POR ROBERTO MAIA
Corinthians comemorou seus
110 anos em noite festiva na sua arena
(Foto: @jp_drone /Corinthians)
Na coluna da semana passada questionei sobre a
veracidade das especulações a respeito da venda do naming rights do estádio do Corinthians em Itaquera. Imprensa,
blogueiros e torcedores através das redes sociais “chutaram” diversos nomes do
possível parceiro do Timão.
Pois bem, quem apostou na Hypera Pharma - antiga
Hypermarcas – acertou. Desde o primeiro minuto do dia 1º de setembro, data do
110º aniversário do Corinthians, a casa da Fiel passou a ser oficialmente a Neo
Química Arena.
A Hypera Pharma é a maior empresa farmacêutica
brasileira em termos de receita líquida e capitalização de mercado. A marca Neo
Química já foi patrocinadora máster da camisa do Corinthians entre 2009 e 2011,
época em que o time contou com o Ronaldo Fenômeno.
Inaugurada em 10 de maio de 2014, a moderna arena
corinthiana já estava virando piada entre os torcedores adversários por não
conseguir um parceiro comercial para dar nome ao estádio. O presidente do
Corinthians, Andrés Sanchez sempre vinha a público e dizia que faltava pouco
para concretizar negociações, mas nunca chegava a concretizar.
Uma live marcou a
comemoração do aniversário do Corinthians e o anúncio do nome da arena do Timão
(Foto: Reprodução TV Corinthians)
O novo nome foi mantido em segredo por vários dias,
o que deu margens às especulações. Uma live-show foi organizada para acontecer
na arena na noite de 31 de agosto e, à meia-noite a revelação seria feita.
Porém, alguém envolvido no evento acabou por divulgar uma foto com o nome Neo
Química projetado nas arquibancadas e pôs fim ao segredo. A foto rapidamente viralizou
na internet. Mesmo assim, a apresentação através da TV Corinthians no Youtube
teve mais de 1,2 milhão de pessoas sintonizadas.
O valor pela cessão do naming rights, que terá a duração de 20 anos, será de R$ 300
milhões. Os pagamentos anuais serão destinados diretamente à Caixa Econômica
Federal para abater a dívida contraída pelo Corinthians para a construção da
arena. Atualmente a CEF e o clube negociam o valor real devido que estaria
entre R$ 480 a R$ 536 milhões.
O que precisa ficar claro para os torcedores
corinthianos é que esse foi um grande passo para a equação das finanças que
envolvem a arena. Contudo, somente o naming
rights não solucionará as pendências. O presidente corinthiano informou que
além dos jogos serão realizados shows musicais como forma de ampliar as
receitas. Mas deixou claro que o Corinthians nunca irá jogar em outro estádio
por causa de shows na sua arena.
Na oportunidade o dirigente também pediu o apoio da
imprensa para que citem o nome Neo Química Arena, como forma de valorizar essa
nova forma de investimento no futebol. Principalmente em um ano em que a
economia foi devastada pela pandemia. O mandatário do Timão também confirmou
que existe outra negociação com a Hypera Pharma que envolve a camisa corinthiana.
Agora, Sanchez tenta convencer a TV Globo a dizer o
nome da arena, algo que a emissora normalmente não faz durante as transmissões
dos jogos. Exemplo é o Allianz Parque, a arena do Palmeiras, que nunca foi
chamada pelo nome oficial. Da mesma forma não chama o Red Bull Bragantino com o
nome da marca de energético.
O que pesa a favor do Corinthians é que a Hypera
Pharma é uma das maiores parceiras comerciais da Globo. A empresa comprou uma
das cotas no valor de R$ 307 milhões para estar nas transmissões do futebol em
2020. Além disso, na terça-feira à noite, veiculou uma inserção publicitária de
30 segundos para anunciar o novo nome da arena do Corinthians na abertura do
Jornal Nacional. O espaço é o mais caro na grade de programação da emissora: R$
1,356 milhão.
ROBERTO
MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO
PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR
Nenhum comentário:
Postar um comentário