POR ROBERTO MAIA
Torcida do Corinthians
vibrou muito na última década de conquistas. Agora, reza para o time reagir no
Brasileirão. (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)
No dia 2 de dezembro de 2007, o Corinthians escreveu
o capítulo mais triste da sua história de 110 anos. Naquela tarde de domingo,
no antigo estádio Olímpico, em Porto Alegre, o Timão empatou com o Grêmio por 1
a 1 e foi rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro. Comandado pelo
treinador Nelsinho Baptista, o time foi a campo com Felipe, Fábio Ferreira,
Zelão e Betão; Carlos Alberto, Bruno Octávio (Arce), Moradei, Vampeta
(Héverton), e Éverton Ribeiro (Aílton); Lulinha e Clodoaldo.
Treze anos depois desse feito que envergonha a Fiel
Torcida, o Corinthians volta as flertar com o perigo. E, embora ainda restem
dois terços do Brasileirão a ser disputado, os torcedores têm motivos para se
preocupar. O roteiro desenvolvido em 2020 coloca o heptacampeão brasileiro no
foco das atenções.
No papel o elenco atual tem mais qualidade que o de
2007, porém não demonstra em campo a mesma garra dentro de campo que era vista
no time rebaixado. Coincidentemente o presidente do clube é o mesmo daquele
ano, Andrés Sanchez.
Quando o Timão caiu, o mandatário corinthiano
afirmou que “quem riu do Corinthians riu, porque não vai rir mais”. A promessa
parecia que estava sendo cumprida. Nos anos seguintes o Corinthians conquistou
os maiores títulos da sua história – Libertadores, Mundial de Clubes da FIFA e
Recopa Sul-Americana -, além de levantar as taças do Brasileirão (2011, 2015 e
2017), Copa do Brasil (2009) e do Paulistão (2009, 2013, 2017, 2018 e 2019).
Também trouxe Ronaldo Fenômeno, inaugurou um moderno Centro de Treinamento e a
arena de Itaquera, palco da abertura da Copa de 2014.
Pressionados
pelos torcedores jogadores do Corinthians pregam união para superar a crise e
voltar a vencer. (Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians)
A lista é grande mas vale à pena ser colocada aqui para mostrar o enorme desperdício de dinheiro. Alguns jogadores contratados não chegaram a disputar cinco jogos com a camisa do Timão e foram emprestados a outros clubes com o Corinthians pagando parte do salário dos mesmos. Confira: Ralf, Marllon, Matheus Matias, Sidcley, Roger, Thiaguinho, Bruno Xavier, Danilo Avelar, Jonathas, Douglas, Angelo Araos, Sérgio Díaz, Michel Macedo, Gustavo Silva (Mosquito), André Luís, Richard, Ramiro, Mauro Boselli, Sornoza, Manoel, Vagner Love, Júnior Urso, Bruno Méndez, Régis, Matheus Jesus, Everaldo, Gil, Luan, Cantillo, Sidcley, Matheus Davó, Yony González, Éderson, Léo Natel, Jô, Otero e Cazares. Há, também, a contratação de três treinadores: Jair Ventura, Fábio Carille e Tiago Nunes.
Tudo parecia ir muito bem até 2018. Andrés Sanchez
voltou ao comando do clube com uma nova promessa, a de saldar as dívidas cada
vez maiores acumuladas ao longo das últimas gestões do seu grupo político
Renovação & Transparência. Eleito com apenas 30% dos votos válidos, não
mostrou o mesmo arrojo e assertividade da sua primeira passagem. Se antes
conseguia contratar jogadores desconhecidos que viraram ídolos da torcida e
renderam muitos milhões aos cofres do clube em suas transferências, dessa vez
trouxe 37 jogadores entre jovens promissores e veteranos repatriados. Até agora
não obteve sucesso em suas apostas e aumentou bastante a dívida do clube.
Dyego Coelho precisa que Jô e Luan reencontrem o bom futebol para levar o time de volta às vitórias (Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians) |
Enquanto o time patina no Brasileirão com um
treinador interino (Dyego Coelho), o clube fervilha por causa da disputa
política para a sucessão de Sanchez na presidência do clube. Duílio Monteiro
Alves deixou a diretoria do futebol profissional para se dedicar à campanha
como candidato da situação. Pela oposição concorrem o ex-presidente Mário
Gobbi, Paulo Garcia, Augusto Melo e Ricardo Maritan. Existem conversas
adiantadas entre os oposicionistas para viabilizar uma união de forças que
possa colocar fim ao “reinado” de Andrés Sanchez no Timão.
O pleito está marcado para o dia 28 de novembro,
quando apenas cerca de 3 mil associados com direito a voto decidirão o destino
de uma Nação com mais de 30 milhões de torcedores.
ROBERTO
MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO
PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR
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