POR
ROBERTO MAIA
Decisão para a volta do futebol na cidade de São Paulo está nas mãos do prefeito Bruno Covas que esteve reunido com os dirigentes da FPF e dos clubes (Foto: Marcelo Pereira/Prefeitura de São Paulo) |
Me causa enorme espanto o que está acontecendo em
São Paulo e em muitas outras localidades do país. Pressionados por interesses
econômicos, políticos e preocupados com a queda de popularidade e aprovação de
seus nomes nas pesquisas, governadores e prefeitos em mórbida sintonia vão
flexibilizando regras de isolamento apesar de o país registrar na última semana
a maior média de mortes provocadas pelo novo coronavírus em todo o mundo.
Superando inclusive os Estados Unidos e o Reino Unido, países que contabilizam
os maiores números absolutos de mortes no mundo até o momento.
Assim, nesse cenário sem a liderança do governo
federal, lembrando que o Ministério da Saúde não tem um ministro titular desde
a saída de Nelson Teich em meados de maio, e com mais de mil óbitos diários, o
Estado de São Paulo prepara a volta do futebol. São Paulo que também vive dias
de recordes de contaminações e óbitos pela covid-19 com mais de 10 mil mortes e
cerca de 156 mil casos.
Depois da flexibilização que permitiu a volta do
funcionamento do comércio de rua e dos shoppings, a Federação Paulista de
Futebol (FPF) realizou videoconferência na última quarta-feira com dirigentes
dos 16 clubes que disputam o Campeonato Paulista. Na pauta a retomada da
competição e os protocolos para garantir total segurança aos jogadores,
comissões técnicas e outros profissionais envolvidos.
Na oportunidade ficou definida a volta dos treinos
já a partir da próxima segunda feira, dia 15. Também ficou combinado que todas
as equipes terão de providenciar os testes para a covid-19 para seus atletas,
comissão técnica e funcionários. Importante ressaltar que a decisão dos
dirigentes do futebol paulista ocorreu no mesmo dia em que o governador João
Doria anunciou a ampliação da quarentena na cidade de São Paulo até o dia 28 de
junho.
Paulistão terá um Derby na primeira rodada da retomada
Clássico
entre Corinthians e Palmeiros marcará a primeira rodada do Paulistão após
retomada do futebol na cidade (Foto: César Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação)
Porém, a decisão final para a retomada do futebol no
Estado depende dos prefeitos das cidades que têm clubes participando da Série A1
do Paulistão. Na capital, o prefeito Bruno Covas decidirá após reunião com seus
secretários de Esportes Maurício Landim, e da Saúde Edson Aparecido, juntamente
com o presidente da FPF Reinaldo Carneiro Bastos, e dos presidentes dos três
grandes clubes da cidade: Andrés Sanchez (Corinthians), Maurício Galiotte
(Palmeiras) e Carlos Augusto de Barros e Silva (São Paulo).
Com o objetivo de criar uma mediação pré-judicial
para que a retomada gradual aos trabalhos seja segura tanto nos aspectos de
saúde como jurídicos, também na quinta-feira, aconteceu uma reunião do
Sindicato das Associações de Futebol de São Paulo (Sindibol) com o Sindicato
dos Atletas Profissionais de São Paulo, o Sindicato dos Treinadores
Profissionais de Futebol do Estado de São Paulo, o Sindicato dos Árbitros de
Futebol de São Paulo, o Ministério Público do Trabalho, Ministério Público do
Estado de São Paulo, o Governo do Estado de São Paulo, a FPF e os 16 clubes.
O Paulistão foi paralisado no dia 16 de março,
quando ainda restavam duas rodadas para o fim da primeira fase. Para a
conclusão da competição serão necessárias seis datas, sendo duas para a
finalização da fase de grupos, uma para as quartas de final, uma para as semifinais
e duas para os jogos finais. Lembrando que logo na primeira rodada da retomada
haverá o clássico entre Corinthians e Palmeiras na arena de Itaquera. Todos os
jogos serão com portões fechados sem a presença de torcedores.
Na Europa a Alemanha foi o primeiro país a permitir
a volta do futebol. Nessa semana retornam os jogos na Espanha e, no próximo dia
20, na Itália. Porém, diferentemente do Brasil, a curva de contaminação do novo
coronavírus nesses países está na descendente. Infelizmente aqui a retomada
acontece no auge da pandemia. Só nos resta torcer para que nada de ruim
aconteça para que não tenhamos que voltar atrás no processo de isolamento e das
paralisações.
ROBERTO
MAIA É JORNALISTA, CRONISTA ESPORTIVO, EDITOR DA REVISTA QUAL VIAGEM E DO
PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR
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