sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Cássio: o maior goleiro da história do Corinthians

POR TABATHA MAIA


Segundo goleiro que mais vestiu a camisa do Corinthians, Cássio 
conquistou nove títulos no Timão (Fotos: Daniel Augusto Jr./Ag.Corinthians)

Cássio é ou não o maior goleiro da história do Corinthians? O escritor Celso Unzelte crava que sim na biografia que escreveu sobre o atleta. Mas e você, o que acha?

Quantas opiniões você já ouviu sobre o goleirão do Timão? Seja você corintiano ou um apenas apaixonado por futebol em alguma resenha com os amigos o assunto sobre o atleta certamente já foi abordado. E se você é daqueles que acha que não, que tal lembrar aquela bola defendida em 2012, no jogo contra o Vasco nas quarta-de-finais da Copa Libertadores da América, quando esteve cara a cara com o atacante vascaíno Diego Souza e milagrosamente mandou a bola para fora com a pontinha dos dedos. Aquele lance gerou – e ainda gera – muitos comentários. Para alguns foi pura sorte, para outros ele se consagrou ali.

Mas cá entre nós, não podemos negar que para a apaixonada Fiel Torcida ele é ídolo incontestável. E o jornalista Celso Unzelte bancou com firmeza de que ele é o maior goleiro da história do clube alvinegro ao escrever a biografia de Cássio.

Celso Unzelte (à esquerda) é o autor da biografia do gigante corinthiano: 
Cássio – A Trajetória do Maior Goleiro da História do Corinthians (Foto: Tabatha Maia)
No último dia 27 de janeiro, Unzelte e Cássio receberam a imprensa no Museu do Futebol para a divulgação do livro Cássio – A Trajetória do Maior Goleiro da História do Corinthians. O evento foi o maior sucesso e além de reunir familiares, colegas de equipe e jornalistas, também reuniu os apaixonados torcedores.

Antes da entrada da torcida, ocorreu uma coletiva de imprensa e Cássio falou um pouco sobre a sua vida, trajetória e se mostrou grato a tudo isso que vem acontecendo em sua carreira.

Com mais de 450 jogos, se tornando o segundo goleiro que mais vestiu a camisa do Timão, ele conquistou nove títulos no Corinthians e revelou que nem em seus melhores sonhos ele imaginou tudo isso.

Cássio não descarta a possibilidade de 
uma segunda edição de sua biografia
Uma das perguntas que chamou atenção durante a coletiva foi o que o Cássio de 2020 falaria para o de 2012 que chegou desacreditado no clube. E sem muitos rodeios ele disse que “com certeza o parabenizaria”. E merece mesmo.

Durante o evento, a parte de fora do querido estádio do Pacaembu, que foi palco de muitas alegrias para a torcida corinthiana, estava tomado por uma onda preta e branca e uma fila enorme aguardava a entrada para conhecer o paredão Cássio. E se você acha que só adultos marcaram presença, se enganou. O primeiro da fila era uma criança, um menino tímido de apenas nove anos, que desde as 8 horas da manhã esperava o sonhado encontro que só ocorreu mais de 12 horas depois.

Ao chegar perto do goleiro, a alegria do garoto foi visível e a reação não podia ser outra, ele não conseguiu falar absolutamente nada, só foi possível notar um sorrisinho no canto da boca e o olhar vidrado para o ídolo.

E se para Unzelte e para alguns torcedores, Cássio é o maior, para o gigante isso não é verdade. Segundo o goleiro, Ronaldo Giovanelli é o maior da história do Corinthians.

Através de 183 páginas, com direito a fotos, Unzelte escreveu de forma clara o motivo pelo qual afirmou que Cássio é o maior goleiro da história centenária do Corinthians.

Revelado pelo Grêmio, Cássio chegou ao Corinthians no
 final de 2011, vindo do PSV Eindhoven da Holanda
E se você acha que para o jornalista foi fácil, não foi. O profissional começou o livro com os seguintes dizeres: “Demorei muito, muito mesmo, até ter coragem de bancar a afirmação aí em cima, e também na capa deste livro, em relação a Cássio Ramos.” Após essa entrada, Unzelte citou importantes goleiros da história do clube.

O livro é uma grande dica para você torcedor do Corinthians que tem o Cássio como o maior goleiro do Timão. Mas também pode ser pra você que é torcedor e não acredita que ele possa ser o maior. Se você não se encaixa em nenhum desses torcedores, e torce até para outro time, mas admira futebol, também pode ser uma valiosa sugestão der leitura. Afinal, temos que concordar que ganhar uma biografia ainda em atividade não é para qualquer um.

E eu já ia esquecendo, durante a coletiva Cássio deixou em aberto uma segunda edição de sua biografia, para quem sabe quando encerrar a carreira. A torcida alvinegra torce para que isso demore.

TABATHA MAIA É JORNALISTA E COLABORADORA DO PORTAL TRAVELPEDIA

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Federação Paulista lança #ElasNoEstádio e barra a entrada de homens


POR TABATHA MAIA
A Federação Paulista de Futebol e os clubes participantes do Paulistão se uniram e lançaram o movimento #ElasNoEstádio (Foto: Daniela Ramiro/FPF)
Mulheres envolvidas em torcida organizada, mulheres gritando e pulando na arquibancada, mulheres em rodas de conversa sobre futebol, bandeirinhas, árbitras, técnicas e jogadoras. Sim, as mulheres estão se envolvendo cada dia mais no mundo futebolístico, mas você sabia que esse número ainda é muito baixo?
Segundo informações do Datafolha, apenas 14% do público que frequenta estádios no Paulistão, é feminino. Um número bem baixo e assustador.
Mas por que será que as mulheres não acompanham o seu time do coração mais de perto? Uma pesquisa encomendada pela Comissão de Comunicação e Marketing da Federação Paulista de Futebol (FPF), no mês de dezembro, ouviu três perfis de mulheres: as que não frequentam os estádios, as que costumam ir eventualmente e as assíduas nos jogos.
Na pesquisa, foi possível identificar dois principais problemas: o conceito familiar ou social de que o estádio não é lugar para mulher e a falta de incentivo ou companhia para frequentar os jogos.
Aline Pellegrino, diretora da FPF, e Laura Louzada, coordenadora de Marketing do Botafogo-SP e representante dos clubes (Foto: Tabatha Maia)
Diante desse resultado, a FPF e os clubes participantes do campeonato se uniram e lançaram o movimento #ElasNoEstádio, como uma forma de incentivo para que as mulheres acompanhem o seu time do coração.
A campanha, que tem como foco a princípio apenas o Paulistão, irá começar com algumas iniciativas, como: um atendimento especial às mulheres nos estádios; a abertura de um canal de comunicação exclusivo para as torcedoras (elasnoestadio@fpf.org.br); incentivos aos coletivos de grupos femininos, e por fim, uma delegada direcionada especialmente para esse atendimento em dias de jogos.
O lançamento do #ElasNoEstádio, ocorreu neste dia 21 de janeiro, na Federação Paulista de Futebol. O assunto, primeiramente foi tratado com as mulheres jornalistas e com as torcedoras, em uma coletiva seletiva.
Os jornalistas do sexo masculino foram “barrados” e acompanharam a coletiva seletiva através de um telão (Foto: Rodrigo Corsi/FPF)
Após o término, Aline Pellegrino, diretora de futebol feminino da FPF e embaixadora do movimento, e Laura Louzada, coordenadora de Marketing do Botafogo-SP e representante dos clubes, desceram até o saguão e conversaram com os jornalistas do sexo masculino, que foram “barrados” e acompanharam tudo através de um telão. E só tiveram acesso às entrevistadas após o término da coletiva com as mulheres.
A ideia foi mostrar aos homens o tipo de restrição social que algumas mulheres sofrem em dias de jogos.
Presença dos coletivos da torcida
Representantes das principais torcidas femininas dos clubes de São Paulo marcaram presença no evento na FPF (Foto: Daniela Ramiro/FPF)
O evento contou com a presença das principais torcidas femininas dos clubes paulistas: Santos, Palmeiras, São Paulo, Corinthians e Guarani.
Durante a explicação da campanha, foi possível notar a animação por parte das mulheres presentes. Eu, aos 28 anos de idade, participei do evento e entendi a importância da mesma.
Lembro-me de alguns casos de restrição, de constrangimento que já passei, desde cara feia ao falar que acompanho meu time e frequento estádios até sentar em uma roda de conversa sobre futebol e não ter voz para opinar sobre o assunto.
Espero que com essa campanha, as mulheres tenham um pouco mais de espaço para conseguir acompanhar, torcer e mostrar que também entendemos sobre o assunto e gostamos de ir aos estádios como qualquer homem apaixonado pelo seu time de coração.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Fazer o Corinthians atacar será o desafio de Tiago Nunes


