sábado, 30 de maio de 2020

Corinthians é contra o retorno precipitado do futebol no Brasil


POR ROBERTO MAIA

Para o Corinthians ainda não está na hora de voltar com o futebol 
(Foto: Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians) 

S
emana passada falamos aqui que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) planeja a volta do futebol para o final de junho. No entanto, na última terça-feira, dia 26, o Corinthians, através de nota oficial assinada pelo seu presidente Andrés Sanchez, informa ser contra a retomada nesse momento.

Apesar da grave crise financeira vivida pelo clube, Sanchez acredita que o correto seria aguardar um pouco mais para que a retomada possa acontecer naturalmente. O mandatário corinthiano entende que tudo que envolva o bem-estar e a segurança dos profissionais envolvidos no futebol deve ser feito de forma consciente e não “no calor do momento”.

Andrés Sanchez (Foto: Roberto Maia)
A volta do futebol alemão que serviu de inspiração para CBF também motivou o posicionamento de Andrés Sanchez. Segundo ele, na Alemanha houve diálogo intenso entre todos os envolvidos e um princípio foi claro para a Bundesliga: o futebol não pode se antecipar ao controle da pandemia. “Houve responsabilidade com seu produto, seus astros e seu público. O futebol brasileiro, porém, caminha para outra direção”, disse.

Outro ponto ressaltado pelo presidente corinthiano é a falta de alinhamento entre os governos no combate a covid-19. “Com decisões facultadas aos Estaduais, criam-se ruídos. O futebol perde muito como produto quando transmite que, para a bola rolar, basta decidir qual clube está mais pronto, ou qual estado está mais disposto a riscos, enquanto se somam mais de mil óbitos por dia.”

A preocupação do Alvinegro procede, visto que na Série A do Brasileirão há clubes de nove estados, sendo que cada um com panoramas distintos no enfrentamento à doença. “Isso pede um trabalho mais coordenado entre governos, clubes e federações. Num esporte coletivo, não dá para jogar sozinho”, pondera.
Ao finalizar, o Corinthians reforça que o retorno precipitado “apenas adiará a próxima pausa forçada, em que os clubes vão, de novo, agonizar”.

ROBERTO MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

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