POR
ROBERTO MAIA
Inaugurada em 2014, arena do Corinthians finalmente poderá ganhar um nome
oficialmente (Foto: SCCP/Divulgação) |
Inaugurada em 10 de maio de 2014, a moderna arena do
Corinthians ainda não ganhou um nome oficialmente até o momento. Inicialmente
apelidada de Itaquerão por parte da imprensa, a denominação foi rechaçada pela
torcida corinthiana, que entendeu que se o nome “pegasse” dificilmente alguma
empresa pagaria para colocar sua marca na arena. A grande maioria dos órgãos de
comunicação recuou e passou a chamá-la apenas de Arena Corinthians.
É o tal do naming
rights, prática de marketing comum na Europa e nos Estados Unidos, mas
ainda pouco difundida no Brasil. O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez há
sete anos promete concretizar negociações para dar nome à arena, mas nunca
chegou a obter sucesso em suas tentativas. Algumas vezes chegou a afirmar que estava
próximo de concretizar o negócio. Com as negociações frustradas, o dirigente
sempre jogou a culpa na imprensa e na TV Globo, que não diz o nome de empresas
que não são suas patrocinadoras durante as transmissões do futebol. Exemplo é a
arena do Palmeiras. A emissora nunca chamou a arena palmeirense pelo seu nome –
Allianz Parque. Da mesma forma não chama o Red Bull Bragantino com o nome da
marca.
O valor pedido de 400 milhões de reais por 20 anos
sempre foi considerado pelo mercado publicitário um valor muito elevado para os
padrões nacionais. Mas como a arena do Corinthians receberia a abertura da Copa
do Mundo de 2014, os dirigentes acreditaram que conseguiriam fechar a
negociação. Não conseguiram. A segunda chance foram os Jogos Olímpicos de 2016,
no Rio de Janeiro, mas que teve jogos realizados em São Paulo, mais uma vez na
arena corinthiana. Novamente a oportunidade foi perdida.
Torcida do Corinthians espera ansiosa para saber a verdade dos fatos envolvendo o possível nome da arena de Itaquera (Foto: Tino Simões) |
Como comparação, basta analisar o caso do rival Palmeiras,
que através da construtora W Torres, que administra a arena erguida sobre o
antigo estádio Parque Antárctica, conseguiu comercializar o naming rights em 2013 com a seguradora
Allianz pelo período de 20 anos. À época alguns diretores do Corinthians
chegaram a desdenhar do negócio e garantiram que conseguiriam no mínimo 100
milhões de reais à mais.
O tempo passou e a torcida corinthiana foi aos
poucos se conformando em ter uma arena sem nome. O mercado e a imprensa
esportiva sinalizavam que se o naming
rights não foi comercializado quando a economia mundial estava em alta, não
seria agora que seria concretizado qualquer negócio. Não pelos 400 milhões de
reais pretendidos pelo Timão. Principalmente agora em um ano atípico por causa
da pandemia que encolheu ainda mais a economia global.
E não é que o assunto voltou à pauta esportiva com
muita força. Há pouco mais de uma semana o ex-jogador Neto, atualmente
apresentador de programas esportivos, anunciou que tinha a informação de que o
Corinthians finalmente conseguiu comercializar o naming rights e que o negócio seria anunciado no dia 1º de
setembro, data do 110º aniversário do clube. Nos dias seguintes esse assunto
passou a dominar as mídias sociais, sites e imprensa esportiva de maneira geral.
Todos querendo o grande “furo jornalístico” cravaram nomes diversos à arena
corinthiana.
Como jornalista há mais de 35 anos confesso que me
deixa muito triste ver a imprensa se comportando dessa forma. Jornalistas e
blogueiros se travestindo como videntes, verdadeiras mães Dinah, ao garantirem
que sabem quem dará nome à arena de Itaquera. Claro, nesse conjunto de
especuladores, deve ter alguém que realmente apurou o caso com seriedade e
poderá levar os créditos pela informação.
Nos últimos dias as mídias diversas especularam
nomes de várias empresas. Neto disse que a marca já esteve estampada na camisa
do Timão como patrocinadora. Daí começaram a imaginar que pudesse ser a Samsung,
Magazine Luiza, Neo Química (por causa da influência do Ronaldo Fenômeno) e
Positivo. Também vieram à baila a Amazon, que esteve perto de fechar patrocínio
com o Flamengo, a Claro, a Volkswagen e, novamente, a Emirates, empresa aérea
dos Emirados Árabes Unidos especulada desde 2013.
Nos bastidores do Parque São Jorge, conselheiros
ligados a Andrés Sanchez (foto ao lado) garantem que está tudo sacramentado e o nome será
anunciado em breve. Outros, opositores, acreditam quem trata-se de mais uma
jogada do dirigente para chamar a atenção e alavancar o seu candidato -
possivelmente Duílio Monteiro Alves, atual diretor de futebol -, nas eleições
marcadas para o final de novembro. Enfim, falta pouco para sabermos a verdade
dos fatos e vermos quem está com a verdade.
ROBERTO
MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO
PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR
Eu ainda estou pagando para ver!
ResponderExcluirGiodi A M.