrevistas já relembrou a de 1982 comandada por Tele Santana. "Eu era pequeno, estava na Catalunha. Lembro que todo o povo estava com o Brasil. Ninguém era brasileiro. Por quê? Porque gostavam daquele time. Zico, Sócrates, Jorginho, Falcão, Cerezo... O povo torcia para o Brasil", disse, lembrando que embora não tenha sido campeã é lembrada mais que a Itália, que venceu a Copa naquele ano.

Mas e se Guardiola não aceitar a proposta? Ou se nem houve proposta a ele? O que estará pensando Ednaldo Rodrigues, o presidente da CBF, a quem cabe essa dura missão de escolher o substituto de Tite?

Oficialmente o presidente da CBF garante que não está tratando desse assunto porque seu foco está totalmente na conquista do hexa no Catar. Talvez acredite que Tite possa mudar de ideia caso consiga conquistar a taça e seguir no comando da Seleção Brasileira.

As conquistas de Abel Ferreira no Palmeiras o credenciam para assumir a Seleção Brasileira. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Vou deixar registrada aqui a minha opinião. Não vejo problema algum de o técnico da Seleção Brasileira ser um estrangeiro. Desde que já tenha demonstrado competência e conheça bem o futebol brasileiro. Nesse aspecto o nome de Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, para mim é disparado o melhor atualmente. O trabalho e as conquistas do português no comando do Verdão lhe credenciam para assumir o cargo. E nem haveria a barreira do idioma. É aguardar para ver, falta pouco!

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO E EDITOR DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Bandeiras estão de volta aos estádios de São Paulo após 26 anos

 POR ROBERTO MAIA

Bandeiras do Corinthians tremularam pela primeira vez em um jogo oficial na Neo Química Arena. (Foto: Tino Simões)

No jogo de sábado passado entre Corinthians e Cuiabá, na Neo Química Arena, trouxe de volta uma cena comum até meados da década de 1990 nos estádios de São Paulo: as bandeiras com mastro tremulando nas arquibancadas. 

Foram 26 anos de proibição, período em que a festa dos torcedores ficou mais pobre. O espetáculo das bandeiras como forma de expressão da paixão dos torcedores pelo clube de coração foi interrompido com o pretexto de evitar o uso dos mastros de bambu em brigas entre torcedores. Não evitou e a violência só aumentou.

Felizmente, há cerca de dois meses, o Tribunal de Justiça de São Paulo deu parecer favorável à volta das bandeiras aos estádios paulistas. Pena que elas estão permitidas apenas em setores restritos às torcidas organizadas. Quem sabe mais adiante elas possam voltar a todos os outros setores.

Jovens que hoje podem voltar a balançar uma bandeira com o símbolo do seu clube não eram nem nascidos quando da proibição. Apenas viam os vídeos no YouTube que mostram o espetáculo que as torcidas faziam nas décadas de 1970 e 1980. Certamente sentiam inveja de seus pais e tios que puderam viver aquela experiência de saudar seu time na entrada em campo tremulando uma bandeira.

Torcedores que nem eram nascidos quando as bandeiras foram proibidas se revezaram durante todo o jogo entre Corinthians e Cuiabá. (Foto: Tino Simões)

Era comum um jovem torcedor querer ter a sua bandeira. Que era produzida de forma rústica e artesanal. Definido o tamanho era ir até uma loja e comprar o tecido nas cores do time. Depois, a mãe ou uma tia era “intimada” a costurar e aquele amigo que “desenhava bem” pintava o distintivo no centro. Enquanto isso, o orgulhoso torcedor se embrenhava no mato a procura de um bambu do tamanho adequado.

Então era esperar a haste secar – bambu verde não era bom – e marcar na folhinha o dia do jogo de estreia do chamado “bandeirão”. Chegado o esperado dia, o mastro era amarrado no teto do carro e seguir para o estádio. Alguns já levavam a bandeira hasteada ao vento através das janelas dos veículos. Era muito orgulho!

Todo esse ritual fazia parte da festa que estava por vir dentro do estádio. Infelizmente, toda uma geração foi privada desse prazer genuinamente puro de poder levar uma bandeira ao estádio para saudar o time de coração.       

O então governador Mário Covas, um orgulhoso torcedor do Santos, não imaginou que ao sancionar a lei estadual nº 9.470, que proibiu o uso de bandeiras com mastros em São Paulo, estava ajudando a empobrecer a festa nos estádios. Tenho certeza que a intensão dele era evitar a violência entre torcedores, mas não foi isso que aconteceu nos anos que se seguiram. Chegamos até o absurdo de hoje termos torcida única nos clássicos entre os times paulistas. Algo que precisa ser revisto com urgência. Afinal, as brigas e mortes acontecem a muitos quilômetros de distância dos estádios.

Mas tomara que a partir de agora os torcedores de São Paulo possam viver novos tempos. Com alegria e sem violência. Que as bandeiras sejam apenas símbolos da paz e do amor pelo time.

Por enquanto estão liberadas apenas 10 bandeiras para cada torcida organizada. Número insignificante perto do que se via antigamente. Mas já é um recomeço.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO E EDITOR DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR