POR TABATHA MAIA
Cássio e Gil foram os heróis corinthianos na noite épica em que o Corinthians eliminou o Boca Juniors em La Bombonera. (Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians) |
Foi uma semana de um jogo para o outro. Uma semana
de apreensão para a torcida corinthiana e opiniões de que o Corinthians não
tinha chance alguma de passar pelo Boca Juniors, em La Bombonera, e seguir às
quartas de final da Libertadores.
Claro que o primeiro jogo, na Neo Química Arena, não foi dos melhores, mas pelo menos o Timão conseguiu garantir o empate sem gols, mesmo após o pênalti desperdiçado por Roger Guedes. Já Fiel Torcida como já era de se esperar fez a sua parte, colocando 45 mil torcedores em Itaquera e outros 2,5 mil bravos guerreiros em Buenos Aires.
Durante essa semana, a opinião de um jornalista
esportivo me chamou muita atenção, e de certa forma me deixou revoltada, até
porque ler, como corintiana apaixonada que sou, que meu time não deveria sequer
viajar para evitar uma humilhação, me deixou sem palavras. De verdade mesmo! O
Corinthians pode até não ter um elenco de craques e não estar apresentando um
futebol primoroso, mas, nunca, eu disse NUNCA, deve ser menosprezado nesse
nível. Queria ver a cara dele hoje!
O jogo de terça-feira foi épico. Tal como foi há 10
anos atrás aquele 4 de julho inesquecível, quando o Timão conquistou a América.
Apesar da fé incondicional dos corinthianos, a crítica insistia em colocar como
muito improvável a vitória do Corinthians. Enquetes apontavam a vitória do Boca
Juniors, eu até tentei entender essas pessoas, mas como corinthiana não
aceitava essa possibilidade. E, como sempre, o amor falou mais alto, bem mais
alto!
Também entendi que nenhum outro time brasileiro,
além do Santos de Pelé em 1963, tinha desclassificado o Boca em um jogo de
Libertadores no caldeirão de La Bombonera. Sim, os xeinezes eram favoritos. Mas
não imbatíveis!
Os dias que antecederam o jogo foram de muita
apreensão. O Corinthians viajou para Buenos Aires desfalcado. O Timão tinha 10
jogadores lesionados. Nunca vi isso na minha vida. Fagner, como você faz falta.
E o William, que carregou o time no último duelo e até tentou continuar no jogo
após ter deslocado o ombro. Mas, mesmo sentindo muitas dores embarcou com a equipe
e se colocou à disposição e se fosse preciso iria para o sacrifício. Até o Paulinho,
que se recupera da cirurgia que reconstruiu os ligamentos do joelho, esteve
presente junto com a delegação dando força aos jovens que tiveram que assumir a
responsabilidade de honrar a camisa corinthiana. É isso, para jogar no
Corinthians tem que ter acima de tudo amor e respeito à camisa.
Admito que o primeiro tempo foi bem feinho, muitos
passes errados, o Corinthians não conseguia chegar no ataque. Foram 11
finalizações do Boca contra apenas uma do Corinthians. O Alvinegro foi dominado
e muito pressionado em um estádio com quase 50 mil torcedores do time rival.
Mas os corintianos estavam lá presentes e não pararam de empurrar o time em nenhum
instante.
O goleiro Cássio defendeu dois pênaltis e colocou o Timão nas quartas de final da Libertadores. (Foto: Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians) |
Cássio, que foi muito questionado no início do ano e
até ameaçado por alguns idiotas, foi o grande responsável por segurar o empate.
Fez importantes defesas e como líder do time e capitão, deu puxões de orelha
nos colegas para manterem a concentração. O Gigante entrou em campo com amor e segurança.
Sem medo da pressão dos torcedores do Boca e sem pensar no favoritismo do
rival. Jogou como se estivesse em Itaquera ou no Pacaembu há 10 anos atrás. E
fez a alegria de milhões de corintianos. Nas cobranças de pênaltis fez duas
defesas extraordinárias. E, como não poderia ser diferente, foi apontado pela
crítica e internautas nas mídias sociais como o melhor jogador do Corinthians
no jogo.
Já o Benedetto não teve a mesma sorte e está sendo
apontado como o grande vilão e responsável pela desclassificação do Boca. Até a
página oficial do Timão fez uma montagem colocando o jogador como sócio da
Gaviões da Fiel, principal torcida do time.
Voltando ao início do texto, lembram do jornalista
esportivo que citei lá no começo? Então, ele não comentou sobre a bobagem que
disse, mas colocou o centroavante do Boca como o grande herói corinthiano no
jogo. Bobinho, não sabe o que é o Corinthians!
TABATHA
MAIA É JORNALISTA NA ÁREA DE ENTRETENIMENTO, CORINTHIANA APAIXONADA E
COLABORADORA DO PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR
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