POR ROBERTO MAIA


Tiago Nunes veio para fazer o time do Corinthians atacar mais manter
 a eficiência defensiva (Fotos: Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians)

Sei que não é impossível esperar muita coisa no primeiro jogo da temporada, mas assistindo à partida entre o Corinthians e o New York City pelo torneio Florida Cup, em Orlando (EUA), pude perceber algumas diferenças - ainda sutis - em relação ao time que encerrou o Brasileirão em 2019. A enfadonha troca de passes laterais entre zagueiros e volantes no campo defensivo já diminuiu bastante. E os passes verticais também chamaram a atenção, principalmente no primeiro tempo quando estavam em campo Camacho e Cantillo. Porém, a bola continua não chegando em boas condições para o centroavante Boselli.

Mas a boa notícia para a fiel torcida foi a excelente estreia de Luan. Com um belo gol de falta, algo raro no Timão, e outro em jogada individual, o ex-gremista decidiu o jogo e mostrou bastante movimentação apesar do longo tempo sem jogar. Se estiver totalmente recuperado das contusões que o tirou dos gramados nos últimos dois anos, ele tem tudo para ser ídolo no Corinthians e até voltar à seleção.

Luan estreou no Corinthians com dois belos gols e
também mostrou bastante movimentação em campo 
Gostei também da entrevista coletiva do treinador Tiago Nunes, que inicia sua história no Alvinegro. Diferentemente de muitos outros técnicos, ele foi bastante claro e objetivo em sua análise da estreia. Segundo ele, a equipe entregou o que treinou, apesar de ser apenas o início da temporada.  

“Focamos muito em atividades comportamentais, ações voltadas à pressão ao portador da bola, retomada rápida da bola, tentar abrir e fechar o campo para criar linhas de passe. Foi isso que priorizamos para esse primeiro passo. Cobrei que mantivéssemos a compactação na fase defensiva. Que pudéssemos ter uma primeira fase de construção no pé do goleiro com boa aproximação, e que fôssemos competitivos a hora de subir a pressão ao adversário”, explicou, ressaltando, porém, que ainda há um longo caminho a ser percorrido.

“Temos muito potencial de melhora na parte física, nossa equipe pode fazer as ações mais rápidas, mais natural, mas requer tempo. Nosso objetivo é passar confiança aos atletas. Queremos usar a posse de bola como meio, não fim. Temos que transformar a posse em situações de finalização”, disse.

Gaúcho de Santa Maria, o treinador de apenas 39 anos começou a carreira em meados dos anos 2000. Treinou equipes do interior do Rio Grande do Sul como Sapucaiense, Riograndense, Bagé e União Frederiquense. Em 2013, assumiu a equipe das categorias de base do Grêmio. Depois passou pelo Juventude, Ferroviária, São Paulo-RS e Veranópolis.

O Atlético Paranaense chegou à vida de Nunes em 2017, quando assumiu o time sub 23 do Furacão. Foi campeão paranaense e no ano seguinte foi promovido para o time principal, substituindo Fernando Diniz. A partir daí todos conhecem a ascensão do treinador. Foi campeão da Copa Sul-Americana (2018), da Levain Cup (2019) e da Copa do Brasil (2019).

O desafio de Tiago Nunes é conseguir fazer o time do Corinthians atacar mais e manter a eficiência defensiva que rendeu bons frutos nos últimos anos. O problema é que os jogadores assimilaram o conceito que priorizava a defesa e perderam o jeito para também atacar. O resultados eram jogos horríveis, onde o time se defendia como podia e jogava por uma bola. Muitas vezes deu certo até o esquema ficar manjado pelos adversários. Fábio Carille tentou mais não conseguiu e foi demitido.

No sábado o Corinthians volta a campo para enfrentar o Atlético Nacional, da Colômbia, às 19h30 (horário de Brasília). Na quarta-feira, o time colombiano perdeu nos pênaltis para o Palmeiras após empate de 0 a 0 no tempo normal.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA