POR
ROBERTO MAIA
Mário Gobbi comandou o Corinthians entre 2012 e 2014, período em conquistou vários títulos, entre eles a Libertadores e o Mundial de Clubes da FIFA (Foto: Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians) |
O Campeonato Paulista está paralisado devido à
pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19), os clubes deram férias
coletivas aos jogadores até 20 de abril e os clubes estão com os portões
fechados aos associados. Porém, a agitação tem sido intensa através das mídias
sociais e grupos do WhatsApp.
Com eleições marcadas para o próximo mês de
novembro, a temperatura anda bem alta nos bastidores do Parque São Jorge, a
sede social do Corinthians. Com dívidas altíssimas, a situação financeira do
Timão pode ainda se agravar muito mais em virtude da ausência de receitas
durante a paralização por conta do Covid-19. Grupos de oposição ao presidente Andrés Sanchez
trabalham incessantemente na tentativa de viabilizar condições para tirá-lo do
comando do clube.
Pouco antes da decretação do isolamento social em
São Paulo, opositores protocolaram um requerimento pela rejeição das contas do
clube do exercício de 2019. A reunião do Conselho Deliberativo para analisar o
tema estava marcada para acontecer em abril, mas deverá ser adiada para mais
adiante. Especulações dão conta que o déficit – apenas em 2019 - seja algo em
torno de R$ 170 milhões. Caso as contas sejam rejeitadas, Andrés Sanchez poderá
sofrer processo de impeachment. Importante ressaltar que essa dívida em questão
não leva em conta as da Arena Corinthians que é administrada de forma isolada
das contas do clube e também tem números milionários.
O documento foi encaminhado a Sanches, ao Conselho
de Orientação (CORI) e ao Conselho Deliberativo e tem como base empréstimos
realizados pela presidência - superiores a R$ 10 milhões em 2019 - sem
aprovação do CORI como pede o estatuto do clube. Ressalta também o fato de o déficit
superar 20% da receita, o que pode implicar exclusão do programa de
refinanciamento Profut. Nesse caso, a União poderá executar a dívida fiscal que
é superior a R$ 300 milhões. Segundo o requerimento, o Corinthians possui receita
em torno de R$ 450 milhões e, portanto, o déficit poderia alcançar até R$ 90
milhões.
O grupo Movimento Corinthians Grande, liderado por Felipe Ezabella, apoia a candidatura de Mário Gobbi à presidência (Foto: MCG/Divulgação) |
Um dos signatários do requerimento é Felipe
Ezabella, um dos líderes do grupo oposicionista Movimento Corinthians Grande e
que concorreu à presidência na eleição passada. O MCG tem tentado unir forças
com outros setores de oposição e trabalha para conseguir apoios necessários
para vencer o próximo pleito e tirar o grupo Renovação & Transparência que
está no poder desde 2007.
Foto: Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians |
Na segunda-feira passada, dia 6 de abril, realizou
uma reunião virtual que reuniu mais de 50 pessoas para discutir os próximos
passos das articulações. A novidade foi a participação do ex-presidente Mário
Gobbi Filho, que surge como um nome forte na corrida eleitoral alvinegra. Gobbi
comandou o clube entre 2012 e 2014, período em que o Corinthians conquistou
seus maiores títulos, a Libertadores da América e o bicampeonato do Mundial de
Clubes da FIFA.
Durante seu pronunciamento na reunião do MCG, Gobbi
não confirmou que irá concorrer, mas deixou claro que caso tome a decisão não
aceitará qualquer tipo de barganha por cargos em sua possível gestão. Segundo
ele, para tirar o clube da atual situação caótica em que se encontra, será
necessário realizar uma gestão austera e profissional com pessoas do mais alto
nível em suas respectivas áreas de atuação.
Mário Gobbi tomou conhecimento do programa de gestão
elaborado pelo MCG e gostou. Os próximos meses prometem ser de muita ebulição
nos bastidores do Parque São Jorge. Atualmente, apenas duas candidaturas à
presidência foram lançadas oficialmente: Augusto Melo (conhecido como Tio) e
Paulo Garcia, empresário do grupo Kalunga.
ROBERTO
MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO
PORTAL TRAVELPEDIA .
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